Déficit da Previdência soma R$ 195,2 bi. Rombo nas contas atinge R$ 108,3 bi, melhor resultado em quatro anos

Com cinco anos seguidos de rombo nas contas públicas, o governo foi obrigado a se endividar ainda mais em 2018 para honrar suas despesas. Segundo dados divulgados ontem pelo Banco Central, a dívida brasileira chegou a R$ 5,27 trilhões. O salto foi grande. No início do ano passado, a dívida bruta era de R$ 4,85 trilhões.

O déficit da Previdência pesou. Foram R$ 195,2 bilhões que contribuíram para a dívida chegar ao patamar atual, que representa 76,7% do Produto Interno Bruto (PIB).

-O déficit da Previdência cresceu, como cresce todos os anos. É claro que esse valor deficitário tem de ser coberto - afirmou o chefe do Departamento Econômico do BC, Fernando Rocha.

O rombo das contas foi de R$ 108,3 bilhões em 2018. Apesar de União, estados, municípios e estatais fecharem o ano no negativo, foi o melhor resultado desde 2014.

O impacto na dívida só não foi maior por causa da redução do pagamento de juros por causa da queda da taxa básica (Selic), hoje em sua mínima histórica, de 6,5% ao ano. O Brasil gastou R$ 379,2 bilhões, o menor valor em quatro anos. Em 2015, por exemplo, foram R$ 501,8 bilhões. Essa conta não caiu mais porque o Estado não conseguiu poupar nada e teve de se endividar mais para arcar com as aposentadorias.

No ano passado, a soma dos juros e do rombo das contas públicas atingiu R$ 487,4 bilhões, que tiveram de ser financiados pelo governo. A equipe econômica estima que o Brasil só retorne ao azul em 2022 porque colocou um limite para os gastos públicos. Espera, agora, a aprovação da reforma da Previdência para conseguir controlar a dívida.