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O Globo Online (RJ) ( Economia ) - RJ - Brasil - 15-10-2018 - 08:29 -   Notícia original Link para notícia
Ações de estatais são oportunidade de ganho, mas só a longo prazo

Petrobras, BB e Eletrobras se destacam. Analistas ressaltam, porém, que papéis enfrentarão volatilidade até o 2º turno


As ações de empresas estatais ganharam os holofotes em meio à disputa eleitoral. A expectativa sobre quem deve ganhar as eleições e a política econômica do próximo governo levam forte volatilidade a esses papéis. Para quem busca ganho a longo prazo, isso pode se traduzir em boas oportunidades. No entanto, alertam especialistas, é preciso estar atento aos riscos embutidos nessas escolhas, em especial a curto prazo.



A Eletrobras é um exemplo disso. A vantagem do candidato do PSL, Jair Bolsonaro, na disputa pela Presidência frente ao segundo colocado, Fernando Haddad (PT), fez as ações da empresa dispararem no dia 8 deste mês, após o primeiro turno: 18% nos papéis preferenciais (PN, sem direito a voto). O motivo é que Paulo Guedes, guru econômico do deputado, defende um amplo plano de privatizações. Com uma gestão privada, avaliam investidores, a Eletrobras poderia se tornar mais eficiente e lucrativa.


SETOR BANCÁRIO É APOSTA


Mas a frustração veio dois dias depois, ao Bolsonaro dizer que não privatizaria a geração de energia, somente a distribuição. As ações da Eletrobras caíram quase 10%


-Ele frustrou as expectativas. Isso jogou um pouco de água fria no otimismo do mercado - diz Glauco Legat, analista-chefe da corretora Spinelli.


Em 2018, as ações da Eletrobras acumulam ganhos de 5,7%. Em relação à sua maior cotação do ano, quando o governo Temer trabalhava para a privatização da empresa, os papéis perdem 17,9%.


Legat lembra que Guedes defende arrecadar no mínimo R$ 1 trilhão em privatizações e venda de outros ativos da União para abater da dívida pública. Nos cálculos do analista da Spinelli, as participações em estatais negociadas em Bolsa (Banco do Brasil, Eletrobras e Petrobras) somam cerca de R$ 250 bilhões.


- Olhando pelo que o Bolsonaro falou, ao afirmar que não venderá ativos estratégicos, acho que não dá para levar esse valor tão a sério -diz Legat, para quem o BB tem maior potencial de ganhos.


O banco público também é a estatal preferida por Rafael Bevilacqua, estrategista chefe da Levante Investimentos. Para ele, o setor bancário tende aman tero crescimento dos ganhos coma recuperação da economia:


- O setor bancário é um bom negócio independentemente do cenário, e o Banco do Brasil, entre os grandes, está barato. A expectativa


é de melhora de crédito, coma retoma dada confiança e desem pregoem queda.


As ações do banco, no ano, acumulam alta de 17,2%, contra 8,5% do Ibovespa.


- Há um sentimento de que vamos ter uma menor interferência do Estado na economia -resume Pedro Guilherme Lima, analista da Ativa Investimentos.


Nocas o demudanças no cenário eleitoral, com avanço de Haddad, esses papéis seriam fortemente pressionados. O maior te moré ode ingerência nas estatais, como ocorreu no governo Dilma Rousseff.


- Assim, essas ações já incorporaram praticamente todos os ganhos de uma vitória do Bolsonaro. Uma segunda onda de valorização vai depender da gestão a ser implementada -diz Bevilacqua.


Além desse risco político, a Petrobras, que retomou o posto de empresa mais valiosa da Bolsa brasileira, ainda tem influência direta da cotação internacional do petróleo. Parte da recuperação da estatal está atrelada a isso: as ações PN sobem 57,4% no ano, enquanto o barril do tipo Brent acumula alta de cerca de 25%.


NOS ESTADOS, CENÁRIO IGUAL


Com relação às estatais estaduais, a Cemig se destaca, com valorização de 57% no ano. O segundo turno em Minas Gerais está sendo disputado por Romeu Zema (Novo) e Antonio Anastasia


(PSDB), ambos favoráveis à privatização da empresa de energia. Os investidores demonstram preferir uma vitória de Zema: após uma pesquisa de intenção de voto apontar sua vantagem, os recibos de ações da Cemig negociados na Bolsa de Nova York (ADRs, na sigla em inglês) subiram 7,85% na sexta-feira, feriado no Brasil.


Bevilacqua, da Levante, lembra, porém, que a Cemig precisa de ajustes. A perspectiva é que essa forte valorização continue, mas é uma opção mais indicada para o investidor de longo prazo, dada a volatilidade. Para quem quer correr menos riscos, ele recomenda outra estatal mineira, a Copasa.


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