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Isto é Dinheiro online ( Economia ) - SP - Brasil - 26-01-2019 - 09:52 -   Notícia original Link para notícia
Um futuro sem contato


Para incentivar o aumento das transações dos consumidores e das vendas no comércio, a Mastercard aposta nos cartões contactless. A mudança tecnológica, que começa a acontecer este ano, promete trazer pagamentos mais rápidos, menos filas e uma migração para os celulares e relógios


Carlos Eduardo Valim


24/01/19 - 18h00


Pagamentos mais rápidos e simplificados podem passar de forma quase imperceptível. Mas só para o consumidor - pelo menos, antes de a fatura chegar. Já para a bandeira de cartões, nenhuma transação é imperceptível. Até por que é esse o seu negócio. E, quanto mais transações forem realizadas, melhor será para os seus resultados e para os dos comerciantes, que poderão gerar mais vendas. Por isso, elas gostam da ideia de prover aos consumidores mais velocidade no processo de pagamento, evitando a desistência por conta de filas longas e tornando a experiência de consumo mais agradável. Afinal, o pior momento de um passeio para fazer compras é a passagem pelo caixa. Para melhorar essa experiência, a Mastercard está incentivando a adoção no Brasil do uso dos cartões contactless, sem contato com a máquina de pagamentos. Apenas com a aproximação do cartão da maquininha, a transação já é realizada e aprovada.


Para acelerar o processo, esse modelo não exige senha para completar transações, desde que sejam de valores abaixo de R$ 50. À medida que a tecnologia de segurança e a confiança das pessoas aumentam, o teto pode subir. Esse tipo de cartão já é algo corriqueiro em diversos transportes públicos de grandes cidades. Mas não é a única forma de pagamento contactless. Outra modalidade é o uso do celular para fazer a vez do cartão, com sistemas como Apple Pay e Samsung Pay, interligados às redes de empresas operadoras de cartões. "Alguns grandes varejistas pioneiros incentivam a adoção dessas novas tecnologias e depois o restante do mercado vai acompanhando", afirma João Pedro Paro Neto, presidente da Mastercard no Brasil e no Cone Sul. Entre os pioneiros no País estão Carrefour, McDonald's e Magazine Luiza.


Os impactos dessa tecnologia e a sua popularização acontecerão rapidamente, diz o executivo, um dos grandes defensores dos pagamentos sem contato. As pessoas já estão próximas dessa tendência sem nem perceber. A barreira de uso é principalmente cultural. Hoje, 80% dos terminais já estão adaptados, e todos os cartões emitidos pela Mastercard a partir de abril deste ano vão trazer o chip contactless. Dados da Mastercard indicam que os pagamentos por aproximação tiveram crescimento de 344% do segundo semestre de 2017 para o primeiro semestre do ano seguinte.



A companhia estima que o uso se amplie em 20 vezes, no número de transações, até o fim deste ano. Falta, no entanto, o consumidor e, em especial, os vendedores saberem que tal tecnologia já está em suas mãos, e que podem se beneficiar disso. "A questão para o varejista investir na tecnologia é ele fazer a conta de quanto benefício vai ter ao promover o modelo", diz Leonardo Montenegro, da consultoria de cartões de pagamentos 4ward. "É o primeiro tipo de evolução de pagamento que não gera uma segurança adicional." No passado, os saltos tecnológicos, para a maquininha que passa cartão de tarja magnética e depois com chip, foram motivados para evitar fraude. Agora, aumentar o número de transações é o objetivo.


Entre os principais impactos com o aumento de uso do contactless estará também o crescimento das vendas em débito e à vista, uma vez que serão muito mais ágeis do que as trasanções no modo crédito e em parcelas, que vão continuar exigindo o uso de senha. Isso significa outra vantagem para o varejo, já que compras a débito descontam porcentagem menor do valor transacionado. Haverá ainda o avanço de outro hábito com a tecnologia. Uma de suas modalidades, o pagamento por meio de carteiras eletrônicas (telefones celulares e outros aparelhos móveis cadastrados em sistemas como Apple Pay e Samsung Pay), é categorizada como transação com cartão não-presente. E essa categoria, que inclui as compras online e por aplicativos, deve superar em 2019 as compras com o cartão plástico presente - fenômeno que já acontece em mercados mais avançados da região, como o Chile. Segundo a Associação Brasileira de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), no terceiro trimestre do ano passado 80% dos usuários adotavam cartões de crédito para as compras online. E 66% já os utilizam pelo celular.


"Vamos alcançar mais de 90% em aprovações"


João Pedro Paro Neto, presidente da Mastercard



Como a empresa está incentivando o uso dos pagamentos contactless?
A partir de abril, todos os nossos cartões vão sair com a tecnologia. A barreira mais difícil de mudança é de o terminal ser utilizado para isso. Não é ainda recorrente, mas em muitos estabelecimentos os atendentes já sabem fazer.


A tecnologia está madura?
O investimento e a adaptação já foram feitos e, agora, estamos num processo de machine learning (em que os sistemas de
inteligência artificial aprendem à medida que coletam mais dados). Com o passar do tempo, vamos evoluindo em termos de conhecimento e, consequentemente, em aprovações das transações. Vamos alcançar mais de 90% em aprovações daqui a um ano e meio, no máximo. Isso vai mudar a intensidade de uso.


Qual é a sua expectativa para a economia?
O ano deve trazer um crescimento do nosso setor superior aos 15% que crescemos em 2018. Hoje o mercado está mais crente que vai acontecer a reforma previdenciária. Então, a economia de 2019 vai ser melhor que a do ano passado, com um crescimento em torno de 2,5% e com a inflação controlada. A questão é se o próximo ano será melhor também.




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