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O Globo Online (RJ) ( Economia ) - RJ - Brasil - 11-11-2018 - 12:15 -   Notícia original Link para notícia
Brincadeira de estudantes vira um negócio bilionário da China

Dia dos Solteiros, celebrado no país desde 1993 em 11 de novembro, movimenta mais de US$ 25 bilhões em vendas, superando Black Friday nos EUA


Onze de novembro é apenas mais um dia no calendário de boa parte da população mundial. Não no da China. O gigante asiático celebra neste domingo o Dia dos Solteiros, uma brincadeira de estudantes que acabou se consolidando como a data mais importante de vendas do planeta. Deve superar hoje a marca de US$ 25,3 bilhões em vendas registrada no ano passado. Tudo começou em 1993, quando um grupo de amigos -solteiros -da universidade de Naquim resolveu celebrar a solteirice, numa espécie de "Anti-Dia dos Namorados". A data da brincadeira não foi definida à toa, mas há várias explicações para ela. Uma diz que os quatro algarismos da data 11/11 lembram os traços verticais do ideograma da palavra chinesa "guanggun", associada aos solteiros. Outra diz que os quatro algarismos simbolizam quatro pessoas solitárias. Para os chineses, o que importa é que, assim como no Dia dos Namorados, a celebração dos sem par é feita com a troca de presentes e até mesmo mimos comprados para si mesmo. A montanha de dinheiro das vendas do ano passado é duas vezes e meia o que movimentaram, juntas, a Black Friday e a Cyber Monday americanas em 2017, quando as vendas bateram em US$ 9,5 bilhões.


US$ 1,4 BI EM MINUTOS


Assim como as vendas, o número de empresas que entram na brincadeira também cresce exponencialmente. Em 2009, apenas 27 marcas participaram da promoção. No ano passado, foram 140 mil, sendo 60 mil internacionais, com mais de 15 milhões de produtos em oferta. Este ano, o evento deve reunir 180 mil marcas e 200 mil lojas de varejo. Nos últimos anos, a gigante global de comércio eletrônico Alibaba tem sido a principal patrocinadora do Dia dos Solteiros. A empresa o classifica como "o maior evento de compras do mundo". Nos primeiros minutos de hoje, a companhia já vendeu 10 bilhões de yuans (US$ 1,44 bilhão). Os itens mais vendidos foram da Xiaomi, Apple e Dyson (marca britânica que fabrica de aspiradores de pó a secadores de cabelo). A companhia costuma promover uma contagem regressiva para a data e organiza um show com astros e estrelas mundiais. Participam da edição d e hoje o Cirque du Soleil e a cantora Mariah Carey.



Como toda celebração de vendas que se preze, pechinchas e descontos fazem parte. Alguns produtos chegam às prateleiras 40% mais baratos. Mas a estratégia para fisgar clientes não fica por aí. No ano passado, uma marca de bebidas chinesa ofereceu fornecimento vitalício de um licor de cereais, conhecido como "baijiu", por US$ 1,6 mil. Trinta e três clientes conseguiram fazer a compra. Por causa de promoções do gênero, é comum ver chineses correndo pelas ruas do país atrás de barganhas e enchendo seus carrinhos -virtuais ou reais. O número de pedidos on-line chega a 1,5 bilhão. As transportadoras trabalham sem parar durante mais de seis dias após o evento para entregar as encomendas. Muita gente diz que o evento reúne as características da cerimônia do Oscar, da celebração de Ano Novo na Times Square ou da final do Super Bowl, nos EUA, mas num só acontecimento, com direito a desfile de famosos como Nicole Kidman e Pharrell Williams. Pode ser exagero, mas os chineses têm verdadeira adoração por esse tipo de competição comparativa com os americanos.


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