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O Globo Online (RJ) ( Economia ) - RJ - Brasil - 16-06-2018 - 08:08 -   Notícia original Link para notícia
Trump anuncia tarifas a importações da China

Pequim promete retaliar em 'igual escala e igual intensidade' taxas de 25% sobre US$ 50 bi em produtos


Impostos de 25% afetam um total de US$ 50 bi de itens. Pequim diz que vai retaliar em 'igual escala e intensidade' O presidente americano, Donald Trump, anunciou ontem tarifas de 25% sobre US$ 50 bilhões em importações chinesas, citando roubo de propriedade intelectual para justificar a medida. Poucos minutos depois, Pequim informou que retaliaria, deixando os dois países mais próximos de uma guerra comercial de fato.


BRIAN SNYDER/BRIAN SNYDER/REUTERSPorto em Boston. Para analista, conflito vai além da balança comercial, envolvendo itens como propriedade intelectual


A Casa Branca também prometeu restrições adicionais a investimentos, que devem ser anunciadas nas próximas duas semanas. A lista final de itens que serão sobretaxados tem 1.102 linhas de produtos tarifados, contra cerca de 1.300 inicialmente.


- Vejam bem, temos o grande poder intelectual no Vale do Silício. E a China e os outros países roubam esses segredos, mas vamos proteger esses segredos. Eles são as joias da coroa deste país - disse Trump à Fox News.


MERCADOS AMERICANOS EM QUEDA


De acordo com o jornal "Financial Times", o presidente americano afirmou que as taxas "serviriam como um passo inicial para trazer equilíbrio para a relação comercial entre os Estados Unidos e a China".


O rol está focado, principalmente, no plano chinês "Made in China 2025", cujo objetivo é tornar o país dominante em indústrias de alta tecnologia, como robótica, aeroespacial, máquinas industriais e automóveis. Itens como celulares e televisores estão fora das tarifas.


A taxação afetará aproximadamente US$ 34 bilhões, entre produtos agrícolas, automóveis e frutos do mar, a partir de 6 de julho. Também seriam afetados itens químicos, equipamentos médicos e produtos de energia, que totalizariam US$ 16 bilhões, mas ainda nçao há data para eles.


A expectativa dos EUA, conforme o Representante de Comércio do país, Robert Lighthizer, era "levar a mais negociações". Contudo, o tiro saiu pela culatra, e a China reagiu ao anúncio informando que responderia à medida impondo tarifas com "igual escala e igual intensidade" às importações dos EUA. Além disso, segundo nota no site do Ministério do Comércio chinês, todos os compromissos comerciais negociados anteriormente foram invalidados.


O texto diz que a China não quer uma guerra comercial, mas não tem opção "em função do comportamento míope dos Estados Unidos, que causará danos a ambas as partes".


A China vai taxar em 25% 659 produtos americanos, em um total de US$ 50 bilhões. Entre os itens estão produtos agrícolas e carros. Segundo o site CNNMoney, uma das medidas negociadas e que foram suspensas é a promessa chinesa de comprar mais itens dos EUA.


Depois da publicação do comunicado chinês, Trump prometeu ainda mais impostos, agora sobre US$ 100 bilhões de produtos, caso Pequim leve as ameaças adiante.


Os mercados americanos reagiram negativamente à nova escalada das tensões comerciais. O Dow Jones caiu 0,34%, enquanto o S&P 500 perdeu 0,10%, e a Bolsa eletrônica Nasdaq, 0,19%.


'TENSÕES SERÃO DURADOURAS'


Os temores renovados de guerra comercial derrubaram em 11,49% as ações da ZTE negociadas em Hong Kong. Os papéis já perderam 30% desde que voltaram a ser negociados esta semana. A empresa chinesa concordou em pagar multa de US$ 1 bilhão para os EUA para encerrar uma proibição de vendas para o país, imposta em abril pela Casa Branca.


Apesar de a China ter, nos últimos meses, adotado medidas de abertura ao mercado, o país não tem se mostrado inclinado a ceder em suas principais políticas industriais.



- As tensões comerciais entre EUA e China serão duradouras - disse Yifan Hu, diretora regional de investimento e economista-chefe de China no UBS Wealth Management. - O conflito comercial não é apenas sobre o déficit, mas sobre as regras do jogo, abertura de mercado e propriedade intelectual. Também é sobre valores, governança e desavenças geopolíticas.


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