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Diário do Comércio online - BH (MG) ( Economia ) - MG - Brasil - 11-09-2018 - 09:16 -   Notícia original Link para notícia
Atraso de salários impacta comércio

O comércio em Minas Gerais e na Capital tem sentido os impactos negativos dos atrasos e parcelamentos dos salários dos servidores estaduais, que também têm causado apreensão em relação às vendas para as datas comemorativas do segundo semestre.


A Secretaria de Estado da Fazenda de Minas Gerais definiu ontem novos critérios para a escala de pagamento dos servidores públicos no mês de setembro. A mudança, que foi debatida com representantes de sindicatos que integram a Comissão de Acompanhamento da Folha de Pessoal, reduziu o escalonamento.


Segundo as novas regras a serem adotadas, para os servidores do Ipsemg, Fhemig, Hemominas e Segurança Pública, a 1ª parcela, de até R$ 3 mil, será paga no dia 13 de setembro e o restante do salário pago no dia 26. Os demais servidores ativos, inativos e pensionistas vão receber R$ 2 mil também no dia 13 de setembro, seguido de um complemento de R$ 1 mil no dia 20, enquanto o restante do salário será pago no dia 28 de setembro.


Na avaliação da economista da de Belo Horizonte (/BH), Ana Paula Bastos, os dois principais impactos dos atrasos são o crescimento da inadimplência entre esses consumidores e, consequentemente, a influência negativa nas vendas devido à falta de renda em circulação.


"A renda disponível do servidor está sendo consumida por juros e multas porque não conseguem quitar as contas em dia. Os gastos com o custo de vida para pagar os débitos em atraso fazem com que sobre pouca renda para o comércio, que também sente, com queda nas vendas e necessidade de planejamento dos estoques de acordo com as datas definidas pelo governo para o pagamento dos salários", explicou.


Se não houver regularização dos pagamentos nos próximos meses, a economista da /BH ressalta que o comércio pode ser prejudicado em todas as datas comemorativas, principalmente no Natal. "O consumidor poderia comprar um presente, mas não o faz porque não está recebendo. Ainda não observamos queda nas vendas, mas não há crescimento como esperado e a economia ainda não voltou a se recuperar de forma a fomentar o emprego", armou Ana Paula Bastos.


Planejamento - O escalonamento dos salários dos servidores estaduais tem aumentado a cautela dos consumidores, a necessidade de mudanças no planejamento financeiro e a consequente retração das vendas em Minas e em Belo Horizonte na análise do economista da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Minas Gerais (FCDL-MG), Vinícius Carlos da Silva.


Para Silva, há um forte impacto para o comércio porque a estabilidade do emprego dos servidores públicos está diretamente relacionada com a cobrança do consumidor. Portanto, se o servidor não está cofiante do valor que terá disponível para utilizar durante o mês, ele gasta menos em uma economia que está retraída."Muitos servidores aguardavam o dinheiro em determinada data e não conseguiram honrar seus compromissos financeiros. Essa restrição prejudica a estabilidade do consumidor, que cada mais cauteloso para adquirir presentes em datas comemorativas", disse.



"Quando há atrasos nos salários e o consumidor está acostumado com um padrão de gastos, há o risco de que ele entre para a lista de negativados. Mesmo com planejamento, os servidores têm que reduzir suas compras porque o valor que ele estava acostumado a receber não vai estar mais disponível", esclareceu o economista.


Silva explica ainda que a redução do dinheiro em circulação é o principal ponto negativo para o comércio. A falta de uma data definida para receber o salário gera uma demanda reprimida para aquecimento da economia e faz com que o consumidor adie as compras, priorizando os bens de primeira necessidade, o que afeta as vendas durante as datas comemorativas.


VENDAS TÊM ALTA DE 0,9% EM AGOSTO NO PAÍS


São Paulo - As vendas do comércio varejista no País cresceram 0,9% em agosto na comparação com o desempenho registrado em julho, revela indicador da Serasa Experian. Já em comparação a agosto de 2017 subiu 7,9%, enquanto no acumulado do ano a alta é de 6,7% em relação ao período equivalente do ano passado.


O segmento de veículos, motos e peças (3,4% ante julho) sustentou a alta de agosto, aponta a Serasa Experian, "beneciado pela expansão do crédito neste segmento, bem como pela recuperação do setor de supermercados, hipermercados, alimentos e bebidas". A instituição lembra que o movimento ocorre após os efeitos funcionários temporários da paralisação dos caminhoneiros em maio terem sido superados.


Também registraram alta nos negócios os setores de móveis, eletroeletrônicos e informática (0,1%); combustíveis e lubricantes (0,8%); material de construção (0,5%). Apenas o segmento de tecidos, vestuário, calçados e acessórios registrou retração (-1,9%). Entre janeiro e agosto, os segmentos de móveis, eletroeletrônicos e informática e o de veículos, motos e peças cresceram 14,8% e 6,3%, respectivamente.


Já em terreno negativo estão: supermercados, hipermercados, alimentos e bebidas (-2,6%); combustíveis e lubricantes (-3,0%); tecidos, vestuário, calçados e acessórios (-1,7%); material de construção (-5,8%). (AE)




Palavras Chave Encontradas: Câmara de Dirigentes Lojistas, CDL
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