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O Globo Online (RJ) ( Economia ) - RJ - Brasil - 01-02-2019 - 07:49 -   Notícia original Link para notícia
Em busca de uma chance

Desemprego cai em 2018, mas 12,2 milhões ainda não têm trabalho



A retomada do crescimento econômico não fez ceder o desemprego no país, que atinge 12,2 milhões de pessoas. O índice do IBGE ficou em 11,6% em dezembro. A leve recuperação do mercado de trabalho em 2018 se deve ao maior número de pessoas em vagas sem carteira assinada ou com negócio sem registro. A taxa de desemprego cedeu em 2018, mas o país ainda tem 12,2 milhões de pessoas em busca de trabalho. Enquanto outros indicadores já deram sinais de reação com a retomada da atividade econômica, a leve melhora registrada no mercado de trabalho se deveu à criação de vagas de menor qualidade: sem registro e com salários mais baixos. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua do IBGE, a informalidade bateu recorde no ano passado. Uma em cada quatro pessoas ocupadas trabalhava por conta própria. E a renda média real do trabalhador fechou o segundo ano sem subir.









MARCOS DE PAULA/8-82018





Carteira em branco. Desempregados madrugam em fila de recrutamento em Nova Iguaçu: desocupação cedeu em 2018, mas informalidade foi a mais alta já registrada: 35,4 milhões estão trabalhando ou empreendendo sem registro





Segundo economistas, a taxa de desemprego, que no trimestre encerrado em dezembro foi de 11,6%, só deve voltar à casa de um dígito em 2022. As previsões para este ano são de melhora na oferta de vagas formais, que pagam mais, na esteira da recuperação.





- Em 2018, tivemos mais população empregada, mas com muita informalidade e taxas de subutilização recordes, o que coloca o mercado de trabalho em 2018 ainda numa condição desfavorável - analisou Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Renda do IBGE, observando que trabalhadores por conta própria já são 25% dos brasileiros ocupados. - O número de trabalhadores com carteira de trabalho deixa a desejar. O número de empregadores cresce, mas é um empregador de porte pequeno e na informalidade.





PERDA PARA A PREVIDÊNCIA





Na média do ano de 2018, o desemprego ficou em 12,3%, abaixo dos 12,7% do ano anterior. Um dos efeitos mais agressivos da crise, destacou o técnico do IBGE, é o aumento do número de trabalhadores domésticos acompanhado de alta desse tipo de vaga sem carteira assinada.





O total de ocupados na informalidade chegou a 35,4 milhões, em média, em 2018 -o mais alto já registrado na pesquisa, iniciada em 2012. Esse número engloba trabalhadores no setor privado (11,19 milhões) e empregados domésticos informais





(4,42 milhões), além de empregadores (905 mil) e trabalhadores por conta própria sem CNPJ (18,8 milhões). Com isso, o percentual de trabalhadores que contribuíam para o INSS foi o mais baixo dos últimos cinco anos: 63,4%. Dessa forma, o desemprego agrava o rombo da Previdência.





Artur Passos, economista do Banco Itaú, chama a atenção para o fato de que, em um ano, entre o último trimestre de 2017 e o mesmo período de 2018, a taxa de desemprego ter cedido apenas 0,2 ponto percentual.





A renda média do trabalhador ficou estagnada em R$ 2.254 no último trimestre do ano passado. A última vez que teve variação significativa foi no primeiro trimestre de 2017, na comparação com o imediatamente anterior: 1,4%.





- O mercado de trabalho refletiu, em 2018, a decepção com o crescimento da economia, que terá resultado menor que o esperado no início do ano - avaliou Passos, que prevê que o índice de desemprego seguirá em dois dígitos até o final de 2021. - A geração de vagas tem sido menor que o necessário para levar a taxa de desemprego a um nível mais baixo e sustentável.





REFORMA PODE AJUDAR





Nas contas de Thiago Xavier, economista da Tendências Consultoria Integrada, o Produto Interno Bruto (PIB) do país deve crescer 2% este ano. Com essa expansão da economia, ele espera a geração de 850 mil empregos formais.





Mas para que essa previsão se concretize, diz Xavier, o mercado conta, ao menos, com o encaminhamento pelo governo da proposta da reformada Previdência ao Congresso ainda no primeiro semestre do ano.









- Isso dará confiança ao empresário sobre a contenção da explosão das contas públicas e crescimento mais sustentável da economia. Só assim ele vai voltar a investir e contratar - analisou o economista. - Há muita lentidão no processo de reação da economia, então vai demorar para recuperar todos os empregos perdidos. Quando a atividade crescer com mais força, isso vai impulsionar ageração de vagas de maior qualidade.


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