Série retrata que desde os tempos do Brasil Império, ainda no século XIX, o transporte público tem sido o estopim de revoltas populares
Por trás de grandes conflitos do Brasil, está o transporte. Foi assim em 2013, quando o aumento de R$ 0,20 na tarifa de ônibus levou milhares para as ruas. E foi assim neste ano, quando a greve dos caminhoneiros paralisou o país e só terminou após um acordo para a redução de R$ 0,46 no preço do diesel. Com essa temática, a série de reportagens "A revolta dos centavos", publicada pelo jornal O TEMPO, em julho de 2018, conquistou o primeiro lugar na categoria impresso do 7º Prêmio de Jornalismo CDLCDL, promovido pela Câmara de Dirigentes LojistasCâmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte. A entrega da premiação aconteceu na sexta-feira (30), no Automóvel Clube, no centro da capital mineira.

Ao longo de um mês, os repórteres Ísis Mota, Rafaela Mansur, Raphael Ramos e Queila Ariadne fizeram um levantamento dos principais fatos históricos que tiveram o transporte como catalisador de grandes levantes populares. Em 1880, um aumento na tarifa do bonde desencadeou um movimento que ficou conhecido como a Revolta do Vintém. Desde o Brasil Império até a mais recente greve dos caminhoneiros, já são 138 anos de rebeliões motivadas pelo transporte.

"Essa briga é muito maior, porque também é sobre infraestrutura, sobre abastecimento e sobre desigualdade. Como jornalistas, nosso papel é levar informações como essas para gerar a reflexão que vai despertar as soluções. Por isso, essa premiação é muito mais do que o reconhecimento de um trabalho, é o sinal de que estamos contribuindo de alguma forma", afirma a repórter Queila Ariadne.

A série "A Revolta dos Centavos" foi uma experiência multiplataforma que, além do jornal impresso, contou com colaboração de vários fotógrafos e da equipe de infografistas e webdesingner que, juntos, produziram versões para o portal O TEMPO e para a rádio Super Notícia, veículos do grupo Sempre Editora.

"A Sempre Editora tem muito orgulho de sua equipe. A premiação é o resultada integração dos profissionais, que buscam várias formas para ampliar o alcance da notícia, sempre priorizando o compromisso com a qualidade", destaca a editora executiva Renata Nunes.

O especial contou com textos de Ísis Mota, Queila Ariadne, Rafaela Mansur e Raphael Ramos, imagens de Cristiane Mattos, Léo Fontes, Moisés Silva e Sidnei Mesquita, edição de áudios e vídeos de Gilvan Gandra, Fausto Araújo, Moisés Silva, Paulo Duarte e Sidnei Mesquita, trabalhos de web-design e desenvolvimento web de Larissa Ferreira, Isabela Ansaloni e Raquel Andrade e infografias de Andréa Viana, Denver Oliveira, Fabiano Barroso e Hélvio Avelar.

O Prêmio CDLCDL/BH de Jornalismo é uma iniciativa da Câmara de Dirigentes LojistasCâmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDLCDL/BH) em parceria com o Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais e tem como objetivo premiar as melhores reportagens referente aos setores de comércio e serviços do Estado de Minas Gerais.

Outros prêmios

Ao longo de 2018, O TEMPO já conquistou outros três prêmios nacionais. A série "Correntes Invisíveis", veiculada pela rádio Super Notícia, recebeu menção honrosa Vladimir Herzog, principal prêmio de Direitos Humanos do país. O trabalho foi produzido pelas repórteres Queila Ariadne e Ana Paula Pedrosa, que atualmente trabalha na Record Minas. A dupla também venceu o prêmio CNH Industrial de Jornalismo, com a série de reportagens "Mina de Conflitos".

A matéria "Muito Além do Diploma" (Queila Ariadne) foi a vencedora do prêmio Abecip. A jornalista disputa ainda o Prêmio Nacional de Jornalismo em Seguros (Fenacor), com a matéria "Inseguro", da rádio Super. Os vencedores serão divulgados no dia 7 de dezembro.