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O Globo Online (RJ) ( Economia ) - RJ - Brasil - 22-09-2018 - 08:14 -   Notícia original Link para notícia
Prévia da inflação registra menor resultado em 12 anos

IPCA-15 tem alta de apenas 0,09% em setembro, como reflexo da queda nos preços de alimentos. No acumulado em 12 meses, índice é de 4,28%


Aprévia da inflação oficial registrou o menor avanço do ano e a taxa mais lenta para o mês de setembro em 12 anos. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) subiu 0,09% em setembro, frente a uma alta de 0,13% no mês anterior, informou ontem o IBGE. É a menor taxa desde setembro de 2006. Para especialistas, o resultado diminui a pressão para que o Banco Central (BC) antecipe o início de uma trajetória de alta na taxa básica de juros da economia, a Selic.


Esta semana, o Comitê de Política Monetária (Copom), do BC, manteve a Selic estável em 6,5% e sinalizou que poderia subir os juros caso houvesse piora no cenário para a inflação. No comunicado, o BC citou os efeitos secundários da pressão cambial sobre os preços. Mas destacou que a economia brasileira ainda trabalha com um elevado nível de ociosidade. Ou seja, fábricas e lojas estão com a demanda fraca. Muitos economistas estão preocupados com os efeitos do dólar nos preços, já que a moeda americana já subiu 23% este ano. Mas o resultado do IPCA-15 veio bem abaixo do previsto pelo mercado financeiro, que estimava alta de 0,18%.


"Isso reforça a a sinalização do Copom de que não há efeito significativo de pressões inflacionárias", afirmou em nota a economista do Santander, Tatiana Pinheiro. O economista Alberto Ramos, do banco de investimentos Goldman Sachs, destaca que, apesar da alta do dólar, a economia ainda está crescendo em ritmo baixo, com desemprego elevado. Além disso, as expectativas para a inflação futura estão ancoradas, ou seja, estão abaixo da meta definida pelo BC para este ano.


TARIFA DE ENERGIA PESA


Nos 12 meses até setembro, o IPCA-15 acumulou alta de 4,28% - no mês anterior, ficou em 4,30%. O centro da meta de inflação este ano é de 4,5% pelo IPCA, com margem de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Mesmo assim, Ramos prevê que há um risco crescente de que o BC comece a "normalizar" a política monetária, ou seja, volte a subir os juros, antes do fim deste ano. Ele lembra que o cenário externo é desfavorável às economias emergentes e pode levar a uma desvalorização adicional do real. E, principalmente, há incertezas sobre o rumo político que o país vai adotar após as eleições presidenciais e se as reformas fiscais necessárias serão adotadas.


Os preços de alimentos no domicílio recuaram 0,70%, graças às quedas de cebola (18,51%), batata-inglesa (13,65%), leite longa vida (6,08%) e carnes (0,97%). Se os alimentos deram alívio, houve alta de 0,34% nas tarifas de energia elétrica, no sétimo mês consecutivo de aumentos na conta de luz. Nos últimos 12 meses, a tarifa de energia subiu 19%.


O Itaú Unibanco projeta que, no mês, o IPCA encerre com alta de 0,46%. Com isso, a taxa em 12 meses iria a 4,51%, contra 4,19% em agosto.


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