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O Globo Online (RJ) ( Economia ) - RJ - Brasil - 28-10-2018 - 10:54 -   Notícia original Link para notícia
Black Friday: hora de pesquisar e guardar provas

Levantamento mostra que 90% dos consumidores voltariam a comprar na megaliquidação. Mas problemas com atrasos na entrega, cancelamentos e risco de fraudes bancárias exigem atenção redobrada de clientes


Apouco menos de um mês da Black Friday, as grandes redes de varejo já começam anunciar promoções, antecipando o que se espera para a megaliquidação, de inspiração americana, marcada para 23 de novembro. A expectativa é que haja um crescimento no faturamento de 15%, em relação à edição do ano passado, para R$ 2,4 bilhões, segundo o Ebit, consultoria especializada em informações sobre comércio eletrônico. Nove entre dez consumidores que foram às compras na Black Friday em 2017 afirmam que repetiriam a dose este ano. É o que aponta pesquisa feita pelo Zoom, site e app comparador de preços de produtos, com nove mil internautas, divulgada com exclusividade pelo GLOBO. Se no geral há satisfação com a experiência da última edição, entre os consumidores que relataram problemas com a megaliquidação, os atrasos na entrega foram os mais frequentes (55%). A segunda maior queixa é a falta de estoque, relatada por 29% dos entrevistados. Matheus Soutto, desenvolvedor de sistemas, teve os dois problemas no ano passado ao comprar um headphone, no site Lafio (atualmente fora do ar), que estava abrigado na página Americanas.com. Às vésperas da entrega, marcada para 21 de dezembro, foi informado de que haveria atraso. Prazo estourado, Soutto foi notificado que não havia mais o produto em estoque, e a única solução seria cancelar a compra.


GUITO MORETOOlho no prazo. Victor Gonçalves diz não ter se dado conta da mudança de prazo de entrega de sete para 22 dias


- Não pedi o cancelamento, reclamei, esperei, fiz de tudo. Eles arbitrariamente cancelaram meu pedido e me reembolsaram só em janeiro. Saí prejudicado - queixa-se Soutto. A Americanas.com reconheceu o "equívoco no atendimento" e informou não trabalharmaiscomaqueleparceiro. Pelo segundo ano, os chamados marketplaces -, área do site de grandes varejistas em que são vendidos produtos distribuídos por outras empresas - estão no radar do Procon-SP. Bruno Stroebel, supervisor de fiscalização do órgão, recomenda que os consumidores redobrem a atenção e verifiquem quem de fato será o fornecedor.


- As pessoas, muitas vezes, não se dão contam e acabam se assustando ao receber um produto da loja do seu José, quando acham que compraram numa grande rede. Pelo Código de Defesa do Consumidor, a loja âncora tem corresponsabilidade, caso aconteça algum problema, mas é melhor sempre se prevenir -diz Stroebel.


ATENÇÃO AOS PRAZOS


O estudante Victor Hugo Gonçalves redobrou a atenção com o prazo de entrega após a edição de 2016. Ele havia comprado um celular no Submarino.com um dia antes da Black Friday. Diante da promoção, decidiu cancelar a operação e fazer nova compra. O primeiro aparelho, adquirido na quinta-feira, véspera da Black Friday, chegou em três dias e foi devolvido, enquanto o celular da compra de sexta-feira só chegou passados cerca de 20 dias. - Vinha pesquisando preços e nem me dei conta da mudança de prazo. O padrão era de sete dias, mas, às vésperas da promoção, passou para 22 dias -diz Gonçalves. Procurado, o Submarino. com disse ter feito a entrega após cinco dias. Gonçalvez, no entanto, nega a informação. -Quem está pensando em antecipar as compras de Natal deve levar em consideração se há uma margem segura para imprevistos. Além disso, é preciso se informar previamente para comprar um produto adequado a sua necessidade - diz Nayla Pires, executiva do Zoom, acrescentando que a plataforma oferece consultoria de especialistas.


A pouco menos de um mês da Black Friday, Stroebel diz que o momento é, de fato, de iniciar a pesquisa sobre preços e de juntar provas: -Quando falo em pesquisa, não é só do valor, mas da qualidade dos produtos e da reputação das empresas. É importante, ao encontrar o produto desejado, fazer um print das páginas para que, se houver fraude, seja possível brigar pelo seu direito. No dia mesmo da promoção,


há uma pressão enorme para que a compra seja feita por impulso, e quem não pesquisou pode acabar não fazendo o melhor negócio.


RISCO DE FRAUDE


Mais do que o risco de falsos descontos, os especialistas alertam sobre os sites fraudulentos e os links maliciosos que se multiplicam durante a Black Friday, com um único objetivo: roubar dados bancários. Na última semana, a PSafe, fabricante de antivírus, identificou 12 sites, além de páginas falsas em redes sociais, com ofertas vinculadas à promoção. A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) vai lançar, na segunda quinzena de novembro, nas redes sociais, uma campanha de alerta sobre golpes, com orientação sobre como evitá-los. Entre as principais recomendações


está não clicar em links, principalmente se vierem em e-mails não solicitados. Ao clicar em um link desconhecido, o consumidor pode ser direcionado para uma página falsa, ou até instalar aplicativos maliciosos na sua máquina. Caso receba uma ligação para confirmação de suposta compra no seu cartão, a qual não reconheça, a Febraban orienta não informar dados pessoaisnemdigitarsuasenha ao telefone. Antes de fazer uma ligação para o banco, é preciso verificar se há sinal de discagem no seu telefone. A instituição alerta para o fato de que fraudadores podem usar técnicas para deixar a linha presa, para que o consumidor acredite que ligou para seu banco e forneça seus dados.


* Estagiário, sob a supervisão de Luciana Casemiro


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