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O Globo Online (RJ) ( Economia ) - RJ - Brasil - 25-11-2018 - 10:55 -   Notícia original Link para notícia
China inunda cotidiano de tecnologia para se tornar potência digital

País investe pesado para ser o líder mundial em inteligência artificial e deixar para trás a má fama de copiar inovações



Chineses já gastam US$ 9 trilhões em pagamentos com celular por ano





Quem desem barcano aeroporto de Pudo ng, em Xa ng ai, éa presentado decaraàn ova revolução digital que está em curso na China. Ao colocar o passaporte numa máquina que colhe as impressões digitais do turista, a inteligência artificial embutida no aparelho dá as instruções na língua do visitante. Em breve, haverá novidade também na área de embarque. Câmeras que fazem reconhecimento facial permitirão que os chineses que comprarem passagem pelo celular não precisem fazer o check-in. A China quer ser o país líder em inteligência artificial até 2030 e não está poupando esforços para atingir esse objetivo.





- O país não quer mais ser reconhecido como aquele que copia tecnologias. Estabeleceu como meta buscara liderança em áreas científicas, como biotecnologia, exploração espacial, internet quântica e inteligência artificial, até 2030 - diz John Lin, sócio da consultoria EBDS em Xangai. Essa guinada dos chineses para a economia digital está baseada em duas fortalezas. A primeiraé que o governo estabeleceu como metas erprot agonista nessas área sevai investir trilhões par atentar chegara o objetivo. A outra r az ãoé que os chineses criaram um ecossistema digital em que a tecnologia é assimilada imediatamente no cotidiano de seus habitantes, já que nada menos que 802 milhões de chineses têm acesso à internet.



Por isso, as novidades estão por toda parte nas grandes cidades. No comércio, o pagamento é feito com celular. Os chineses pularam o cartão de crédito, e o dinheiro físico já não é aceito em muitos estabelecimentos. No celular, o débito é feito diretamente numa "carteira virtual" instalada em aplicativos como o WeChat, uma espécie de WhatsApp turbinado, ou o Alipay, a ferramenta de pagamento eletrônico do gigante de comércio on-line Alibaba. Nos supermercados Hema, pagase tudo com o celular numa espécie de painel eletrônico. Os chineses já gastam US$ 9 trilhões em pagamentos por dispositivos móveis, por ano, enquanto os americanos desembolsam US$ 112 bilhões. No supermercado Hema, rede que pertence ao Alibaba, a expectativa é que o consumidor vá pessoalmente à loja uma vez para observar cada produto, mas depois faça as compras on-line. Para estimular as vendas virtuais, a rede promete entregar as mercadorias em meia hora para quem mora ou trabalha num raio de até três quilômetros. Por isso, um exército de funcionários corre de um lado para o outro nas lojas para encher sacolas em até seis minutos. Depois, elas são despachadas para uma central de delivery por trilhos suspensos na loja. - O comércio eletrônico chinês tornou-se o mais dinâmico no mundo -comenta a brasileira Regina Thiebaut, que vive há 12 anos na China e trabalha para o Alibaba selecionando empresas que vão vender seus produtos na plataforma.



No café Ratio, próximo à Nanjing Road, uma das ruas de comércio mais movimentadas de Xangai, um robô de US$ 30 mil dólares prepara café e drinques com precisão milimétrica. Mais de 800 bebidas são preparadas por dia pela máquina, que também lava alouça.Éa primeira cafeteria/ coquetelaria automatiza dado mundo. Até o anoque vem, a estimativa é que haja 50 unidades da Ratio na China e, em três anos, 500 delas terão robôs como barmen.



O cliente escaneia com seu celular o cardápio eletrônico que está nas mesas e ope didoé enviado automaticamente por um aplicativo a orobô. Depois, ésóp assar no balcão e pegar.



- Dez engenheiros desenvolveram a inteligência do robô, que não vai substituir os funcionários humanos. Eles terão a função de interagir com os clientes -conta Gavin Pathroos, um dos sócios da Ratio e ex-funcionário da área de digitalização de empresas como Pizza Hut e KFC. O modelo de desenvolvimento digital chinês foi limitar o acesso ao mercado local para gigantes americanas de tecnologia, como Facebook e Google. Esta "reserva de mercado", aliada ao fato de que na China a legislação de proteção de dados e privacidade na internet é muito mais frouxa do que no Ocidente, propiciaram às empresas chinesas um ambiente único para sua expansão. Mas as empresas chinesas se esforçam para sustentar que não são hoje meras imitações de fórmulas que deram certo no Vale do Silício, nos EUA. O popular WeChat, que nasceu como uma espécie de Tinder chinês para aproximar pessoas solitárias, ganhou dimensão e funções que nenhuma outra rede social ou aplicativo de comunicação ocidental possui. Nem o Facebook. Pelo WeChat, os chineses trocam mensagens e gerenciam quase tudo em suas vidas - compram ingressos para o cinema, pedem comida e transferem dinheiro para terceiros. E também paqueram. O WeChat pertence à Tencent, uma empresa chinesa que está entre as cinco maiores companhias de internet do mundo. O WeChat vem sendo lançado em diversos países, inclusive o Brasil, como uma ofensiva contra o WhatsApp, que pertence ao Facebook. - Sem o WeChat é difícil viver na China. Outro dia, precisei fazer a cópia de uma chave, e a pequena loja não aceitava cartão nem dinheiro. Mas o dono tinha um QR Code impresso para fazer o pagamento pelo WeChat - conta Ricardo Geromel, um dos sócios da StartSe, uma empresa de educação que promove missões de brasileiros para conhecer as novidades tecnológicas na China.



TRUMP NO CAMINHO



O caminho da China para se transformar na maior economia digital do mundo terá obstáculos, tanto internos quanto externos, preveem os especialistas. O presidente americano Donald Trump já deu início a uma espécie de Guerra Fria tecnológica, dizendo para aliados que equipamentos chineses auxiliam Pequim em ações de espionagem. Para Juliana Inhasz, professora de Economia do Insper que acompanha a China, as empresas podem ter de rever suas estratégias. Além disso, a presença das gigantes digitais chinesas no exterior ainda é, com algumas exceções, tímida. Elas vão ter que passar na prova do mercado internacional. (*O repórter viajou a convite da StartSe)




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