Produtos inovadores, novos processos de gestão, soluções logísticas, novas ferramentas para engajar o cliente. Esses são alguns dos principais desafios encarados por iniciantes empreendedores individuais, pequenas e grandes empresas, e até pelas sólidas indústrias - desafios óbvios, é preciso dizer. No caminho dessas conquistas existe uma barreira oculta para muitos. Nos debates feitos durante o  Corporate Startup Summit 2018 (foto), evento realizado na última quinta-feira pelo Fiemg Lab, com o propósito de alimentar a relação entre corporações tradicionais e startups (empresa de base tecnológica com produto escalável), foi desvelada a necessidade de mudança cultural dos integrantes do sistema. Muito se falou sobre transformação digital, sobre desaprender para evoluir.

São criados aos poucos ambientes abertos e receptivos para quebrar com um sistema que perdeu eficácia. Procuram-se soluções disruptivas, estejam elas dentro ou fora das organizações. Tomando como exemplo o discurso do médico e cientista da computação Ricardo Guimarães, diretor do Hospital de Olhos, os negócios da área de saúde - podendo se aplicar a outros - são conservadores e resistentes à inovação enquanto há um grande movimento de deslocamento de eixos.

Nesse caso, o eixo sai do médico, o portador de conhecimento, para as mãos do paciente, que passa a acessar as informações no seu celular. Vira-se a "chavinha"! O médico, portanto, poderia deixar de ser aquele que cura doenças para ser quem previne doenças. Esse é um exemplo de inversão da lógica, dentre de tantos outros que se aplicariam nessa e em outras áreas.

"As empresas perdidas em sua superioridade vão desaparecer e dar lugar a startups."
. Cláudio Terra, diretor de Inovação do hospital Albert Einstein


"Fomos treinados a vida toda até então para ter um pensamento linear. E a mudança é exponencial. Quem tem sucesso hoje não é quem constrói e sim quem orquestra."

.Flávio Pripas, diretor-geral do Cubo Itáu



"A vantagem em uma startup não é usar a bermuda, mas sim ter a liberdade de escolher se você quer ou não usá-la."

. Victor Salles, sócio-fundador da Hekima  e integrante do San Pedro Valley



"Acelerar a inovação é manter o negócio competitivo."

. Luciano Abrantes, diretor de inovação digital da Natura



"Em seis anos, 350 empresas foram residentes no programa Johnson & Johnson Innovation, em 10 centros espalhados pelo mundo. Elas movimentaram US$ 9,4 bilhões, sem ter vínculo direto com a empresa."
. Ricardo Tolentino, gerente sênior de desenvolvimento de novos negócios e inovação da Johnson & Johnson



"Já existem casas impressas em 3D e transporte de carga e passageiros em cápsulas. O futuro nós não adivinhamos, mas podemos criá-lo"

. Paula Harraca, líder de inovação digital da ArcelorMittal, que anunciou investimento de R$ 30 milhões na construção do Aço Lab, o primeiro do tipo no mundo, em Nova Lima



"Tivemos que nos reinventar depois da operação Lava-Jato. Mas não bastava mudar ferramentas de trabalho, mas sim as pessoas. É preciso um mindset (mentalidade) inovador para seguir em frente. Se você diz a um diretor que ele vai perder a sua sala, que significa status, ele mesmo pedirá para sair. E tem que sair mesmo."
. Gláucia Costa, superintendente de excelência e inovação da Andrade Gutierrez