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O Globo Online (RJ) ( Economia ) - RJ - Brasil - 02-07-2018 - 07:11 -   Notícia original Link para notícia
Mesmo na turbulência, há opções fora da renda fixa

Fundos estruturados mantêm perspectiva de ganhos


O freio na queda dos juros e a turbulência pós-greve podem ter assustado os investidores, mas especialistas acreditam que eles se manterão firmes na estratégia de tirar dinheiro da renda fixa em busca de retornos maiores. Para gestores, a alocação nos chamados fundos estruturados - sobretudo os imobiliários, mas também naqueles que seguem índices de ações e são negociados na Bolsa - deve continuar sendo uma das opções dos aplicadores atrás de diversificação.



A quantidade de investidores de fundos de investimento imobiliário (FII) saltou 63% até maio, para mais de 155 mil. Cerca de 80% são pessoas físicas. No caso dos fundos que espelham índices de ações, conhecidos como Exchange Traded Funds (ETFs), o volume aplicado pelo pequeno investidor saltou 60% do meio do ano passado até março, para R$ 583,7 milhões. Enquanto isso, o Tesouro Direto registrou em maio o décimo mês seguido de saques, por causa da menor rentabilidade dos juros. E, embora muito distintos, FIIs e ETFs refletem essa insatisfação. 'POTENCIAL ALTO DE CRESCIMENTO' Os FIIs adquirem imóveis e distribuem periodicamente aos cotistas a renda dos aluguéis. Na Bolsa, 150 têm cotas listadas, permitindo ao investidor comprar ou vender sua participação. Os rendimentos distribuídos são isentos de Imposto de Renda.


Já os ETFs são fundos com cotas negociadas em Bolsa. No Brasil, há apenas ETFs que buscam seguir o desempenho de índices de ações. O mais conhecido é o que persegue o Ibovespa, principal indicador do mercado local. O Tesouro Nacional prepara um ETF de renda fixa, mas a oferta deve demorar. Portanto, o risco dos ETFs é o mesmo de quem aplica na Bolsa.


- A queda da taxa básica, a Selic, foi importante, assim como o aumento do nível de educação do investidor. Continuamos vendo um potencial alto de crescimento para diversificação - diz Fabio Macedo, gerente comercial da Easynvest.


Apesar de mais procurados, esses dois tipos de investimento sofreram um baque recente. Em maio, a decisão do BC de não cortar os juros, como o mercado esperava, e a greve dos caminhoneiros fizeram com que as cotas dos FIIs e o principal índice da Bolsa perdessem os ganhos no ano. Ambos registram hoje retorno negativo de 4,5% em 2018. O solavanco interrompeu um dos melhores momentos em muito tempo para esses ativos, proporcionado por um ciclo de queda de juros que levou a Selic ao piso histórico de 6,5%. Enquanto a Bolsa operava em patamar recorde, o Ifix - índice que monitora o comportamento das cotas de FIIs listados na B3 - acumulava alta de mais de 70%, de março de 2016 até abril deste ano.


Economistas estimam que a Selic voltará a subir em 2019, fechando o ano em 8%. Isso tende a diminuir a vantagem do retorno dos FIIs na comparação com a renda fixa. Mas Michel Wurman, responsável pela área de Desenvolvimento Residencial do BTG Pactual, não vê problema:


- A taxa pode subir sem afetar a saúde da economia. Se a economia vai bem, é melhor para os fundos imobiliários. Até porque parte da alta da Selic é resultado de inflação maior, e os aluguéis tendem a acompanhá-la.


De qualquer maneira, o mercado vem tendo um ano mais agitado em ofertas. Até maio, foram lançados 18 fundos, contra 28 em todo o ano passado. Até maio, o valor de mercado dos FIIs listados na B3 acumulava alta de 20%, para R$ 32,5 bilhões.


- Estamos muito otimistas para os FIIs, apesar da incerteza política, da guerra comercial e da alta de juros. O mercado voltou a se ampliar. Só que a tendência é que seja mais seletivo - observa Allan Hadid, diretor de Operações da divisão de gestão de recursos do BTG Pactual.


ATENÇÃO AO RISCOS


Mas quem quiser trocar a renda fixa por esses investimento deve ter em mente que enfrentará riscos e volatilidade muito maiores.


- Quem aplica em ETFs tem que ver se o fundo tem, de fato, uma correlação muito grande com o índice buscado. Caso não tenha, uma das explicações pode ser uma taxa de administração excessivamente alta, o que indica um problema - diz Gustavo Pires, sócio da XP e responsável pela plataforma de fundos. - No caso dos fundos imobiliários, é preciso ver a qualidade dos imóveis na carteira e o custo cobrado pela gestão.


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