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Estado de Minas Online ( Economia ) - MG - Brasil - 25-04-2018 - 04:00 -   Notícia original Link para notícia
Mina$ em foco - Mães salvadoras

Falta combinar como os clientes vão bancar o sonho dos lojistas de, enfim, cimentar a má fase que eles enfrentam desde 2014


Com toda a sua conhecida sagacidade, o poeta Mário Quintana definiu a palavra mãe como um arranjo de três letras em que "cabe o infinito" e bem expressou: "És do tamanho do céu". No embalo desse apelo tão especial, o comércio, que bem se apropriou das datas comemorativas para faturar, aposta num espírito, digamos, salvador que elas carregam e as transformou nas rainhas do caixa de maio. No frenético Centro de Belo Horizonte, redes de vestuário e cosméticos já lançam esta semana esforço pesado de vendas para conquistar os filhos. Elas estão atrás de um volume de negócios que pode representar o dobro do movimento deste mês.



Vizinho da Igreja de São José, o quarteirão da Rua Tamoios disputado por concorrentes de um dos segmentos que mais ganha nesta época do ano - o de higiene pessoal e beleza - se antecipa às promoções que serão contabilizadas até o segundo domingo de maio, a data final das campanhas. A vendedora eficiente que circula entre as prateleiras repletas de tentações para o bolso logo avisa que as ofertas dedicadas a "elas" estão prestes a chegar.

Falta combinar como os clientes vão bancar o sonho dos lojistas de, enfim, cimentar a má fase que eles enfrentam desde 2014. Em 2015 e 2016, as estimativas de vendas motivadas pelo Dia das Mães foram negativas em 0,95% e 1,97%. No ano passado, elas voltaram ao azul em 1,25% e agora a perspectiva é de 2,76%.

As últimas pesquisas de opinião feitas entre os associados à da capital (-BH) têm indicado a compra a vista como a preferida do consumidor, ainda preocupado com a situação financeira da família, enquanto os empresários se empenham em estimular a compra a prazo, observa o vice-presidente da -BH, Marco Antônio Gaspar. Pesquisa da entidade concluída neste mês mostra que 57% dos lojistas esperam que a forma de pagamento mais usada seja o cartão de crédito na modalidade parcelada. Só 5,1% preveem a compra em dinheiro.

"Os empresários acham que vão vender bem no cartão parcelado, mas o consumidor tem buscado muito pagar à vista, para fugir das taxas de juros embutidas nos planos de pagamento, e usar os descontos", afirma. Tradicionais puxadoras dos negócios feitos graças às mães, as lojas de roupas e calçados têm hoje em seu rastro outras duas frentes crescentes de receita motivada pela data, perfumaria e cosméticos e o comércio de produtos das óticas.

Os hábitos do consumidor bombardeado pelo culto e o valor que a sociedade passou a dar à estética firmaram tendência que levou o ramo da beleza a desconhecer a crise, mas essa referência está longe de servir para o comércio em geral, a despeito do aumento da confiança dos lojistas. A sorte foi lançada por meio do mais recente Indicador de Confiança do Empresário (ICE), apurado pela -BH, com a marca de 60,9 pontos, que subiu durante todo o primeiro trimestre. Ante os meses de outubro a dezembro de 2017, houve aumento de 5,4 pontos.

Talvez surpreendente tenha sido também a evolução dos indicadores de expectativa quanto às finanças do negócio próprio para os próximos seis meses, que evoluiu de 74,7 para 76,3 pontos na mesma base de comparação. Resta saber se a insegurança do consumidor cederá ao desejo tantas vezes incontrolável de gastar e presentear as devotadas mães.

Semestre promissor

Assim como ocorreu com a confiança recorde dos lojistas da capital no primeiro trimestre do ano, impressiona, da mesma forma, o crescimento do índice que mede a perspectiva dos empresários quanto ao cenário da economia para o próximo semestre. O indicador cresceu para 78,3 pontos de janeiro a março, ante os anteriores 72, embora o consumidor sinta no dia a dia o receio de quem não venceu as complicações para administrar o orçamento apertado.


Palavras Chave Encontradas: Câmara de Dirigentes Lojistas, CDL
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