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Portal do Agronegócio - MG ( Notícias ) - MG - Brasil - 30-07-2018 - 14:20 -   Notícia original Link para notícia
Minas registra em junho saldo positivo de 12 mil postos de trabalho

Embora o número tenha sido menor do que o registrado no mesmo mês do ano passado, ele é quase três vezes superior ao verificado em junho de 2016 e indica que o período mais sombrio da economia ficou para trás. Segundo especialistas, a greve dos caminhoneiros impediu que o resultado fosse melhor. Os dados são Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), elaborado pelo Ministério do Trabalho.

A queda na quantidade de vagas começou a se intensificar em 2013, quando a crise financeira internacional foi iniciada. Naquele ano, em junho, o saldo de empregos era de 28 mil postos. No ano seguinte, no mesmo mês, o número já havia reduzido quase pela metade, chegando a 15,7 mil empregos.

De lá para cá, a retração veio a galope, com o fundo do poço alcançado em junho de 2016, com 4,5 mil postos.

O economista e professor do curso de administração do Ibmec, Eduardo Coutinho, explica que a leve ascensão registrada nos postos de trabalho nos últimos dois anos reflete a ligeira recuperação da atividade econômica.

"O saldo de emprego de junho reafirma o aumento previsto de 1,5% no Produto Interno Bruto (PIB).Ainda está longe do ideal, mas o cenário é melhor do que o verificado em um passado recente", afirma o economista.

Agropecuária

A agropecuária puxou a ascensão do emprego formal em junho com saldo positivo de 17,1 mil postos, aumento de 6% na comparação com o mês anterior. Conforme explica a analista de Agronegócios da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), Ana Carolina Alves Gomes, a colheita do café, que começa em maio e vai até setembro, foi responsável pelo número robusto.

Em 2014, Minas Gerais será responsável por 54% da produção nacional de café. Para se ter noção da importância do grão, um terço de todo o café bebido no mundo sai de Minas. "Algumas regiões tradicionais da produção cafeeira, como o Sul de Minas e a Zona da Mata, são montanhosas. Nesses locais, a colheita é manual. Por isso, a quantidade necessária de mão de obra contratada é grande", explica Ana Carolina.

Os setores Construção Civil e Serviços, importantes termômetros econômicos, também apresentaram elevação no número de vagas criadas, com, respectivamente, 436 e 981 postos.

Na contramão, a indústria da transformação encerrou 5,3 mil vagas no mesmo período, redução de 0,7% no confronto com o mês anterior. O comércio também contratou menos do que demitiu, com saldo negativo de 1,4 mil vagas.

De acordo com o vice-presidente da de Belo Horizonte (-BH), Marco Antônio Gaspar, a greve dos caminhoneiros e a Copa do Mundo contribuíram para que o saldo de empregos do comércio fosse negativo. "A greve foi em maio, mas os reflexos só foram sentidos em junho. O comércio perdeu muito dinheiro e foi necessário reduzir custos. A Copa também ajudou a piorar o cenário", diz.

A vendedora Wanderléia Meira, de 30 anos, foi uma das vítimas de demissões no comércio. Ela trabalhava há 10 meses em uma fábrica de cimentos para pagar a faculdade de comunicação social, mas no último mês, recebeu a notícia de que seria desligada. "As vendas caíram com a crise e a empresa precisou se reorganizar. Como eu era uma das funcionárias com menos tempo de casa, fui cortada", explica. Além dela, foram demitidos caminhoneiros, ajudantes e pessoas responsáveis pela cobrança. Apesar dos cortes, Wanderléia acredita em um reaquecimento do setor. "Estou recebendo muitos anúncios de vagas, acho que o mercado já está melhor que no ano passado", afirma.


Palavras Chave Encontradas: Câmara dos Dirigentes Lojistas, CDL
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