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Diário do Comércio online - BH (MG) ( Finanças ) - MG - Brasil - 28-04-2018 - 12:52 -   Notícia original Link para notícia
IGP-M registra desaceleração em abril com elevação de 0,57%

ABr/AE


Brasília - O Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) registrou em abril alta de 0,57% e de 1,89% em 12 meses. Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), a inflação medida pelo indicador registrou uma desaceleração em comparação ao 0,64% verificado em março. No acumulado dos primeiros quatro meses de 2018, o índice registrou alta de 2,05%.

A desaceleração do IGP-M foi influenciada pela queda no Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPPA), que ficou em 0,71% em abril contra 0,89% em março. O resultado foi puxado, principalmente, pelos grupos das matérias-primas brutas e dos bens finais. Em relação esse último, foi importante a retração da inflação dos alimentos in natura, que passou de 9,86% no mês passado para 2,5% no último resultado. O minério de ferro também teve uma queda expressiva, passando de deflação de menos 1,88% para menos 9,53%. A mandioca registrava menos 2,39% em março e foi para menos 7,93% em abril.

Por outro lado, os combustíveis, que compõem o grupo dos bens intermediários, tiveram comportamento contrário no período. O óleo diesel sai de uma deflação de menos 3,13% em março para uma alta de 8,36% em abril. A gasolina automotiva subiu de menos 0,22% para 6,54%.

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) também teve elevação no período, saindo de 0,14% em março para 0,31% em abril. O resultado teve forte influência da alta dos custos com alimentação, que passaram de menos 0,08% em março para 0,18% em abril. Um destaque nessa evolução foi os laticínios, que tiveram aceleração de 0,15% para 1,09% no período.

A alta do IPC também foi puxada pelos gastos com saúde, que passaram de 0,36% em março para 0,85% em abril. O grupo foi afetado pelo aumento dos preços relacionados a medicamentos, que saíram de uma estagnação (0%) para uma inflação de 1,29%. Os gastos com habitação tiveram alta de 0,33% neste mês em comparação com o 0,19% verificado no período anterior. Nesse grupo, contribuiu a tarifa de eletricidade residencial, que passou de 0,83% para 1,24%.

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) teve ligeira alta de 0,23% em março para 0,28% em abril. Os custos de materiais e serviços subiram de 0,40% para 0,50%. Enquanto os gastos com mão de obra, que tiveram estagnação em março, foram para 0,18% neste mês.

Desaceleração - A taxa mensal do IGP-M de maio deve voltar a desacelerar em março, mesmo com a depreciação cambial recente, estima o economista André Braz, do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da FGV. "Se esse movimento de alta do dólar se tornar permanente, passará a preocupar, pois de fato afetaria a inflação", afirma.

Contudo, o economista pondera que o aumento menor que o esperado dos gastos dos consumidores nos EUA pode limitar as expectativas de mais altas na taxa de juros no País e, consequentemente, diminuir a pressão sobre o dólar. Isso, acrescenta, também deixaria os IGPs mais contidos. No primeiro trimestre, os gastos dos consumidores norte-americanos subiram 1,1%, bem abaixo da alta de 4,0% do quarto trimestre e o resultado mais fraco desde meados de 2013. "Essa volatilidade do dólar pode ser encerrada e não tem tanto impacto na inflação", estima.

Porém, Braz acrescenta que 2018 reserva muito desafio para a taxa cambial, em especial por conta da incerteza eleitoral, embora ainda espere que não ocorram tantas surpresas negativas que possam afetar o câmbio. Além do efeito sobre a inflação, um aumento permanente do dólar também acaba por trazer efeitos desfavoráveis na atividade. "Uma depreciação do real mais forte e por mais tempo tende a afetar importação de máquinas, que é fundamental para fomentar a atividade", observa.


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