Leitura de notícia
Estado de Minas Online ( Feminino e Masculino ) - MG - Brasil - 24-06-2018 - 05:35 -   Notícia original Link para notícia
Marcas estreladas

Apesar da crise, duas grifes do bairro do Prado driblam o cenário econômico adverso e conseguem crescer e prosperar


Heloisa Aline


Publicação: 24/06/2018 04:00


[FOTO1]

Tem marca que nasce com uma estrela e consegue brilhar ao longo do tempo. Este é o caso da Caos, que está há 31 anos no mercado e continua despertando o desejo de uma clientela fidelíssima.  Até bem pouco tempo, os lançamentos de coleções provocavam filas na porta do showroom, no Prado. Lojistas do interior e da capital não arredavam pé dos seus lugares, temendo não serem atendidos. Isto porque, nas suas três décadas de existência, a Caos sempre trabalhou com pronta-entrega e só agora está flertando com a possibilidade de entrar na área de pedidos.



"As filas chamavam atenção no bairro, os produtos eram sempre muito disputados, mas era desagradável ver aquelas pessoas esperando sua vez de comprar. Com a mudança do showroom para a Rua Cura D'Ars, um espaço amplo e confortável, veio a necessidade de nos organizarmos melhor e resolvemos trabalhar com agendamento, para propiciar também mais conforto para os clientes. ", conta Francis Fabel, proprietária da marca e responsável pela direção de estilo.



Workaholic assumida, ela é figura quase invisível no meio da moda, foge das badalações e dos tititis fashion, mas, diariamente, às 9h, pode ser encontrada na fábrica, envolvida com todos os processos de criação e produção, de onde não sai antes das 19h30. Na tentativa de explicar a demanda "incontrolável" dos lojistas pelos produtos Caos, Francis escora-se no fato da sua marca ter focado, desde o início, em uma mulher poderosa e bem sexy, que não tem medo de mostrar o corpo, aprecia decotes, bordados, brilhos. Ela sempre foi o foco do trabalho. "Hoje, nossas coleções têm um ar mais moderno, a linha de produtos aumentou, ofertamos também o casual para o dia a dia, a alfaiataria. Você pode encontrar um tailleur jovem, uma jaqueta interessante para usar com jeans. Mas não abro mão dessa linha noite, que é carro-chefe", ressalta a estilista.



Outro fator positivo, segundo ela, é o envolvimento de uma equipe de estilo dedicada, que se afinou pela convivência profissional longeva. Eduardo Suppes, por exemplo, está na Caos desde que ela, instalada no Barro Preto, se chamava Caos dos Trópicos. "É uma pessoa positiva, alto astral, que agrega, além de ser um profissional de mão cheia. Sempre tivemos uma sintonia muito grande, uma parceria sem data de terminar", elogia Francis. Ele também retribui: "Francis é uma mulher moderna, companheira, afinadíssima com sua cliente, além de exigente. Ela e eu conseguimos, nesses 23 anos de parceria, fidelizar um público que nós dois entendemos", explica Suppes.



O experiente Marcelo Birni também joga no time da Caos há bom tempo. Mais recentemente, a equipe ganhou mais um reforço com a contratação da estilista Rochele Gonçalves, que já passou por várias marcas importantes de Beagá. E não falta ainda uma turma de recém formados que sempre contribui com o gás da juventude.

Trajetória  A história da Caos começa com uma parceria entre Francis e sua mãe, modista de mão cheia, com atelier voltado para a alta costura, hoje com 84 anos. "Tive a oportunidade de vivenciar e abraçar esse lado da minha mãe, herdei seu sangue", enfatiza. Ela conta ainda com a colaboração da irmã e sócia, Clara Alves Lima, responsável pela área financeira.
O sucesso da marca é também o resultado de tomadas de decisão acertadas, que consolidaram o negócio. Ao perceber o esgotamento do Barro Preto como ponto de moda e de comercialização, ela foi uma das primeiras - se não a primeira - a migrar para o Prado, que começava sua trajetória fashion. "Vimos que o local não era mais condizente com o produto que queríamos oferecer. Achávamos, com razão que nossa clientela nos acompanharia na mudança de endereço. E deu certo ".



Para representar a força e pujança da grife, há quatro anos houve o investimento em um novo showroom, projeto da conceituada arquiteta Eduarda Corrêa. Marcou ponto com os clientes ao oferecer um belo espaço, com dois pavimentos, para melhor recebê-los. Há três meses, trocou a fábrica do bairro Tirol por uma galpão de 4 mil metros quadrados, com estrutura linear, na Cidade Industrial, que também vai oferecer mais condições de trabalho aos colaboradores, além de eficiência na produção das peças.



O quadro geral indica que a crise passa longe da marca. Qual o segredo? Para Eduardo Suppes, ele passa pelo nível de exigência do trabalho de Francis. "O que nos coloca sempre a favor da venda e contra a crise. Nossa meta é o desejo de nos superar a cada seis meses", diz.


 


Reformas Com a globalização, ela resolveu dar uma reformulada na marca, enxugando a estrutura para oferecer produtos mais sofisticados. No lugar de quantidade passou a priorizar a qualidade, roupas exclusivas em um contexto fashion.
O processo de transição não foi difícil, dado a experiência adquirida anteriormente e ao temperamento dinâmico e  empreendedor da confeccionista. "O mercado mudou, houve uma grande revolução com relação às vendas, a moda caminha numa velocidade incrível, as pessoas estão muito antenadas, o cliente quer novidade constantes. Mas gosto de desafios", ela ressalta.



A Romaria é resultado dessas demandas e congrega todos os atributos de uma marca fashion, contando com os melhores profissionais do mercado, tanto na área de estilo quanto de marketing. Destemida, Rosângela levou uma equipe mineira para fotografar a campanha do verão/16 em Saint Tropez, na França, ação que conquistou, definitivamente, as consultoras de moda, clientes e imprensa. O investimento foi alto, mas decisivo para a mudança de status da Romaria no mercado. A empresária já trouxe atrizes, como Carol Castro, para lançamento de coleção no showroom, além de blogueiras influentes. Ela é rápida no gatilho e conta com a participação dos filhos, Alexandre  e Daniel Aguiar, que colaboram, efetivamente, no negócio..



A coleção verão/19, a Sunset, elaborada a quatro mãos com Guilherme Marconi, está sendo lançada dia 16 de julho, acompanhada por um belo catálogo fotografado por Márcio Rodrigues, com stylist de Mariana Sucupira e direção de arte de Leo Gomes.



"Minha intenção era oferecer uma roupa atemporal, elegante e fácil de vestir e tenho conseguido meu objetivo. Crescemos muito, já estamos oferecendo aos clientes linhas de sapatos e bolsas, tricô e jeans. Muitas pessoas foram importantes na minha trajetória, como a estilista Claudia Pimenta, que muito contribuiu com marca", relata. Rosângela acrescenta ainda que não se esquece que a responsável pelo projeto Romaria foi a mãe, Maria Regina. "Devo muito a ela, à sua sabedoria, ao seu foco na modelagem, ao seu olhar exigente, enfim, tudo que ela transmitiu para mim".


 


 


point fashion da cidade


 


A história de Rosângela Ferreira Aguiar e da Romaria contém ingredientes muito interessantes e passa, particularmente, pelo empreendedorismo de uma mulher que enxergou na moda a possibilidade de um negócio promissor. Este ano, a Romaria está comemorando 35 anos, o que comprova que a empresária estava certa em seguir seu instinto e apostar no mercado.
showroom é um dos mais movimentados do Prado, conseguindo atrair clientes de todo o Brasil interessados nas coleções que reúnem moda casual, minimalista, com tempero fashion e preço convidativo.



Um dos maiores atributos da marca é a modelagem apurada, elemento observado desde a sua criação. "Minha mãe era costureira e prezava muito esse item. Ela fazia as minhas roupas e as colegas de trabalho começaram a gostar e a encomendar modelos iguais", relata Rosângela. Foi esse movimento que a impulsou a dar o passo decisivo rumo à confecção: diante da demanda, começou a comprar ponta de retalhos na 104 Tecidos.
Em um passo mais ousado, investiu em uma peça de 50 metros e levou a pequena "coleção" para comercializar no Barro Preto, até então o point fashion da cidade. "Lá era o que existia de bom na moda de Belo Horizonte. Deixei os modelos consignados em algumas delas. O negócio foi dando tão certo que a gente tinha que trabalhar todos os sábados e domingos, passando a contar com a ajuda de uma tia, que também era costureira. Minha casa se transformava em uma pequena fábrica", relembra Rosângela.



Foi também andando pelas ruas do Barro Preto que ela conheceu uma coordenadora de excursões que trazia lojistas de outros estados para fazer compras na cidade. "Essa mulher me deu todas as dicas para abordar esses compradores. Na sequência, minhas irmãs e eu colocamos todas as roupas que dispúnhamos em um carro, inclusive as que estavam consignadas, e partimos para a venda. Vendemos tudo, saímos de lá com uma pilha de cheques. Fui sendo indicada por outras pessoas e, logo depois, estava montando minha primeira loja", rememora. Quando deu por si, já tinha fábrica funcionando para atender a demanda de seis lojas de atacado no Barro Preto.


Nenhuma palavra chave encontrada.
O conteúdo acima foi reproduzido conforme o original, com informações e opiniões de responsabilidade da fonte (veículo especificado acima).
© Copyright. Interclip - Monitoramento de Notícias. Todos os direitos reservados, 2013.