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O Globo Online (RJ) ( Economia ) - RJ - Brasil - 09-06-2018 - 10:28 -   Notícia original Link para notícia
Energia e gasolina fazem inflação acelerar

Energia e gasolina fazem inflação acelerar



Alta de 0,40% em maio supera previsões. Índice ainda não reflete integralmente efeito da greve dos caminhoneiros



Foi a alta da inflação em maio na comparação com abril, acima da expectativa do mercado. O índice foi puxado por gasolina e energia, mas a greve não teve muita influência no número, em função da metodologia adotada pelo IBGE A greve dos caminhoneiros elevou os preços de alimentos in natura em maio, mas não foi suficiente para impactar o índice geral da inflação, que acelerou 0,40% no mês passado, em relação ao anterior, por causa de altas relevantes nos preços da gasolina e da energia elétrica. Juntos, esses dois itens foram responsáveis por quase três quartos do índice geral, informou ontem o IBGE. A taxa veio bastante acima do esperado pelos analistas (0,29%) e do resultado do mês anterior (0,22%), nessa mesma comparação.



Para junho, a previsão é de inflação ainda maior, em torno de 1%, por conta de mais pressão desses dois itens e possíveis impactos prolongados da greve dos caminhoneiros sobre os preços de hortifruti e carnes.



- Em junho, poderemos ter aves, ovos e carnes suína e bovina mais caras por conta das perdas causadas pela greve. Haverá menos oferta, e os preços tendem a aumentar - explica Maria Andreia Parente Lameiras, economista do Ipea.



ATIVIDADE FRACA FREIA REPASSES



A alta do dólar, cuja cotação média foi de R$ 3,63 em maio, frente a R$ 3,40 em abril e R$ 3,27 em março, já teve reflexos nos preços da farinha de trigo, que passou de -0,79% para 2,18%; do pão francês, que saiu de -0,01% para 0,65%; e do macarrão, que passou de alta de 0,20% em abril para 0,81% em maio. Mas, segundo analistas, o câmbio desvalorizado não ameaça o cumprimento da meta da inflação, que é de 4,5% para este ano.



- Parte da alta do trigo reflete a quebra de safra argentina, que faz com que paguemos mais pelo trigo. Mas o câmbio, mesmo que se estabilize no atual patamar (fechou a semana em R$ 3,709), além de levar entre três e quatro meses para impactar preços sensíveis a ele, encontra uma força contrária no país: a atividade fraca freando um repasse maior aos preços - conta Maria Andreia.



DEFLAÇÃO DE FRUTAS E OVOS



O impacto da greve dos caminhoneiros na inflação de maio foi difícil de captar, segundo o coordenador de Índices de Preços do IBGE, Fernando Gonçalves, porque, assim como os consumidores, os coletores de preços tiveram dificuldades de encontrar alguns produtos. A captação de preços ocorreu de 28 de abril a 29 de maio. Então, se na última semana de coleta os estabelecimentos visitados estavam desabastecidos, a média de preços daqueles produtos foi feita com base no captado nas três semanas anteriores. E, como a greve começou em 21 de maio, o índice só pegou alguns dias dos problemas de abastecimento e de aumento de preços causados pela paralisação. No caso das frutas, do ovo e do botijão de gás, por exemplo, o IBGE registrou deflação em maio: de -2,08%, -1,62% e -0,07%, respectivamente.



O preço da gasolina subiu 3,34% em relação a abril. Os especialistas dizem que essa alta não reflete a aplicação de preços abusivos durante a greve e sim a política de revisão diária de preços da Petrobras, que fez com que, ao longo do mês, esse combustível tivesse alta de 8% nas refinarias. A energia elétrica, após alta de 0,99% em abril, em relação a março, acelerou para 3,53% em maio, por causa da bandeira amarela sobre as contas de luz, que adicionou a cobrança de R$ 0,010 para cada quilowatt-hora (kWh) consumidos.


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