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Estado de Minas Online ( Economia ) - MG - Brasil - 04-05-2018 - 09:09 -   Notícia original Link para notícia
Entrevista:Pietro Labriola Diretor de Operações da Ti - No momento, TIM descarta Oi

Diretor da operadora italiana diz que, agora, meta é garantir entrega de resultado a acionistas



São Paulo - A negociação entre TIM e Oi parece ter esfriado. Ao menos foi a pista dada pelo diretor de operações da companhia italiana, Pietro Labriola, durante o lançamento de pacote de assinaturas em São Paulo. Em entrevista aos Diários Associados, o executivo disse que a prioridade da empresa é outra. Agora, ela está dedicada a estratégias para conseguir entregar resultado financeiro aos acionistas no fim do ano.
Pietro Labriola descarta o uso de parte dos R$ 12 bilhões anunciados como investimento deste ano a 2020 para qualquer outra destinação que não seja aumento de sua rede. A TIM tem acelerado a expansão da cobertura 4G e já conseguiu chegar a 100% em São Paulo e Rio de Janeiro.
Hoje, segundo dados da Agência Nacional de Telecomunicações, a TIM tem 24,55% de participação no mercado de telefonia móvel, com 57,9 milhões de clientes. Com isso, ocupa o terceiro lugar, colada à Claro, com 24,94%, segundo os dados de março, os mais recentes. Já a Oi detém 16,45%. Com uma possível aquisição, a operadora italiana ultrapassaria a Vivo (31,85%) e chegaria à liderança no mercado nacional. Confira a seguir, trechos da entrevista de Pietro Labriola.


"O que vemos no Brasil é a tendência de crescimento, ora com o pico acima, ora abaixo, mas o Brasil sempre vai continuar a crescer, diferentemente de outras economias, como a da Argentina"

Em outubro do ano passado, Stefano De Angelis, CEO da TIM, declarou que o futuro da Oi seria um tema para 2018, já que naquela ocasião não se vislumbrava solução antes de três a quatro meses. O tempo passou e a Oi ainda é o assunto principal no ambiente brasileiro de telecomunicações. A TIM ainda está no páreo?

O que tenho de confirmar é o que sempre foi falado pelo presidente (De Angelis). Nós estamos focados na entrega de resultado. Depois, fizemos uma parceria comercial com a Oi, que faz parte do dia a dia do nosso trabalho, mas nesse momento não queremos distrações, temos de ser focados. A verdade é que o resultado, e isso não é só com a TIM, depende do que você consegue entregar nos primeiros seis, sete meses. Por isso, esse ainda é o momento para não ter distrações. Tudo o que vou fazer com o resultado comercial de agosto a dezembro me ajuda para 2019. Tenho agora de entregar o melhor resultado comercial para garantir o número que foi compartilhado com o mercado financeiro. Não vai haver distrações.

Portanto, se não haverá distrações para a TIM é porque o tema Oi está fora da pauta da companhia nos próximos meses?
Continuo focado na entrega do resultado.

Mas o tema está fora da pauta?
O assunto mais importante é ser focado no resultado. Depois, como já foi falado pelo presidente da TIM na Itália, esse é um mercado que deve ter percurso de consolidação. Quando algo acontecer, vamos avaliar o que é melhor para a entrega do resultado da TIM. Vou dar um exemplo muito banal. Nós, para nos consolidarmos em 4G, temos de continuar a instalar fibra. Temos um orçamento que diz que tenho de escavar e colocar fibra. Para qualquer executivo, pode haver um questionamento se é melhor construir ou comprar algo que esteja construído. No nosso caso, temos nível de investimento já definido, resultado já comprometido com os acionistas e vamos continuar assim.



 


 



"O programa continua conforme planejado, por isso vamos investir muito na construção da rede em fibra"


 


Os investimentos anunciados pela empresa seriam direcionados apenas para investir em rede, não para um outro destino, como uma aquisição?
Não, só para a rede.

O investimento total anunciado pela empresa de 2018 a 2020 é de R$ 12 bilhões. Será preciso acelerar os aportes neste ano devido ao lançamento de pacotes?

O programa continua conforme planejado, por isso vamos investir muito na construção da rede em fibra. Quando tiver um volume maior de dados, precisamos chegar com a fibra abaixo das antenas, continuar a desenvolver a rede 700 MHz 4G para ampliar toda a cobertura, esse é o desafio que temos. O futuro será todo com dados, será cada vez mais IP.


 


 


 "Temos nível de investimento já definido, resultado já comprometido com os acionistas e vamos continuar assim "


 


 


Até que ponto esse clima de instabilidade política e eleitoral no país tem influenciado na tomada de decisões?
Estamos seguindo em frente com o que já era o nosso plano. O que vemos no Brasil é a tendência de crescimento, ora com o pico acima, ora abaixo. Mas quando se vai fazer a interpolação, o Brasil sempre vai continuar a crescer, diferentemente de outras economias, como a da Argentina. Nossa estratégia é continuar a investir, porque o Brasil é uma potência. O resultado pode ser melhor ou pior por conta do contexto macroeconômico, mas no médio e no longo prazo o desempenho é sempre positivo. Nas telecomunicações, os investimentos não são feitos hoje para colher amanhã, mas, sim, pensando no retorno para daqui a um ou dois anos. O que acontece no Brasil hoje deixa a nossa empresa confiante de que o investimento é o justo e que haverá retorno.

Mas existe alguma preocupação por parte da matriz quanto a incertezas sobre qual poderá ser a política econômica do próprio governo?
No passado, a TIM teria de estar muito mais preocupada com esse tipo de contexto porque normalmente o que ocorre é que as classes sociais mais baixas é que são impactadas, que têm um gasto potencial muito mais baixo e no seu balanço entra o gasto em telecomunicação ou o gasto com o leite. No passado, quando a TIM era líder no pré-pago tinha uma exposição maior ao risco da macroeconomia. Agora que chegamos a uma base de pós-pago muito grande, temos parte da nossa receita menos conectada à macroeconomia. Isso nos deixa mais confiantes e permite continuar a investir sob uma lógica de médio e longo prazo.


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