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O Globo Online (RJ) ( Economia ) - RJ - Brasil - 11-11-2018 - 12:06 -   Notícia original Link para notícia
Nosso maior problema é abaixa produtividade

"Nova York melhorou a segurança e depois se transformou numa incubadora de start-ups. O Rio de Janeiro, que é um espetáculo de cidade, está se deteriorando. Na luta pelo aumento da produtividade, há espaço para a atuação dos prefeitos e governadores"
"Mesmo defendendo a abertura comercial, acredito que ela não pode ser feita numa canetada. Devemos ter estudos para identificar os setores que devem ser negativamente afetado sete rumar e dede proteção para seus trabalhadores"


Ocarioca José Alexandre Scheink mané o economista brasileiro coma carreira mais consistente nos EUA. Professor emérito da Universidade Prince ton,f oi orientador da tese de doutorado de Paul Romer, um dos ganhadores do Nobel de economia deste ano. Hoje professor da Universidade Columbia, ele acompanha o debate sobre a agenda econômica do presidente eleito, Jair Bolsonaro. Concorda com a necessidade de reformas, como a tributária e da Previdência,e cita as boas propostas que estão disponíveis, como ade Arminio Fraga e Paulo Tafner para a aposentadoria. Mas Sc hein km anlemb raque o país avançariam ui toem produtividades e melhorasse o arcabouço legal para investimentos em infraestrutura e odin amis monas cidades.


Como o programa econômico do governo eleito está evoluindo?


Tanto Bolsonaro como Fernando Haddad fizeram programas para serem eleitos. Não eram executáveis. Agora é que a equipe de Bolsonaro está fazendo um programa para governar. Felizmente, no Brasil há muitas propostas boas, como ade Arminio Fraga e Paulo Tafner para a Previdência.


O senhor conhece bem o futuro ministro da economia, Paulo Guedes. Ele tem perfil para selecionar propostas?


Há anos não temos contato. Ma sé uma vantagem que exista messas propostas. Há sempre dois níveis em política econômica. Odas intenções e oda implementação. E a implementação não é para amadores. Demanda muito pensamento e muito conhecimento de como o sistema funciona.


O que o novo governo precisa fazer para destravar o crescimento econômico?


Nosso maiorp roble maéo baixo crescimento da produtividade. Qualé o diferencial dos países que saíram do patamar de renda média, no qual o Brasil se encontra, para o da renda alta? Entre 1990 e 2014, o crescimento da produtividade americana foi 20 pontos percentuais superior ao da brasileira. A produtividade de Taiwan cresceu 40 pontos percentuais amais que a dos EUA. O americano ainda continua produzindo mais que o taiwanês e o brasileiro. O taiwanês está diminuindo a diferença, o brasileiro está aumentando.


Os problemas são o baixo nível de investimento e a falta de educação da mão de obra?


Claro que aumentar o investimento e melhorara educação são importantes. Masse compararmos o Brasil com os EstadosUnidos, vamos ver que o ritmo decrescimento do capita lé mais ou menos semelhante. O mesmo vale para o ritmo de melhorias no capital humano. Agrande diferença está na maneira como os insumos são usados. Se você pegar um brasileiro e um americano coma mesma educação e a mesma quantia para investir, o brasileiro vai entregar menos. E, acada ano, essa diferença aumenta.


Por quê?


Porque a infraestrutura é ruim, o sistema tributário é confuso, as tarifas de importação são altas, e as cidades têm pouco dinamismo.


Resolver essas distorções deveria ser o foco?


Sim. Não adianta tentar atacar todos os problemas que afetam a produtividade. Resolvida a questão fiscal, que é urgente, precisamos atrair investimento privado e estrangeiro para melhorara infraestrutura. E isso se faz com mudanças no arcabouço legal. Não dá para construir uma ferrovia e depois um juiz decidir que tal produto deve ser transportado de graça porque atendeàpo pulação de baixa renda. Depois disso, tem que olhara área tributária, na qual há bastante consenso. Precisamos de alguma forma de imposto de valor agregado, algo que taxe o consumo e acabe coma quantidade enorme de tributos que pesam sobre a produção. Precisamos ter um imposto uniforme sobre todos os bens.


Na área comercial, que tipo de abertura da economia o senhor defende?


Prefiro a redução de tarifas geral. Toda vez que um país protege um setores tá encarecendo vários out rosque compram do setor protegido. Por ser fechado, o Brasil ficou de fora da integração das cadeias globais, no qual as empresas dividem a produção em vários países. Fomos na mão contrária. Mesmo defendendo a abertura, acredito que ela não pode ser feita numa canetada. Devemos ter estudos para identificar os setores que devem ser negativamente afetados eter umar e dede proteçãop araques eustra balhadores se recoloquem. Não tem por que se preocupar com os empresários. Se não ficaram ricos é porque são estúpidos.


O México abriu a economia e não viu as previsões de alto crescimento econômico se materializarem. Qualé a lição mexicana?


Até os anos 1990, muita gente diz iaque, se agente resolvesse a inflação alta, o Brasil ia voar. Claramente isso não aconteceu. Mas é uma besteira dizer que não valeu apena acabar coma inflação alta. Estaríamos pior senão tivéssemos adotado o Plano Real. A abertura não resolveu todos os problemas do México? Não. Mas resolveu uma parte deles.


De que forma as cidades podem ajudar no aumento da produtividade da economia?


Nos Estados Unidos, seis cidades são responsáveis pela maior parte do aumento da produtividade: Nova York, Boston, São Francisco, Austin, Los Angeles e Chicago. Nesses lugares, é registrada a maior parte das patentes e éon de há muito dinamismo. E isso não caiu do céu. Nova York, por exemplo, melhorou muito na questão da segurança. O ex-prefeito Michael Bloomberg conseguiu atrair universidades para investirem ciência e tecnologia e transformar acidade numa incubadora d estar t-ups.O R iode Janeiro, queé um espetáculode cidade, estás e deteriorando. Nessa luta pelo aumento da produtividade, há espaço para a atuação dos prefeitos e governadores.


De que forma a economia brasileira pode ser afetada pelo cenário externo nos próximos anos?



Nesses últimos anos, como a taxa de juros nos países avançados esteve muito baixa, poderíamos ter atraído mais investimentos em infraestrutura. Esse período de juros baixos tende a acabar porque o Fed, o banco central americano, deve aumentar suas taxas.


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