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O Globo Online (RJ) ( Economia ) - RJ - Brasil - 15-05-2018 - 07:22 -   Notícia original Link para notícia
BC argentino atua com US$ 5 bi, mas dólar passa de 25 pesos

Ministros do governo Macri adotam discurso otimista para tranquilizar população



Mesmo com de venda de US$ 5 bilhões ontem, moeda americana passou de 25,52 pesos, um salto de 7,25% O dólar mantém sua trajetória de alta na Argentina. Nem a nova intervenção do Banco Central da República Argentina (BCRA), que ofereceu US$ 5 bilhões no mercado, impediu que a moeda americana ultrapassasse os 25 pesos. O dólar saltou 7,27%, a 25,52 pesos, um novo recorde. Ainda assim, a Casa Rosada tenta passar uma imagem de tranquilidade. Em entrevista a jornalistas estrangeiros no palácio presidencial, o chefe de gabinete, Marcos Peña, o ministro da Fazenda, Nicolás Dujovne, e o ministro de Finanças, Luis Caputo, insistiram em afirmar que o país não vive uma crise, que o pedido de empréstimo ao Fundo Monetário Internacional (FMI) foi uma medida preventiva e que o programa econômico não sofrerá alterações. O governo do presidente Mauricio Macri, enfatizou Peña, "não está vivendo seu pior momento". Este, afirmou, foi quando assumiram, "sem recursos, com pobreza alta e enormes desequilíbrios".



EITAN ABRAMOVICH/AFPEm alta. Demonstração contra os aumentos de tarifas e as negociações com o FMI: dólar subiu 7,27%, a 25,52 pesos



Hoje, a autoridade monetária passará por mais uma prova: vencerão 671 milhões de pesos em letras do BCRA, as chamadas Lebacs, e o temor é que grande parte deste montante seja destinado à compra de dólares, o que pressionará ainda mais a cotação da moeda. Este ano, as reservas já caíram de US$ 63,9 bilhões a cerca de US$ 55 bilhões.



- Não será um dia D. Uma parte importante das Lebacs está em mãos de agências públicas, bancos de investimento e investidores institucionais. Muitos serão atraídos pelas altas taxas de juros do momento, não é uma situação de estresse - disse Dujovne, que esteve em Washington na semana passada, negociando com o FMI.



MISSÃO DO FMI CHEGA AO PAÍS NA SEXTA-FEIRA



A única autocrítica da equipe econômica é em relação à meta de inflação, que hoje admitem ter sido "ambiciosa": 10%, depois revisada para 15%. O índice caminha para fechar o ano acima de 25%. Existe a consciência de que o país enfrentará, a curto e médio prazos, um cenário de inflação elevada e crescimento menor - a projeção inicial era de 3% para 2018. Mas alguns economistas já falam em menos de 2%.



- Não acreditamos que isso signifique que nosso programa não funcionou. Estamos crescendo há sete trimestres, ganhamos uma eleição legislativa, baixamos a pobreza e temos o respaldo dos países mais importantes do mundo - disse Peña.



Perguntados sobre uma possível exigência de ajustes pelo FMI, todos os ministros reafirmaram que "o programa econômico será mantido". Macri, por sua vez, segundo fontes, estaria disposto a cancelar sua ida à abertura da Copa na Rússia.



Caputo, de Finanças, afirmou que recorrer ao FMI "é a melhor ferramenta para dar tranquilidade aos atores da economia".



- Temos ofertas de financiamento competitivas, mas temos de prevenir eventuais ocorrências (nos mercados) - disse o ministro, negando que o Fundo seja a única alternativa neste momento.



Analistas, porém, afirmam que, se a Argentina recorresse a investidores privados, teria de pagar juros altíssimos. O risco-país, que mede a confiança do mercado, está perto de 500 pontos centesimais.



Peña disse saber que há incerteza entre a população, mas ressaltou que o país está em processo de crescimento:



- A Argentina vem de 80 anos de fracassos. A diferença é que desta vez não recorremos ao FMI em situação terminal.



O Fundo informou ontem que uma missão chegará à Argentina no próximo dia 18. Segundo nota do porta-voz do FMI, Gerry Rice, o objetivo é "chegar a uma rápida conclusão". Oficialmente não foram anunciados valores, mas fontes falam que o empréstimo seria acima de US$ 30 bilhões.





Ainda ontem, Macri conversou por telefone com o presidente americano, Donald Trump, que reiterou seu apoio às reformas na Argentina. Estas têm sido alvo de protestos da população. Colaborou Henrique Gomes Batista, correspondente


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