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Estado de Minas Online ( Economia ) - MG - Brasil - 24-10-2018 - 04:00 -   Notícia original Link para notícia
Inadimplência é maior entre idosos e mulheres

Pesquisa do SPC mostra que em setembro o não pagamento de dívidas cresceu 29,68% entre consumidores de 65 a 94 anos, 3,48% no público feminino e 2,35% entre os homens em Minas
As mulheres e os idosos acima de 65 anos são as categorias de consumidores mais inadimplentes em Minas Gerais, revela pesquisa, baseada no cadastro do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), da de Belo Horizonte (/BH). Segundo o levantamento, em um ano, entre setembro de 2018 e setembro do ano passado, a quantidade de consumidores com dívidas em atraso aumentou 4,32% no estado - os números absolutos de pessoas com o "nome sujo" não são divulgados. Considerando as dividas por faixa etária, houve um aumento da inadimplência de 29,68% entre as pessoas com idades que vão de 65 a 94 anos, em relação ao mesmo período do ano passado. Na mesma base, o estudo mostra que inadimplência das mulheres aumentou em 3,48% enquanto entre os homens cresceu 2,35%.

A /BH afirma que o aumento dos devedores é reflexo da elevação da inflação, cujo acumulado dos últimos 12 meses chegou a 3,34%, e do nível de desemprego, da ordem de 12,4% no segundo trimestre de 2018 no país, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). "O enfraquecimento do ritmo de crescimento econômico contribui para manter o desemprego elevado, o que proporciona o avanço no quadro de inadimplência", explica o presidente do Conselho Estadual do SPC, .

"Além disso, o aumento da inflação impacta, diretamente, no custo de vida das famílias, diminuindo a renda disponível para o pagamento das dívidas" acrescenta. O parcelamento e o atraso do pagamento dos salários dos servidores públicos do estado também vêm influenciado o aumento de inadimplentes em Minas.

Na variação mensal, entre agosto e setembro, houve queda de 0,61% no número de pessoas com débitos (cartão crédito, boletos, cheque especial e outros) no estado. A redução temporária foi atribuída à diminuição da taxa de juros e a entrada na economia da "renda extra" de liberações do PIS/Pasep pelo governo e ao pagamento da primeira parcela do 13º salário dos aposentados do INSS em agosto. O comércio tem a expectativa de que com a aproximação do Natal e o pagamento da primeira parcela do 13º salário em novembro, a queda da inadimplência venha a ser maior.

Os mais velhos

ressalta que as pessoas acima de 65 anos são altamente afetadas pela crise econômica. "Essas pessoas, em sua maioria, são aposentadas e têm suas despesas elevadas com o os gastos elevados, pois pagam planos de saúde mais caros e têm mais despesas com medicamentos e com alimentação", diz Falci.

Ele salienta que outro fator que favorece a inadimplência entre os idosos é o fato de os salários dos aposentados - "com exceção de algumas categorias privilegiadas" - sofrem corrosão anualmente, por serem corrigidos com índices abaixo da inflação. "Além disso, muitos deles seguem sendo os responsáveis financeiros pelas famílias, tendo que arcar com todas as despesas domésticas, o que impede que destinem seus recursos para o pagamento dos débitos em atraso", acrescenta o presidente do conselho do SPC.

Falci assinala ainda que pessoas acima de 65 anos bancam as despesas dos filhos e dos netos e boa parte também sustenta os pais, o que impede a destinação de recursos para o pagamento de dívidas em atraso. "São os indivíduos sanduíche, responsáveis pelas despesas das diferentes gerações da família", ressalta o representante da . Ele lembra ainda que muitos aposentados "emprestam" os nomes para a realização de compras a credito pelos filhos ou netos, mas estes últimos não pagam os compromissos, deixando que os pais ou avós fiquem com os "nomes sujos", entrando para o cadastro de inadimplentes.

Elas tem mais dívidas mas compram mais

De acordo com a /BH, a inadimplência do público feminino tem apresentado crescimento devido o desemprego entre elas ser mais elevado e também pelo fato de as mulheres terem renda mais baixa que os homens. A entidade observa que, atualmente, a taxa de desemprego entre as mulheres é de 13,9% e de 11% entre os homens, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). Por outro lado, o IBGE aponta que o rendimento mensal médio delas é de R$ 1.519,00 enquanto a média salarial masculina é de R$ 2.072,00 por mês.

destaca que as mulheres são mais afetadas pelo desemprego e que elas também fazem mais compras do que os homens. "As mulheres compram mais. Mas, quando se trata de aquisições que envolvem valores maiores, como de veículos, eletrodomésticos e outros bens duráveis, que compra são os homens", afirma o presidente do Conselho Estadual do SPC.

Calote cresce nas empresas

O estudo revela ainda que em setembro, houve um aumemto de 4,88% inadimplência das empresas mineira em relação ao mesmo período do ano passado. O segmento com maior quantidade de empresas devedoras é o setor de serviços, com 7,56%. "A atual situação econômica vem desafiando as empresas mineiras. Elas têm encontrado dificuldades para equilibrar o orçamento e por isso seguem acumulando contas em atraso", avalia Falci. "A recuperação da economia segue mais lenta do que o previsto, e não tem sido suficiente para recuperar as perdas dos últimos anos", comenta ele. O endividamento das empresas cresceu 0,23% em um ano (setembro de 2017 a setembro de 2018).


Palavras Chave Encontradas: Bruno Falci, Câmara de Dirigentes Lojistas, CDL
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