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O Globo Online (RJ) ( Economia ) - RJ - Brasil - 08-05-2018 - 10:33 -   Notícia original Link para notícia
Nestlé vai vender produtos Starbucks

Acordo de US$ 7,15 bilhões deve impulsionar crescimento da companhia suíça


-LONDRES E ZURIQUE- A Nestlé vai pagar US$ 7,15 bilhões em dinheiro pelos direitos de comercialização dos produtos da rede de cafeterias Starbucks em locais como supermercados e mercearias de diferentes países. O negócio reforça a liderança da gigante suíça do setor de alimentos como maior empresa mundial de café - com as marcas Nescafé e Nespresso - em meio às mudanças constantes nesse mercado. O acordo é a terceira maior transação dos 152 anos da Nestlé, segundo a Bloomberg News.



DREW ANGERER/GETTY IMAGES/AFPCom o acordo. Nestlé vai comercializar de cápsulas a bebidas prontas da rede Starbucks


Para a Nestlé, a ajuda vem a calhar. As vendas cresceram no menor ritmo em mais de duas décadas no ano passado. Ao fechar um acordo com a Starbucks, a Nestlé revela os limites do avanço de Nescafé e Nespresso.


- A Nestlé precisava de uma marca grande, e com urgência - disse à Bloomberg Alain Oberhuber, um analista do MainFirst Bank, de Zurique. - É um movimento bastante defensivo, um pouco tardio, mas, ainda assim, um passo estrategicamente vital.


O negócio permitirá à Nestlé vender os produtos da rede de cafeterias, que vão desde os grãos de café e bebidas prontas até cápsulas com a marca Starbucks que podem ser usadas nas máquinas da Nespresso. A marca suíça não vai aparecer nos produtos da rede de cafeterias. Além dos cafés em suas lojas, a rede de cafeterias já vende hoje uma ampla gama de produtos com a chancela da marca em supermercados dos EUA.


O jornal "Financial Times" destacou que o acordo é o mais recente de Mark Schneider, que se tornou diretor executivo da Nestlé em 2017 para melhorar as vendas e os lucros da empresa - que, como outras gigantes, tem perdido espaço para companhias menores como resultado de mudanças de hábitos dos consumidores e também da desaceleração da economia.


O executivo, acrescenta o "FT", vê o café como um mercado de crescimento rápido, embora a Nestlé não seja forte nos EUA, onde concorre com a JAB Holdings, gigante que tem em seu portfólio as cápsulas de café Keurig. Ao jornal britânico, Jon Cox, analista da indústria de consumo da Kepler Cheuvreux, afirmou que o acordo dará à Nestlé uma melhor posição na América do Norte e também na torra e moagem de café.


"A mágica será realmente usar a distribuição global e o varejo moderno da Nestlé para impulsionar as vendas de produtos Starbucks", completou Cox. INVESTIMENTO EM CHINA E EUA A rede de cafeterias informou que os recursos da aquisição serão usados para investir em dois mercados-chave: Estados Unidos e China, que, segundo o diretor executivo da empresa, Kevin Johnson, são "os dois grandes motores de crescimento para a companhia".


E prometeu investir no digital para combater a desaceleração nos EUA. Enquanto na China o crescimento tem sido explosivo, as vendas comparáveis em seu mercado doméstico avançaram só 3% no ano passado - o pior em três anos. A Starbucks enfrenta mais concorrência de cafeterias regionais e das fortes políticas de descontos das redes de fast food rivais. Os consumidores também estão usando mais o e-commerce, sem sair de casa, em detrimento das lojas físicas.


Procurada, a Starbucks informou que o acordo não tem impacto imediato sobre o Brasil. Aqui, a operação da Starbucks está restrita às cafeterias. Há oferta de café em grão, mas não das cápsulas.


A Starbucks é a segunda marca de fast food mais valiosa, segundo relatório da BrandZ Global, estimada em US$ 44 bilhões. A rede, que foi criada em Seattle, em 1971, tem hoje mais de 28 mil unidades em 77 países.


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