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O Globo Online (RJ) ( Especial ) - RJ - Brasil - 14-11-2018 - 11:21 -   Notícia original Link para notícia
Casa conectada abre novas portas a ataques

A chamada 'internet das coisas', com geladeiras, TV e carros inteligentes, exige mais atenção do consumidor para proteção


Ofuturo promete maravilhas que facilitarão o dia a dia das pessoas, com objetos conectados à rede, conversando entre si e executando tarefas de forma autônoma. A geladeira avalia os padrões de consumo dos donos e faz compras quando algum produto acaba, a cafeteira aprende os horários dos moradores para deixar o cafezinho pronto na hora certa, e o ar-condicionado prepara os ambientes com a temperatura ideal. Mas todas essas coisas abrem novas portas de ataque para os criminosos cibernéticos.



FOTOS DE CHRIS RATCLIFFE/BLOOM


BERGNovos tempos. Com 'coisas' ligadas à internet, usuários precisam aprender novos hábitos de proteção para eletroeletrônicos cotidianos, já que, a partir de uma geladeira, por exemplo, 'hackers' podem acessar a rede interna da casa


- Nós temos TVs inteligentes, relógios inteligentes, carros inteligentes... E cada vez mais teremos novos objetos conectados. O que devemos ter em mente é que o cuidado com todas essas coisas deve ser o mesmo do computador - alertou Cecília Pastorino, pesquisadora em segurança da ESET América Latina. - Todos sabem que o computador precisa de um antivírus. O mesmo vale para todos os objetos conectados.


Segundo Alexandre de Morais,especialista em segurança da Cylance na América Latina, a principal preocupação é que esses dispositivos sejam usados em redes zumbis, que executam ataques de negação de serviços para derrubar sites e servidores. Hackers assumem o controle de computadores, smartphones e, agora, de coisas, para enviar pacotes de dados simultaneamente a um determinado endereço, congestionando o tráfego e, às vezes,t irando o alvo doar. Aest ima tivaé que existam hoje 7 bilhões de coisas conec ta dasà rede, mas o volume deve alcançar 21,5 bilhões em 2025.


- Muitas dessas "coisas" são de pequenos fabricantes, que não têm a segurança como prioridade -afirmou Morais. - São dispositivos menos protegidos e mais numerosos. O poder de ataque dos hackers cresce exponencialmente.


SENHAS FORTES AJUDAM


E o problema não está apenas nas vulnerabilidades dos dispositivos, mas principalmente no descuido dos usuários. Filipi Pires, especialista em segurança da Trend Micro, recomenda que os consumidores procurem por marcas conhecidas quando forem comprar dispositivos conectados e sempre mudem as senhas padrão. E, óbvio, criem senhas fortes. Outra recomendação é manter todos os dispositivos atualizados.


- O usuário doméstico é sempre mais vulnerável, por isso é o principal alvo dos hackers - disse Pires. - Em geral, aprenderam a atualizar o computador e o smartphone, agora terão que atualizar a televisão, a geladeira... É uma mudança cultural, mas muitos ainda têm dificuldade para proteger o roteador de casa.


E os danos vão muito além do recrutamento para um exército de "bots" zumbis. Invadindo câmeras de segurança, por exemplo, os hackers podem ter acesso a imagens íntimas da família. E, com o acesso a qualquer dispositivo conectado à rede interna, basta um movimento lateral para alcançar o computador.


Já foram demonstrados ataques simulados contra carros inteligentes, com os hackers assumindo o controle do veículo remotamente. Em caso mais grave, pesquisadores demonstraram ataques bem-sucedidos a marcapassos, que podem, literalmente, matar uma pessoa.


Paulo Venâncio, diretor de soluções digitais da Embratel, destaca o risco para empresas e indústrias. Com a digitalização dos processos, cada vez mais sensores e dispositivos conectados foram incorporados ao setor produtivo, aumentando o número de portas de acesso aos criminosos. Com o acesso remoto de apenas um termômetro, por exemplo, hackers podem mudar a temperatura de um processo e comprometer toda a linha de produção de uma companhia.



- Por trás desses sensores, existe o crescimento exponencial de ameaças e preocupações cibernéticas - avaliou Venâncio. - É um desafio promover a automação com segurança.


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