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Estado de Minas Online ( Economia ) - MG - Brasil - 08-08-2018 - 04:00 -   Notícia original Link para notícia
E os interesses dos eleitores?

Manobras e troca de ofensas em Minas consomem a energia que os políticos deveriam dedicar a propostas em favor da população e não deles mesmos
O espetáculo em Minas da disputa de poder dentro dos próprios partidos políticos para definir seus candidatos às eleições de outubro é patético do ponto de vista do cidadão à espera de novas e efetivas ideias para o fim da crise econômica e financeira do estado e do país. Manobras e troca de ofensas consomem a energia e o tempo que os políticos deveriam dedicar à construção de propostas em favor dos eleitores e não deles mesmos. Nem é preciso começar do zero para entender melhor os problemas urgentes que o próximo governador, independentemente da agremiação e das alianças feitas agora, terá de enfrentar.

Empresários da indústria, do comércio e do setor de serviços e os trabalhadores lidam todo dia com eles, mas parecem falar para ouvidos moucos. O déficit das contas públicas e a reforma da burocracia estatal sempre adiada, deixando os servidores na indigna situação de trabalhar e não receber o salário em dia, são temas essenciais para ser resolvidos em Minas, na avaliação dos presidentes da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), Flávio Roscoe, e da de Belo Horizonte (-BH), .

Na essência, são também problemas que não podem esperar mais, para o secretário-geral da CUT Minas, Jairo Nogueira Filho. Além da gravidade dos atrasos de pagamento dos salários dos servidores e professores do estado, Flávio Roscoe destaca a pouca disposição dos investidores de colocarem dinheiro na produção de bens e serviços. "Não se pode pensar em solução para esses problemas por meio de aumento de impostos. Minas já cobra 20% a mais que seus pares em percentual da carga tributária sobre o PIB", afirma.

, presidente da -BH, destaca que a redução do custo da máquina pública tem de ser premissa de um plano de governo, incluindo a simplificação de obrigações tributárias acessórias, em especial para micro e pequenas empresas sufocadas por tantas exigências fiscais. "O novo governador precisará estabelecer metas de redução gradual da carga tributária, viabilizando uma política tributária equilibrada em relação aos demais estados", diz.

A proposta da CUT Minas, segundo Jairo Nogueira, pressupõe que seja feita auditoria tanto no déficit quanto na dívida pública de Minas, que se agravam desde 2014, e o corte de renúncias fiscais. "Em 2014 e 2015, o estado renunciou em receitas próprias o equivalente aos investimentos de R$ 5 bilhões por ano que são aplicados na área da educação", critica Jairo Nogueira. A extensão do desemprego, que não tem recebido a atenção dos políticos embora seja também problema grave para um país que precisa retomar e fortalecer o seu mercado interno de consumo, não pode ser entendida como uma questão do governo federal.

Como medida que poderia ser tomada pelo próximo governador, Nogueira defende a volta dos concursos públicos em empresas como Cemig e Copasa. "No setor privado, entendemos que podem ser propostas ações para estimular o debate e soluções para o grande número de desempregados, principalmente no setor da metalurgia. De acordo com o IBGE, o desemprego em Minas atingiu 1,42 milhão de pessoas, numa proporção de 12,6% da chamada população economicamente ativa (o conjunto de empregados e trabalhadores à procura de uma oportunidade) no primeiro trimestre do ano.

BOLSO APERTADO

41,39%

Foi o percentual do rendimento líquido do trabalhador que ganhou o salário mínimo em BH no mês passado gasto na alimentação mínima, segundo o Dieese.

A cesta básica de 13 produtos custou R$ 363,28.

EFICIÊNCIA

A defesa da Fiemg de um Estado menor, segundo o presidente da entidade, Flávio Roscoe, está associada ao conceito de um Estado mais eficiente não só como entendem as empresas, mas para atender à população. Uma das principais reivindicações nesse aspecto é a de que tanto os eleitos na esfera estadual quanto na federal não sejam "candidatos avessos à produção ou que demonizem o empresariado". "Isso seria um desastre", completa Roscoe.

FRAUDADORES

A /BH propõe a criação da primeira delegacia especializada de repressão a crimes contra o comércio na capital mineira. O presidente da entidade, , diz que a intenção, com a medida, é facilitar a investigação, acolher denúncias e punir fraudadores da atividade. Os empresários do setor pedem, ainda, o reforço do policiamento nos principais centros comerciais da cidade.


Palavras Chave Encontradas: Bruno Falci, Câmara de Dirigentes Lojistas, CDL
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