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Estado de Minas Online ( Feminino e Masculino ) - MG - Brasil - 15-07-2018 - 04:00 -   Notícia original Link para notícia
Frente pela moda mineira

Movimento formado por entidades e profissionais do setor tem o objetivo criar, desenvolver e fomentar ações des interesses da cadeia produtiva
Belo Horizonte é um polo de confecção importante, reconhecido nacionalmente pela sua produção de moda, com eventos fabulosos voltados para o setor, o que é motivo de grande orgulho para os mineiros. O que grande parte deles desconhece é que, desde 2012, a cidade ganhou, oficialmente, o título de Capital da Moda, outorgado pela Prefeitura Municipal - PMBH - em reconhecimento à sua representatividade e vocação para o fashion. Seis anos depois, o que estava restrito ao papel começou a tomar forma com o lançamento do selo Belo Horizonte - Capital da Moda -, que ocorreu em junho, durante a cerimônia de abertura das exposições da 22ª Minas Trend, no Museu da Moda.

O fato contou com a importante articulação de um movimento que começou a ser desenhado no ano passado, quando entidades, empresas e profissionais da moda começaram a se reunir com o propósito de criar uma sinergia entre os atores da cadeia produtiva da moda e desenvolver ações no âmbito do desenvolvimento econômico, da cultura e do turismo de Belo Horizonte/Minas Gerais. Desses encontros nasceu a Frente da Moda Mineira - FMM, que já conta com 24 adesões e envolve desde os sindicatos do setor a órgãos do turismo mineiro - como Convention & Visitors Bureau -, instituições ligadas ao comércio - como a Associação Comercial e Câmara dos Diretores Lojistas -, a Fundação Municipal de Cultura, o P7 Criativo, o Sebrae/MG e Senai, entre outras, numa tentativa de pensar a cidade e as oportunidades turísticas e econômicas em função do viés e glamour da moda.

Segundo o secretário adjunto de Desenvolvimento Econômico da PMBH, Bruno Miranda, este debate conjunto resulta em propostas de ações consistentes, que podem gerar um resultado mais abrangente para os empreendedores e a economia local. "O selo Belo Horizonte Capital da Moda foi uma das primeiras propostas da Frente da Moda Mineira apoiada pela prefeitura, que acredita que, dessa forma, o setor da moda, a cidade e o movimento ganham mais visibilidade e capilaridade. "Nossa meta é que esse selo conquiste reconhecimento interno da própria população belo-horizontina e, pelo fato da nossa capital ser a grande vitrine do Estado, ela também seja reconhecida em todo o Brasil pela sua pujança nesse setor", considera o secretário.

Assim como ele, , presidente da Câmara de Diretores Lojistas - /BH -, entidade que está apoiando o projeto FMM, pensa que o desenvolvimento das ações da FMM e a valorização da marca Belo Horizonte - Capital da Moda são de grande importância para o fortalecimento do setor, do comércio e do turismo de compras na capital mineira. "O movimento dará mais força e abrangência trazendo crescimento e negócios para as empresas. Teremos uma identidade forte para colocar novamente a cidade no lugar de prestígio no cenário da moda", ressalta, acrescentando que são inúmeras as regiões locais que se destacam nesse importante setor econômico, que representa 5% do Produto Interno Bruto - PIB - no Estado. Ele destaca que só na capital mineira existem 22.785 varejistas do setor da moda.

O próximo passo, agora, é a prospecção de parceiros que se interessem em usar a logo aplicando-a em seus vários produtos de moda - de tshirts à bolsas - sacolas ou embalagens, gratuitamente. É do interesse da secretaria e do trade turístico que esses produtos estejam em locais frequentados por turistas, como pontos comerciais em aeroportos e museus, e que propaguem a marca e sua proposta.

Olhar amplo Mas qual é o objetivo da FMM? Focar a cadeia produtiva da moda por inteiro criando e desenvolvendo ações que promovam, defendam, integrem e fomentem os interesses da mesma. Trata-se de um movimento inovador e interdependente, cujo diferencial é agregar diferentes players do mercado, considerando a moda em toda sua extensão horizontal e vertical. Ou seja, busca efetivamente um olhar setorial amplo para fazer avançar o todo e colher resultados para a cidade e para o Estado.

A sinergia com os agentes públicos municipais será muito importante nesse processo. A costura com a PMBH através da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Fundação Municipal de Cultura e Belotur já trouxe a primeira entrega que é o reconhecimento do setor como um dos ingredientes que fazem de Belo Horizonte uma cidade surpreendente. A assinatura Belo Horizonte Capital da Moda já começou a ser trabalhada junto à marca turística da cidade. Na semana passada, um vídeo com esse espírito se espalhou pelas redes sociais.

Já no âmbito estadual, o propósito é desenvolver e promover as empresas e marcas mineiras para firmar seu posicionamento como centro criador e produtor de moda, valorizando o "feito em Minas" com ações de impacto para gerar inovação, visibilidade e negócios no país e fora dele, valorizando a inclusão social, os impactos ambientais, os saberes e fazeres artesanais. O programa de certificação dos produtos mineiros com esse selo está no plano de trabalho da FMM.

Ele prevê também o mapeamento do setor na capital e na região metropolitana; o desenvolvimento das potencialidades regionais da cidade, como o Barro Preto (Distrito da Moda), Prado e Gutierrez (pronta entrega), Savassi (novos designers e moda criativa), Lourdes (luxo); a criação de uma plataforma digital de integração e promoção de turismo de moda, negócios e cultura e a inserção da moda nos road shows de promoção da cidade. A FMM pretende, ainda, fortalecer o ambiente de moda, em Belo Horizonte, durante o Minas Trend em termos de promoção e eventos sinergéticos e ser parceira nos eventos culturais e promocionais de Belo Horizonte, como o Arraial de Belô e o carnaval.

Participantes A Amem credita seu apoio à FMM em função da conjugação dos mesmos objetivos e propósitos: fomentar os interesses da moda de Minas Gerais, unir a cadeia produtiva e tornar o Estado o principal destino de negócios até 2020. "Sabemos que juntos temos mais força", garante Débora Magalhães, diretora-executiva do Instituto.

O stylist Rodrigo Cezário, representante da área junto ao Conselho Estadual de Políticas Culturais, é um dos mais entusiasmados com o projeto: "Fomentar grupos de trabalhos em prol do desenvolvimento de políticas culturais estruturantes para os segmentos de design e moda no Estado é a nossa principal missão como membros do Conselho. Com a formação da FMM, criamos importantes diálogos com o setor, realizando ações estratégicas, que valorizam e preservam a cultura da moda mineira", ele pontua.

Márcia Andrade Carmo de Azevedo observa que o P7 Criativo tem a moda como um dos seus pilares, daí a importância de fazer parte dessa iniciativa, segundo a gerente da instituição, agregadora. "Atuando como uma agência de desenvolvimento da indústria criativa, vimos nessa parceria a oportunidade de contribuir para a geração de empregos, renda e atração de investimentos para o Estado", ela enfatiza.

Já Celso Afonso, estilista, empresário e atual presidente do Sindibolsas/MG, que viveu o boom da moda de Minas, nos anos 1980, bem como os altos e baixos por quais ela passou - e passa -, ainda encontra fortes razões para comemorar. "Esta nossa indústria tem uma bela trajetória. O Sindibolsas/MG se coloca ao lado dessa importante iniciativa esperando contribuir com seu desenvolvimento e sua consolidação", afirma.


Palavras Chave Encontradas: Bruno Falci, CDL
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