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Estado de Minas Online ( Economia ) - MG - Brasil - 27-06-2018 - 04:00 -   Notícia original Link para notícia
É cerveja artesanal e é de Minas

Certificado de origem, nova arma de marketing e vendas, deverá ser usado pelas empresas provavelmente a partir de agosto ou setembro
Sem o prestígio da grande indústria, que costuma exercer toda a sua influência nos gabinetes de deputados, governadores e presidentes, os fabricantes de cervejas artesanais de Minas Gerais dão lições, neste ano, sobre como driblar a crise da economia, a despeito da condição de pequenos empreendimentos e da participação ainda modesta do setor no consumo da bebida. Para quem desdenha da capacidade dessa cadeia, que vem se firmando na produção de Minas, está na etapa final a criação de um certificado de origem que atesta o processo de fabricação. A nova arma de marketing e vendas deverá ser usada pelas empresas provavelmente a partir de agosto ou setembro, no embalo da imagem que o estado parece ter construído como "a Bélgica brasileira".

Em mais dois meses, o modelo de certificação que deu em certo em outras atividades começa a ser emitido como indicação de procedência pelo Sindicato das Indústrias de Cerveja e Bebidas em Geral de Minas Gerais (Sindbebidas). Envolvido em todo o processo de elaboração do certificado, desde uma extensa pesquisa de mercado como parte da etapa inicial do trabalho, Cristiano Lamego, superintendente do sindicato, afirma que as cervejas artesanais produzidas no estado já são percebidas em razão da criatividade na formulação e da qualidade de seus ingredientes e da mistura final.

"No primeiro momento, vamos certificar que o produto é artesanal e feito em Minas", conta. O selo terá abrangência estadual e é possível que atenda, de imediato, às áreas de concentração das cervejarias artesanais, a Grande Belo Horizonte, o polo de Juiz de Fora, na Zona da Mata, e o Sul de Minas. Esses arranjos de produção da bebida são os responsáveis pelo avanço dos números de produtores e rótulos no último um ano e meio.

No fim de 2016, o universo das cervejarias artesanais de Minas não passava de 40 empreendimentos, ao passo que no apagar de 2017 elas se aproximam do dobro disso e hoje somam 81 associados do Sindbebidas. A estatística não inclui a produção informal. Cada uma dessas cervejarias tem, em média, quatro rótulos e até quatro empregados, mas como tamanho nunca foi documento, estabeleceram meta de crescer nada menos de 14%, neste ano, em matéria de faturamento. A produção é estimada em 2,5 milhões de litros por mês, permitindo aos fabricantes fatia de 0,5% do mercado de consumo.

As cifras movimentadas nesse segmento são mantidas em sigilo, como pelas grandes companhias de cerveja. Contudo, algumas das concorrentes do segmento artesanal estão se sentindo confiantes o bastante para investir no dispendioso processo de engarrafamento e no envase em lata, para garantir vida útil maior do produto e, assim, que ele seja vendido fora do estado. Demanda não falta, como garante Cristiano Lamego. "A criatividade que vem desse jeito mineiro de fazer a cerveja e a associação da bebida à famosa gastronomia do estado impulsionaram o setor. As pessoas entendem que mineiro sabe cozinhar bem e associam isso à cerveja", afirma.

Outra espécie de pulo do gato é a decisão dos cervejeiros de formatar uma central de negócios coletivos, coordenada pelo Sindbebidas, para comprar insumos e passar a fazer importações diretas de malte e lúpulo. Além do ganho em escala com os volumes de matérias-primas, a importação sem intermediários permite às empresas o diferimento do ICMS, imposto estadual. O benefício do enquadramento no Simples Nacional desde janeiro, regime tributário diferenciado que contempla pequenas empresas, também explica os fartos percentuais estabelecidos como meta de expansão do setor. No ano passado, a produção das cervejarias já havia crescido 19%, taxa para não se botar defeito.

Vitrine

20%

É o percentual do mercado consumidor que as cervejas artesanais detêm nos Estados Unidos e que tem servido de referência para o Brasil

Para apreciadores

Espaço dedicado à apreciação das cervejas artesanais de Minas Gerais, o Mercado Cervejeiro confirmou entrada em funcionamento no mês que vem no Jardim Canadá, em Nova Lima, na Grande Belo Horizonte. Na área de 1,5 mil metros quadrados do empreendimento, a idealizadora, Fernanda Ribeiro Massote, pretende, ainda, oferecer agenda para cursos e eventos de gastronomia, em especial relacionados à cerveja e a produtos de panificação.

Mal da economia

Pesquisa feita em maio pela de Belo Horizonte (-BH) mostra que, na contramão da inadimplência menor do consumidor, o universo de empresas endividadas cresceu 8,05% em maio, frente ao mesmo período do ano passado. O setor de prestação de serviços é o que detém a maior quantidade de devedores registrados, posição coerente com o encolhimento da atividade nos últimos 12 meses, de 2,7%, segundo o IBGE.


Palavras Chave Encontradas: Câmara de Dirigentes Lojistas, CDL
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