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O Globo Online (RJ) ( Economia ) - RJ - Brasil - 09-05-2018 - 07:01 -   Notícia original Link para notícia
Petrobras tem o maior lucro em cinco anos

Com alta do preço internacional do petróleo, companhia teve ganho de R$ 6,96 bilhões no 1º trimestre



Resultado representa alta de 56% em relação ao mesmo período de 2017 e é o melhor em cinco anos O aumento do preço do barril de petróleo no mercado internacional e a redução de despesas levaram a Petrobras a registrar um lucro líquido de R$ 6,961 bilhões no primeiro trimestre deste ano, alta de 56% em relação ao mesmo período de 2017, mesmo com redução na produção e na venda de combustíveis. Foi o melhor resultado trimestral desde o começo de 2013 e também do início da Operação Lava-Jato, a partir de 2014. O lucro surpreendeu analistas, que projetavam algo entre R$ 4,45 bilhões e R$ 5 bilhões. Com isso, a companhia anunciou a antecipação da distribuição aos acionistas de R$ 652,2 milhões em proventos na forma de juros sobre capital próprio. As ações preferenciais (PNs, sem direito a voto) da estatal subiram ontem 1,15%, cotadas a R$ 22,91. Já as ordinárias (ONs, com direito a voto) ficaram estáveis, em R$ 24,74. QUEDA NO VOLUME DE VENDAS A alta de 24% da cotação média do petróleo entre o primeiro trimestre de 2017 e o deste ano, quando chegou a US$ 67, foi um empurrão e tanto. Segundo a Petrobras, isso permitiu maiores ganhos com exportações e também com vendas de combustíveis no mercado interno, já que a estatal vem repassando a variação do petróleo diariamente. Com a nova política de preços, mesmo com a queda de 7% na produção de derivados e de 9% nas vendas de gasolina e diesel, a receita da companhia cresceu 22%, na comparação com o primeiro trimestre de 2017, chegando a R$ 40,7 bilhões.





- É um fato, uma realidade. É o maior (lucro) desde a Operação Lava-Jato. Sem dúvida, a empresa está melhor preparada atualmente - frisou Pedro Parente, presidente da companhia. - Estamos cautelosos, mas felizes com os resultados que estamos trazendo a público. E voltando a pagar remuneração a nossos acionistas.



Parente admitiu que a queda nas vendas de gasolina se deve, em parte, ao etanol, que já se mostra mais vantajoso para abastecer o carro em quatro estados: São Paulo, Goiás, Minas e Espírito Santo. No Rio, porém, relação ainda está acima de 70%, o que ainda não compensaria a troca da gasolina pelo etanol.



O presidente da Petrobras se disse "cautelosamente otimista" sobre as negociações com o governo para rever um contrato com a União que permitiria realizar este ano um megaleilão do pré-sal, com estimativa de arrecadação de até R$ 100 bilhões, além de reforçar o caixa. Ele espera solução até 17 de maio.



A venda dos blocos de petróleo de Lapa, Iara e Carcará gerou R$ 3,2 bilhões e contribuiu para o resultado do primeiro trimestre. Ainda entraram para o caixa da estatal R$ 286 milhões referentes à multa paga pela Ultrapar por não concretizar a aquisição da Liquigás. Parente repetiu que pretende alcançar a meta de US$ 21 bilhões com a venda de negócios até o fim deste ano. A estatal estimou que o chamado plano de desinvestimentos deve gerar US$ 11 bilhões só este ano.



Com a melhora na receita no trimestre, a Petrobras registrou uma geração de caixa operacional, medida pelo Ebitda, de R$ 25,7 bilhões, alta de 2% em relação ao mesmo período do ano passado. A companhia conseguiu reduzir seu endividamento líquido, de R$ 300 bilhões para R$ 270,7 bilhões no período. DÍVIDA AINDA DESAFIA Parente manteve a meta de reduzir para 2,5 vezes a relação entre dívida líquida e geração de caixa até o fim de 2018. O indicador ficou em 3,52 nos três primeiros meses do ano. O número poderia ter caído ainda mais, para 3,07 vezes, sem os gastos da empresa com adesão a programas de regularização de débitos federais e o pagamento da primeira parcela de indenizações a investidores nos EUA, parte de um acordo para cessar uma ação judicial coletiva (class action) por perdas com a corrupção.



Se a tendência de valorização do petróleo e do dólar contribuem para que a empresa siga aumentando os ganhos com a exportação de petróleo, a alta da moeda americana é um problema para o endividamento. Atualmente, cerca de 75% da dívida da Petrobras estão atrelados ao dólar.



- Fizemos todo o planejamento para o barril a US$ 53. Não vamos descuidar de nossos custos, pois o preço do petróleo está subindo por motivos geopolíticos - disse o diretor financeiro da estatal, Ivan Monteiro.



O executivo citou a redução de 7% das despesas gerais e administrativas, para R$ 2,1 bilhões, como um dos fatores que contribuíram para o lucro. Já os investimentos caíram 14%, somando R$ 9,9 bilhões entre janeiro e março.



Segundo Rafael Passos, analista da Guide Investimentos, tudo indica que a Petrobras seguirá beneficiada pela perspectiva de valorização do petróleo:





- Há uma expectativa de que o preço do petróleo continue alto, o que tende a ajudar nos resultados da companhia. Além disso, há uma previsão de que a Petrobras venda mais ativos este ano, com novas parcerias, o que vai ajudar no resultado ao longo de 2018.


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