Movimento em lojas físicas e no e-commerce aumenta consideravelmente neste início de ano com a procura por material escolar, uniformes e livros. Expectativa é crescer de 15% a 20%

Com estoque variado, o sócio-proprietário da Papelaria Bikas, Fabrício Meyer, diz que as vendas vão se intensificar nesta última semana de férias

O mercado de papelaria começa o ano aquecido. Com a volta às aulas em fevereiro, as lojas físicas ou no e-commerce registram um movimento maior este mês. Pesquisa da Rakuten Digital Commerce aponta que o segmento de papelaria e material escolar apresentou crescimento de 64% no e-commerce nos seis primeiros dias de janeiro, na comparação com o mesmo período do ano passado.

"De uma forma geral, as compras pela internet estão aumentando em todos os setores, mas no caso de papelaria e material escolar esse movimento é muito benéfico para os compradores. Os pais ou responsáveis conseguem pesquisar os preços e ainda evitam filas e lojas lotadas", garante René Abe, CEO e presidente da Rakuten Brasil.

Sócio-proprietário da Papelaria Bikas, Fabrício Meyer aposta no segmento de loja física. "Com a crise econômica pela qual o país ainda está passando, é claro que fomos afetados, pois não tinha como ser diferente, mas mantivemos os pés no chão e reduzimos os custos", revela o empresário. Completando 30 anos, a Bikas trabalha com material escolar, uniformes e livros. Segundo ele, a demanda deve crescer muito nesta última semana de férias. "A cidade está vazia e, com este calor, muitas pessoas aproveitaram para viajar com os filhos. Na volta é que vem a preocupação com material escolar e o uniforme dos filhos." Ele conta que a empresa é familiar e foi fundada pelo pai.

A Bikas emprega 40 pessoas nas duas unidades: Sion e São Pedro. Fabrício Meyer destaca como diferencial da loja o fato de oferecer bons descontos à vista, serviços de encapamento, manobristas, facilidades no pagamento e trabalhar com produtos de qualidade. Sem revelar números, ele diz que considera o faturamento bom e que pretende ampliar o número de lojas assim que o mercado começar a reagir de maneira sustentável. "É um setor legal para investir, desde que o empreendedor tenha um ótimo planejamento de mercado." Fabrício Meyer prevê crescimento na ordem de 15% este ano em relação a 2018.

CONCORRÊNCIA Esther Campos de Assis é gerente da BH Papelaria, que já existe há cerca de 20 anos. A loja trabalha com material de escritório, papelaria, carimbos e serviços de copiadora. "Há uma variação em cada setor da loja. Assim sendo, tem um pouco de cada item no estoque." Contrariando empresários e pesquisas, ela garante que o mercado está fraco no momento, mas, mesmo assim, considera o faturamento da empresa bom, embora diga que, atualmente, não vale a pena investir nesse ramo. "A concorrência com os chineses é desleal", lamenta.

Mesmo assim, a gerente espera que a BH Papelaria cresça 20% este ano em relação a 2018. "Para driblar a crise, intensificamos nossos esforços, priorizando o preço baixo, a qualidade e não deixando faltar material. Nossos maiores clientes são os escritórios, mas também há uma grande variação nos setores, uma vez que estamos localizados em uma região residencial", afirma.

No ramo há 36 anos, Esther Campos conta que começou a trabalhar ainda muito nova. "Gosto de vender, das pessoas e tenho meus clientes como amigos", assegura. A BH Papelaria conta hoje com três funcionários. "Acredito que os nossos diferenciais em relação aos concorrentes estejam no atendimento personalizado e também na grande variedade de materiais oferecidos. Assim, procuramos atender todos na medida do possível".