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O Globo Online (RJ) ( Economia ) - RJ - Brasil - 05-08-2018 - 12:55 -   Notícia original Link para notícia
Rapidez e abrangência, novo modelo de delivery

Com tecnologia e rede colaborativa de entregadores, empresas prometem levar qualquer produto até o cliente em minutos, a partir de parcerias com varejistas de todos os tamanhos, das Casas Bahia à farmácia da esquina


"Tarefas como ir ao sapateiro ou à farmácia tomam um tempo que poderia ser aplicado em atividades mais produtivas"
_ Leonardo Julianelli, consultor


Acrescente falta de tempo dos brasileiros, o ocaso dos Correios e o desemprego agudo dão à luz um novo modelo de start-ups de entregas. Das que têm apps que prometem entregar qualquer coisa em velocidade ultrarrápida a outras que contornam o obstáculo de levar encomendas a quem mora em áreas de risco ou nunca está em casa, essasst ar tupsseins piram nas filosofias de Ubere Ama zone têm conquistado parcerias com varejistas de todos os tamanhos, das Casas Bahia à farmácia da esquina.


ROBERTO MOREYRAAplicativo. Danielle Almeida, de 27 anos, é "shopper" do Rappi e fica baseada em um supermercado na Zona Sul do Rio: de 70 itens para um só cliente ao simples pedido de um arroz para o almoço


Dois exemplos são Rappi e Glovo, que chegaram ao Rio há poucos meses. As duas têm a mesma proposta -entregar qualquer produto, mesmo de lojas não cadastradas, em questão de minutos -, o que só se tornou possível graças a evoluções recentes de tecnologia e hábitos de consumo.


Um dos pilar e sé a rede colaborativa de entregadores, que aplica ao delivery o modelo do Uber. O chamado crowdshipping só pôde amadurecer após a popularização de smartphones com geolocalização e pacotes de dados acessíveis a qualquer um. Na outra ponta, Rappi e Glovo estabeleceram seus sites como marketplaces, conceito inventado pela Ama zone que permite a diversas varejistas venderem seus produtos em um mesmo site, formato que vem se consolidando no e-commerce brasileiro. Nos dois sites, é possível comprar do sanduíche do Subway ao pacote de grão de bico do mercado de bairro.


'SHOPPERS'


Mas, segundo Bruno Raposo, do Glovo, a maior novidade do modelo das duas concorrentes é seu caráter tridimensional. Diferentemente dos percussores do delivery via app, como iFood, as novas start-ups lidam com três públicos ao mesmo tempo: clientes, estabelecimentos e entregadores.


- A tarefa é equilibrar as expectativas de todos esses lados já que, no fundo, os três são nossos clientes - diz Ricardo Bechara, diretor de expansão da Rappi, que está em dez cidades do Brasil e cobra fretes a partir de R$ 6,90 por entrega.


Esse equilíbrio é um desafio, já que os três públicos precisam crescer juntos, para nenhum lado ficar desabastecido,


explica Luís Gustavo Lima, da aceleradora de start-ups Ace. E isso depende sobretudo de investimento, acrescenta. As duas estrearam nas capitais com marketing agressivo, graças a investimentos milionários: a Glovo anunciou aporte global de € 115 milhões no mês passado, enquanto a Rappi levantou em março US$ 185 milhões com investidores externos. Para expandir sua base de entregadores, a Glovo os paga mesmo quando não há entregas no Rio.


O equilíbrio também requer o que os especialistas chamam de "densidade": é preciso ter


uma concentração grande de entregadores e estabelecimentos cadastrados em determinadolo calpa raque os clientes satisfaçam sua principal demanda: receber o produto em menos tempo do que demorariam para comprá-los por conta própria. A Glovo diz ter prazo médio de 37 minutos no Rio, e a Rappi, de 29 minutos. Essa necessidade é crescente entre consumidores de classe média alta, observa Leonardo Julianelli, sócio da consultoria de logística Ilos.


-Para esse público, o custo de oportunidade associado ao tempoé muito elevado. Tarefas cotidianas, co moira o sapateiro


ou à farmácia, tomam um tempo que poderia ser aplicado em atividades mais produtivas. Aí, faz sentido ter alguém que cumpra o papel de concierge. Só que, dado o nível de renda no Brasil, essa demanda é muito de nicho - afirma. - Também é limitador o fato de que, para a maioria dos produtos, a entrega ultrarrápida é desnecessária.


Ilustra esse hábito de consumo a figura do shopper. Esse profissional recebe os pedidos dos apps, seleciona os produtos nas gôndolas e encara a fila do caixa no lugar do clientes. A


prática tornou-se corriqueira em cidades americanas por meio de apps como o Instacart. Em certa cena da série "Silicon Valley", sátira da HBO sobre o Vale do Silício, o protagonista percebe ser o único fazendo compras para si próprio em um mercado da região.



- Tem gente que faz compra de mês pelo aplicativo. Uma vez, selecionei 70 pedidos para um só cliente. Outros pedem apenas um item, como um arroz para o almoço do dia -conta Danielle Almeida, de 27 anos, shopper do Rappi baseada em um supermercado Extra em Copacabana.


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