Com crescimento de 3,1% sobre 2017, volume será o maior desde 2009, prevê a CDLCDL local
O Natal de 2018 trará boas novas para o comércio varejista da capital mineira. Segundo a pesquisa de intenção de compras na data comemorativa da Câmara de Dirigentes LojistasCâmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDLCDL-BH), o faturamento do setor crescerá 3,1% na comparação com o ano passado. O montante em vendas chegará a R$ 3,3 bilhões, prevê a entidade, R$ 100 milhões a mais do que no ano passado. Em 2017, o crescimento nas vendas foi maior, 4,5%, mas vinha de uma comparação ruim, já que no ano anterior o índice foi negativo em 1,8%. "Isso reflete um ano que não foi ruim para a economia, com juros, inflação e desemprego menores. Ainda temos muitos desempregados, mas em número menor", afirmou nesta terça-feira (27), na divulgação da pesquisa, o presidente da CDLCDL-BH, Bruno FalciBruno Falci.

Os consumidores demonstraram o interesse em aumentar para quatro o número de presentes que serão comprados neste Natal, o que foi comemorado pelo dirigente, já que a média foi de três presentes em 2017. "Voltamos para a média de presente de 2014, quando os consumidores afirmaram pela última vez que comprariam em média quatro. Nos outros anos, esse número caiu", avaliou.

Ele explica que será o número de presentes que vai garantir o aumento de faturamento, já que o tíquete médio caiu. Em 2018, o consumidor vai gastar R$ 87,80, em média. No ano passado o valor foi R$ 107,82. Também caiu o número de consumidores que vão comprar presentes neste Natal. A pesquisa aponta que 70,4% afirmaram que vão presentear neste ano, frente 78,2% em 2017. Para Falci, essa queda ainda é um reflexo da insegurança dos consumidores diante da economia do país e do parcelamento do pagamento dos servidores estaduais. "O desemprego está cedendo, mas ainda é alto. E a insegurança se vai receber, quando vai receber, está colocando os consumidores na retaguarda", disse.

Falci salienta que, diferentemente dos anos anteriores, a inadimplência do consumidor não apresentou queda. "Aguardamos o pagamento do 13º, mas, no ano passado, o índice de inadimplência já estava em queda nesse período", afirmou.

A maioria dos consumidores pretende fazer suas compras à vista, no dinheiro (26,2%), no cartão de débito (21,4%) e no cartão de crédito à vista (11,9%). Falci observa que, entre aqueles que usarão o cartão de crédito, 52,1%, a maioria vai parcelar as compras (40,2%). "Isso também pode ser em função do parcelamento do salário dos servidores", disse.

Entidade lamenta crise do Estado

A situação fiscal de Minas Gerais, que gerou o parcelamento do pagamento dos servidores e a falta de repasses aos municípios, foi apontada pelo presidente da CDLCDL-BH, Bruno FalciBruno Falci, como um dos entraves econômicos do Estado. "Tem a questão dos servidores estaduais e dos municipais. Como o Estado não repassa os valores para os municípios, esses também têm dificuldade de pagar seus servidores. Isso impacta nas nossas vendas, porque muitos estão na região metropolitana ou vêm do interior comprar na capital", observou.

Para 2019, Falci afirmou que "as grandes reformas são essenciais". Ele citou a reforma da Previdência e a simplificação tributária como "fundamentais para o setor produtivo voltar a produzir riqueza para o país".

Caminhoneiros prejudicaram

O comércio em Belo Horizonte deve fechar 2018 com crescimento de 2,5%, segundo o presidente da CDLCDL-BH, Bruno FalciBruno Falci. No início de 2018, a expectativa era crescer 3,5%. "A greve dos caminhoneiros afetou muito a economia, tanto pela queda na confiança dos empresários como pela própria produção agrícola e industrial que foi prejudicada", disse Falci.

Para o dirigente, o ano eleitoral também afetou o resultado do setor.