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Estado de Minas Online ( Economia ) - MG - Brasil - 18-07-2018 - 04:00 -   Notícia original Link para notícia
Consumidor foge das compras

Inseguro quanto ao futuro da renda e do emprego, brasileiro contém impulso de gastar em julho pelo segundo mês, segundo a CNC. Em BH, comerciante está mais cauteloso
Rio de Janeiro - Os brasileiros ficaram menos propensos às compras na passagem de junho para julho, segundo dados divulgados ontem pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) encolheu 1,8%, para 85,1 pontos, a segunda queda consecutiva. "Todos os sete subíndices que compõem o indicador caíram, denotando que os consumidores ficaram mais cautelosos quando se depararam com a conjuntura desfavorável , ainda reflexo da paralisação dos caminhoneiros, e a desorganização da produção", avaliou o economista Antonio Everton, da CNC, em nota oficial.

Na comparação com julho do ano passado, porém, o ICF aumentou 10,2% em julho deste ano. Todos os subíndices registraram melhora no período, mas 52,7% das famílias entrevistadas declararam estar com o nível de consumo menor do que em 2017. Segundo a CNC, as famílias reduziram a intenção de gastos em julho ante junho devido, principalmente, à piora nas avaliações sobre as Perspectivas de consumo (-3,9%) e o Momento para a compra de bens duráveis (-3,9%).

O subíndice Nível de consumo Atual apresentou recuo de 0,6% na comparação com junho, enquanto o componente Acesso ao crédito teve queda de 1,2% no período. O componente Emprego atual encolheu 0,4% em julho ante junho; a avaliação sobre a Perspectiva profissional caiu 2,3%; e a satisfação com a Renda atual reduziu 1%.

Ainda de acordo com a CNC, os consumidores estão insatisfeitos em relação ao nível de consumo há 42 meses e não há grandes perspectivas se a economia não voltar a crescer de forma sustentada. O economista da CNC Antonio Everton explica que um dos motivos para a queda da intenção de comprar foi a oscilação de preços a partir da greve dos caminhoneiros, no fim de maio. Contribuiu também a falta de perspectivas de emprego.

Desânimo em BH Se a população tem receio de voltar a consumir, os comerciantes já não estão tão otimistas com a recuperação da economia, pelo menos em Belo Horizonte, como mostra pesquisa divulgada ontem pela de BH (-BH). A expectativa geral dos empresários quanto ao cenário da economia e as finanças da empresa para os próximos seis meses perdeu fôlego. O indicador passou de 77,3 pontos no primeiro trimestre do ano para 74,1 entre abril e junho.

"A economia do país no segundo trimestre apresentou maior instabilidade e a retomada da recuperação não foi tão robusta como o esperado. Por isso, os empresários estão um pouco mais receosos para os próximos seis meses", comentou o presidente da -BH, . Em relação às finanças do negócio, para os próximos seis meses, a pesquisa registrou leve melhora. Nesse quesito, a pontuação subiu a 76,7 pontos, ante 76,3 no primeiro trimestre.

Indagados sobre a perspectiva em relação ao cenário da economia brasileira, os empresários também demonstraram menor otimismo, O índice caiu 6,7 pontos ante o último trimestre e chegou a 71,6 pontos no trimestre até junho. Todos os dados se referem ao Índice de Confiança do Empresário (ICE), medido pela -BH, e que havia atingido a maior pontuação da série histórica no primeiro trimestre de 2018.

O ICE recuou para 5,3 pontos, ante 55,6 pontos registrados na pesquisa de janeiro a março. Houve melhora de percepção dos comerciantes de BH no período em relação a alguns indicadores econômicos, como decréscimo da taxa de juros e a desaceleração do desemprego, mas fatores como a greve dos caminhoneiros, que gerou uma crise de desabastecimento no país e elevou os preços de produtos e serviços, além das incertezas na política, afetaram a confiança do empresariado.

"Inevitavelmente, as paralisações de maio e a proximidade do período eleitoral afetaram de forma negativa a confiança dos empresários do comércio, que vinha crescendo nos últimos três trimestres. Ainda estamos em um momento econômico difícil, o que não gera segurança nos empresários", diz . A pesquisa mostrou queda de otimismo, independentemente do porte das empresas, de microempreendimentos àqueles de médio e grande portes. A pontuação do indicador varia de zero a 100, extremos em que as respostas dos comerciantes são consideradas como condição de piora e melhora.

Fôlego mais baixo

O Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S), calculado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), desacelerou em todas as sete capitais pesquisadas na passagem do período dos últimos 30 dias até a primeira semana de julho para os últimos 30 dias terminados na segunda semana deste mês, divulgou ontem a instituição. Na média global, o IPC-S perdeu intensidade, passando da elevação de 1,01% para alta de 0,67% entre os dois períodos. Por região, os decréscimos foram os seguintes, segundo a FGV: de 1,34% para 0,97% em Belo Horizonte; de 1,12% para 0,83% em Salvador; 1,07% para 0,63% em Brasília; 0,93% para 0,56% em Recife; 0,94% para 0,65% em Porto Alegre; 1,01% para 0,68% no Rio de Janeiro e de 0,91% para 0,55% em São Paulo.

QUEDA GERAL

Quanto reduziu a percepção

dos brasileiros em julho

Satisfação com a renda atual -1%

Perspectiva profissional -2,3%

Emprego atual -0,4%

Nível de consumo atual -0,6%


Palavras Chave Encontradas: Bruno Falci, Câmara de Dirigentes Lojistas, CDL
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