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Estado de Minas Online ( Negócios e Oportunidades ) - MG - Brasil - 23-09-2018 - 10:55 -   Notícia original Link para notícia
Receita para crescer

Setor de panificação realiza congresso em Belo Horizonte para discutir tendências e inovações. Turbulência econômica e alta do dólar impactam, mas empresários adotam novas estratégias


José Batista de Oliveira, presidente da Abip: "Temos padarias que promovem café da manhã, almoço e até happy hour. O setor está procurando se adequar à atual crise econômica pela qual o país está passando"

Em meio à crise econômica no Brasil, o segmento de panificação permanece estável. No ano passado, o faturamento do setor foi de R$ 90 bilhões, ante R$ 85 bilhões em 2016. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria da Panificação e Confeitaria (Abip), das 70 mil padarias espalhadas pelo país, quase todas são micro e pequenas e empresas (cerca de 93%), grande parte delas investindo bastante para crescer.




O setor de panificação está entre os seis maiores segmentos da indústria do Brasil e o segundo maior de alimentos prontos, com participação de 36% na indústria de produtos alimentares e 6% na de transformação. Trata-se de um setor que gera mais de 2 milhões de postos de trabalho, sendo 890 mil empregos diretos e 1,2 mil indiretos. Para discutir o mercado, as tendências e inovações do setor, a Abip promoverá entre 26 e 30 de setembro, em Belo Horizonte, a 31ª edição do Congrepan 2018 - Congresso Brasileiro da Indústria de Panificação e Confeitaria - Receita de sucesso - Alimentação Saudável, Inovação e Produtividade.



Para José Batista de Oliveira, presidente da Abip e do Sindicato da Indústria da Panificação de Minas Gerais (SIP), o setor anda muito impactado pelas questões cambiais. "Para se ter uma ideia, no Brasil, o setor gasta cerca de 11 milhões de toneladas de trigo por ano e um pouco mais da metade vem da Argentina. Diante disso, com a desvalorização do real perante o dólar, as coisas se complicam. Além disso, estamos convivendo com a alta de energia na composição dos custos. Ainda assim, o setor está animado", garante o executivo.



Ele ressalta que os empresários do segmento estão buscando se inovar. "Hoje, já temos padarias que promovem café da manhã, almoço e até happy hour. O setor está procurando se adequar à atual crise econômica pela qual o país está passando. Este ano, infelizmente, está pior do que 2017, mais desafiador, diria. A demanda continua baixa e o segmento está com dificuldade de repassar os aumentos que têm ocorrido durante o ano."



José Batista diz que, com a demanda em baixa, tudo fica mais difícil. "Esse quadro tem sido um desafio grande a ser vencido pelo setor. Estamos mais otimistas com relação a 2019. Aliás, somos otimistas por natureza. A expectativa é que depois das eleições o cenário esteja mais positivo. Essa confusão política que se instalou no país também ajudou a atrapalhar bastante. Acredito que a poeira baixe após as eleições, que haja uma melhoria na economia e que a confiança dos empreendedores e clientes volte a se instalar novamente. Do jeito que está, os empresários não investem, as reformas são postergadas e por aí vai. Vamos torcer para que tudo melhore após as eleições."

EXPANSÃO Apostando no setor de panificação, Milton e Letícia Cruz montaram, há 29 anos, a Panificadora Palmeiras. Hoje, eles contam também com a ajuda do filho Breno, além de 56 colaboradores. "Começamos pequenos, apenas com a padaria, mas ao longo dos anos fomos crescendo e hoje temos também lanchonete, mercearia e restaurante, tudo funcionando em um mesmo local de mais de 800 metros quadrados", conta Letícia, que é nutricionista.



"Montar uma padaria sempre foi o sonho do Milton. Começamos fazendo de tudo um pouco e o fato de ser nutricionista nos ajudou bastante. Quando nosso filho completou 18 anos, passou a trabalhar com a gente. Com o tempo, fomos crescendo e expandindo a loja e os negócios, o que vem dando certo, graças a Deus. Nossa última grande reforma foi em 2014", conta Letícia.



Ela acredita que o diferencial da Panificadora Palmeiras para os concorrentes está na qualidade dos produtos, "com os quais fidelizamos a nossa clientela. Buscamos a qualidade o tempo todo, mesmo porque também consumimos nossos produtos. Não temos meio termo, é a qualidade acima de tudo. Também procuramos sempre o bem-estar de nossos colaboradores".
Letícia considera o faturamento satisfatório, mas alega que a crise econômica pela qual o país está passando faz com que a receita não cresça no momento. "Podemos melhorá-lo. Por isso estamos fazendo uso de novas ferramentas, como as redes sociais. Estamos no Facebook, Instagram e temos o nosso site, nos quais colocamos nossos produtos em exposição e isso tem nos ajudado bastante", garante.



A empresária ressalta que a panificadora também faz festivais criativos, o que tem atraído pessoas do bairro e de outros pontos da cidade que experimentam e voltam para comprar. "Nos festivais também fazemos lançamentos que se tornam atração em pouco tempo. Além do mais, ter optado pelo marketing digital foi uma grande ideia, uma nova ferramenta, uma inovação que despertou a atenção de muita gente e que muito tem nos ajudado", diz Letícia.



A empresária conta que pretende ampliar a panificadora. "Investir no ramo talvez fosse mais complicado para quem quer entrar agora. No nosso caso, como estamos há quase 30 anos no mercado, as coisas são mais fáceis, pois temos uma clientela fidelizada e fazemos vários produtos que já são sucesso", ressalta a empresária. "Pensamos em melhorias, em novos projetos, pois nosso espaço é muito grande. E precisamos acompanhar sempre as novas tendências do mercado, não podemos parar no tempo."


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