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Estado de Minas Online ( Política ) - MG - Brasil - 11-05-2018 - 04:00 -   Notícia original Link para notícia
Campanha na rua à caça de eleitores

Em meio à demora dos demais pré-candidatos em se lançar na corrida presidencial, Bolsonaro faz discurso em carro de som, se reúne com o prefeito e faz palestra para empresários em BH


Isabella Souto e Marcelo Ernesto


Publicação: 11/05/2018 04:00



Deputado Jair Bolsonaro foi recebido com trio elétrico por simpatizantes no aeroporto da Pampulha



Enquanto outros pré-candidatos ainda articulam apoio e alianças e não deram a largada na corrida da sucessão presidencial, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL-RJ) já está em plena campanha. Ele teve um dia de candidato ontem em Belo Horizonte - com direito a recepção no aeroporto da Pampulha por centenas de simpatizantes, trio elétrico para discurso, selfies e autógrafos. A agenda do deputado federal fluminense incluiu uma visita ao prefeito Alexandre Kalil (PHS) e palestra para empresários na (), embora tenha admitido que é leigo em economia.


No discurso feito no alto de um trio elétrico no aeroporto da Pampulha - que teve parte do estacionamento interditado para o "palanque", Bolsonaro disse que quer mudar o Brasil e, em crítica às urnas eletrônicas, defendeu a volta do voto impresso. "Se o voto for impresso, a gente ganha em primeiro turno", afirmou. Bolsonaro disse ainda que podem acusá-lo de tudo, menos de ser corrupto. "Temos que colocar em Brasília, no ano que vem, um homem ou mulher que seja honesto, patriota e que crê em Deus", continuou.


Depois de encontro com Kalil - uma agenda solicitada pelo pré-candidato -, Bolsonaro afirmou que vai se inspirar no prefeito da capital e reconheceu que terá o "pior" plano de governo para o Brasil caso seja eleito em outubro. "Quando falo o pior plano, não é porque eu quero que seja o pior plano. O Brasil não tem dinheiro e sabemos que mentira é recorrente por causa de eleição. Raro é o candidato que faz campanha com a verdade", afirmou.


Bolsonaro afirmou que acompanhou a campanha feita por Kalil nas eleições de 2016 e vai adotar modelo na corrida ao voto dos eleitores. Quando candidato, Alexandre Kalil dizia que não faria promessas porque não poderia cumprí-las. "Não adianta prometer a lua se eu não vou te dar", disse. Bolsonaro garantiu que não pediu o apoio do prefeito da capital, mas que ficou claro que eles têm simpatia "recíproca".


Jair Bolsonaro ainda fez palestra para empresários na , no Centro da capital. Ao admitir que é um "leigo" no assunto, emendou: "O presidente é o técnico que vai escalar o time. Ele tem que ter isenção e humildade para encontrar as pessoas certas. Se um presidente tem que entender de economia, por que elegeram o Lula?", argumentou. De acordo com o pré-candidato, ele tem consultado vários economistas para discutir a situação do país e tem simpatia por ideias como desburocratização e redução da carga tributária.


COLIGAÇÕES O nome de um candidato a vice para a chapa encabeçada por Jair Bolsonaro ainda é um mistério. Por enquanto, o mais cotado é o senador Magno Malta (PR-ES). Mas caso a aliança entre os partidos não se viabilize, há a opção de uma chapa pura, com deputado federal mineiro Marcelo Alvaro Antonio, que o acompanhou em toda a agenda ontem em Belo Horizonte. Bolsonaro admite que não foi procurado por nenhuma legenda em busca de composição.


O pré-candidato avisou que não fará o famoso "toma lá dá cá" para ter apoio nas eleições nem para garantir governabilidade caso seja eleito. Até porque um terço de sua equipe será formada por militares. Filiado a um partido pequeno, sem dinheiro para campanha e com pouco tempo de televisão, Bolsonaro disse que planeja gastar em torno de R$ 1 milhão para tentar chegar ao Palácio do Planalto. E garantiu que não vai requerer a cota do fundo partidário, em torno de R$ 3 milhões. "Não é ilegal, mas para mim pega mal", justificou. É que ele votou contra o projeto de lei que previa o financiamento público de campanha.


Durante palestra aos empresários, Jair Bolsonaro manteve a polêmica, que é sua marca registrada. Não poupou críticas ao ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa, que desistiu de disputar a Presidência da República. "Meu couro não é como o do Joaquim Barbosa, meu couro é de veludo", afirmou, em referência a falta de disponibilidade do ex-ministro em receber críticas da imprensa. E garantiu que será o grande beneficiário com a desistência de Barbosa.


A questão da demarcação de terras indígenas foi tema do discurso. Disse que, em seu eventual governo, o assunto não terá vez. "Índios são pobres coitados. Não falarei mais em centímetros quadrados, mas em milímetros", disse. Em recado à procuradora-geral da República, Raquel Dodge, que o denunciou pelo crime de racismo, Bolsonaro disse que, como tem imunidade parlamentar, pode falar "a besteira que quiser".


Palavras Chave Encontradas: Câmara de Dirigentes Lojistas, CDL
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