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O Globo Online (RJ) ( Economia ) - RJ - Brasil - 04-08-2018 - 06:59 -   Notícia original Link para notícia
China ameaça retaliar EUA com tarifas de US$ 60 bi

Medida será adotada caso Washington sobretaxe em 25% importações do país asiático, no valor de US$ 200 bilhões


PA China EQUIM E WASHINGTON / divulgou, ontem, uma lista de US$ 60 bilhões em importações americanas às quais planeja aplicar tarifas retaliatórias caso o governo de Donald Trump dê andamento às ameaças de sobretaxas feitas recentemente. O Ministério das Finanças chinês afirmou, em seu site, que as tarifas retaliatórias podem variar de 5% a 25%, afetando 5.207 tipos de produtos americanos, de gás a aviões.


A medida só será tomada, afirma o ministério, se os EUA cumprirem a ameaça de sobretaxarem em 25% US$ 200 bilhões em itens fabricados na China.


A Casa Branca, no entanto, minimizou as declarações de Pequim. O consultor econômico de Trump, Larry Kudlow, chamou a ameaça de "fraca".


- Eu acreditaria que os US$ 60 bilhões são uma resposta fraca aos nossos US$ 200 (bilhões) - disse Kudlow ao canal Fox Business, reconhecendo, no entanto, que "há muito que eles podem fazer para prejudicar nossas empresas na China".


Ele afirmou ainda que Trump está firme em sua resolução sobre os produtos chineses:


- É melhor eles não subestimarem o presidente.


Além da promessa de retaliação, a China também instou Washington a agir racionalmente e retomar as negociações para resolver a disputa.


DOMINÂNCIA EM RISCO


Gás natural liquefeito (GNL) e petróleo cru, até agora fora da guerra comercial, foram incluídos na lista de retaliações de Pequim. Também ontem, segundo fontes, o maior comprador de óleo cru dos EUA, a estatal chinesa Sinopec, suspendeu importações americanas em função da disputa entre os dois países.


Warren Patterson, estrateAs tensões se desenhavam desde a campanha eleitoral de Trump, que acusava a China de condições desleais de comércio, que eliminavam empregos nos EUA. Em julho, a Casa Branca anunciou um plano para sobretaxar em 25% US$ 50 bilhões de importações da China. Naquele mês, a taxa começou a valer para US$ 34 bilhões; o restante viria depois. AChina respondeu com taxa igual, também sobre US$ 34 bilhões. gista de commodity do Banco ING, declarou-se surpreso com a decisão chinesa de sobretaxar o gás.


"Dada a transição que estamosvendonaChina, comum afastamento do carvão e em direção ao gás natural, achei que o governo iria querer garantir um fornecimento adequado", afirmou ele à Bloomberg News, por e-mail.


A inclusão dos dois produtos acontece no momento em que a Casa Branca tem alardeado o crescimento das exportações de energia dos EUA. Trump já afirmou querer que o país domine globalmente o setor.


- É difícil se tornar uma superpotência energética quando um dos maiores consumidores deenergia do mundo está erguendo barreiras ao consumo dessa energia - disse à Reuters Michael Cohen, diretor de pesquisa de mercados de energia do Barclays.


Na última quarta-feira, Trump determinou que seus técnicos analisassem uma tarifa de 25% sobre US$ 200 bilhões em produtos importados da China - até então, o governo trabalhava com uma taxa de 10% sobre esse valor. Ao elevar esse percentual, o objetivo dos EUA era aumentarapressãosobreaChinapara levá-la de volta à mesa de negociações, a fim de discutir demandas americanas por mudanças estruturais na economia chinesa, que reduzissem o déficit comercial americano com Pequim.


O governo Trump impôs tarifas sobre US$ 34 bilhões em produtos chineses no mês passado - o que provocou retaliação imediata da China com taxa igual sobre o mesmo montante -, além de outros US$ 16 bilhões que provavelmente entrarãoemvigornospróximos dias.


ACORDO COM A UE EM 30 DIAS


Também ontem, Kudlow, da Casa Branca, afirmou que os EUA e a União Europeia estão fazendo grande progresso nas negociações comerciais, e alguns acordos podem ser anunciados nos próximos 30 dias.


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