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Isto é Dinheiro online ( Economia ) - SP - Brasil - 16-06-2018 - 08:55 -   Notícia original Link para notícia
Com apetite para crescer


A fusão entre a Sapore e a IMC e a possível venda da operação brasileira da Domino's aquecem o setor de alimentação. Entenda os reflexos no mercado


Luana MeneghettiPedro Arbex


15/06/18 - 19h00 - Atualizado em 15/06/18 - 21h34


Na quarta-feira 13, as ações da International Meal Company (IMC), dona do Frango Assado e do Viena, fecharam o pregão da B3 com uma valorização de quase 8%, enquanto o Índice Ibovespa caiu 0,87%. A alta dos papéis da empresa foi impulsionada pela notícia de que a sua fusão com a Sapore, terceira maior companhia de refeições coletivas do Brasil, estaria, por fim, em vias de ser concluída. A combinação entre os dois negócios era discutida desde o fim do ano passado, mas tinha emperrado em fevereiro, quando um desentendimento entre as partes parecia ter colocado um ponto final na transação.


No último mês, as conversas foram retomadas e, agora, a união foi selada. Um dia antes, outro grande negócio movimentou o setor de alimentação e ficou sob os holofotes de analistas e investidores: a possível venda da operação brasileira da rede de pizzarias Domino's para a gestora Vinci Partners, a mesma que detém 13% do Burger King Brasil. "O setor está bem aquecido", diz Douglas Carvalho, sócio-fundador da boutique de fusões e aquisições Target Advisor. "São negócios atraentes porque dá para crescer muito rápido e operam em um mercado extremamente pulverizado."


No caso da fusão da IMC com a Sapore, a visão de especialistas é de que o acordo é positivo para as duas empresas. Para a dona do Frango Assado, o principal ganho vem das sinergias que a união traz, tanto em termos de compras com os fornecedores quanto de eficiência operacional. A estimativa apresentada pela Sapore, em fevereiro, é de que as sinergias seriam da ordem de R$ 130 milhões. Além disso, a combinação cria uma operação com uma receita líquida de R$ 3,1 bilhões, lucro líquido de R$ 37,9 milhões e mais de 24 mil funcionários, considerando os dados do ano passado. "O negócio tem potencial para gerar muito valor e impulsionar o crescimento das redes da IMC", afirma Alberto Serrentino, fundador da consultoria Varese Retail. As vendas da empresa de restaurantes têm caído desde 2016. Nos últimos dois anos, a queda acumulada foi de 7,6%. Para a Sapore, o ganho será principalmente na diversificação de receitas, já que a empresa fundada e comandada por Daniel Mendez entrará com força em um ramo no qual ainda possui uma presença tímida.


Perfil: no Brasil, a presença da Domino's ainda é modesta, com 220 unidades espalhadas pelo País. A rede faz parte, desde 2004, do Grupo Trigo (Crédito:Thomas Skovsende)


Um dos pontos que geraram conflitos entre as partes foi a participação de cada empresa no negócio. Antes do anúncio, as negociações tinham evoluído para um formato em que a IMC deteria 65% do capital e, a Sapore, os 35% restantes. A expectativa era a de que a empresa de refeições coletivas fizesse ainda uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) para 25% das ações da IMC, o que criaria uma porta de saída para os acionistas atuais. O mais relevante hoje é a gestora americana Advent, que detém 10% das ações. A situação da Domino's é distinta. Há alguns meses, o Grupo Trigo, que controla a marca no Brasil, tem mantido conversas com diversos fundos de investimentos para a venda de uma fatia ou do controle da operação. No início da semana passada, rumores de que ela teria sido vendida para a gestora Vinci Partners, pelo valor de R$ 300 milhões, começaram a circular no mercado.


O presidente do Grupo Trigo, Antonio Moreira Leite, nega que a transação já tenha sido fechada. "Estamos há meses negociando com diversos fundos, mas ainda não há nada concreto", diz o executivo. "A nossa intenção é achar um parceiro para acelerar a expansão da Domino's no Brasil". Hoje, a marca conta com 220 lojas no País, uma presença considerada modesta no contexto do mercado. Para Fernando Cardoso, chefe da área de alimentação da AGR Consultores, a entrada de um potencial investidor com o perfil da Vinci Partners, seria extremamente positiva para o crescimento da marca. "Se a Vinci repetir o que fez com o Burger King, devemos esperar taxas elevadas de crescimento", afirma o analista. Procurada, a Vinci não respondeu ao pedido de entrevista.


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