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Diário do Comércio online - BH (MG) ( Economia ) - MG - Brasil - 21-04-2018 - 10:50 -   Notícia original Link para notícia
Marca mineira Luiz Rocca estima crescer 150% neste ano

Empresa de calçados foi criada em 2014


Acostumado a lidar com calçados, o empresário Luiz Rocca fundou a marca que leva o seu nome há 3 anos e meio em Belo Horizonte. Segmentado no ramo de calçados masculinos premium, o negócio começou com zero de capital e, segundo o empresário, a expectativa para este ano é que ele cresça em 150% o seu faturamento. Isso porque, segundo afirma, só nos primeiros quatro meses de 2018 a marca já vendeu o mesmo que foi vendido em seis meses no ano passado. Rocca credita a boa safra nas vendas ao fato de o negócio ser novo e ter começado sem nenhum investimento, fazendo jus à expressão popular "o que vier é lucro". "Caso contrário, se eu estivesse no ramo há muitos anos, provavelmente estaria hoje preocupado com a queda nas vendas por causa da crise econômica no País. Como é um negócio novo, a tendência é crescer mesmo", explica.

O otimismo de Rocca pode ser justificado, em parte, pelo último Relatório Setorial da Indústria de Calçados registrado anualmente pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados). Os dados do setor mostram que, em 2017, foram produzidos 21,4 bilhões de pares de calçados no mundo todo, 4% a mais do que em 2016. Ainda segundo a pesquisa, este crescimento foi motivado pelo consumo interno dos produtos nos países. No ano passado, o Brasil, que produziu 908,9 milhões de calçados, consumiu 805,5 milhões de calçados, 1,2% a mais que em 2016.

Além disso, a Luiz Rocca Calçados, por sua segmentação, se apropria de parte da fatia produtora de calçados masculinos em couro, usufruindo de menos concorrência, já que, conforme o relatório, apenas 24,7% dos calçados produzidos no Brasil no ano passado são masculinos e somente 19,6% do total de sapatos produzidos no mesmo ano são de couro.

Entretanto, Rocca revela que não é exatamente um novato no ramo. "Eu já mexo com calçados há 12 anos porque o meu pai, que é representante comercial neste mercado há 42 anos, sempre teve a minha ajuda. Então, como eu tinha contato com investidores, negociantes e lojistas, consegui pleitear um prazo maior com o fornecedor para fazer o pagamento pelo material da minha primeira safra. Com o dinheiro da venda, consegui pagar o fornecedor e fazer o negócio girar".

A ideia de começar a criar os próprios calçados surgiu da insatisfação pessoal do empresário. "Como eu tinha acesso a várias marcas de sapatos por causa do trabalho com o meu pai, eu mudava a forma dos sapatos para o que eu gostaria de usar. Aí o pessoal perguntava onde eu comprei, gostava do estilo. A Luiz Rocca Calçados surgiu também da minha insatisfação com o serviço prestado por alguns lojistas e fabricantes", explica.

Com a possibilidade de mais crescimento este ano, Rocca passou a complementar o negócio com novidades. "Eu fazia apenas vendas no varejo, mas desde julho comecei a vender por atacado, que é o que tem me feito crescer também. E há cerca de um mês e meio criei um e-commerce da marca, mas ainda é muito cedo para fazer um balanço destes resultados no mundo virtual", conta.

Caminho solo - Rocca toca o negócio sozinho. Com escritório e centro de distribuição em Belo Horizonte, ele cria os sapatos, envia os protótipos para uma fábrica terceirizada no interior de São Paulo, recebe os produtos na capital mineira e distribui. "Eu também arco com toda a carga tributária para o lojista não ter mais este gasto", revela.

Segmento - Focado na produção de sapatos masculinos premium, Rocca vende os seus produtos principalmente para butiques que vendem roupas e calçados para o público masculino, e admite que o seu mercado mais forte é em Minas Gerais. "Até porque eu não consigo atender outros estados sozinho. Por exemplo, se eu for atender um mercado maior em São Paulo e isso estourar, eu não vou conseguir manter". Além disso, ele acredita que o mercado mineiro é um teste de qualidade para outros mercados. "O consumidor mineiro é mais desconfiado, exige qualidade. Se um negócio der certo em Minas, ele vai dar certo em qualquer outro lugar", brinca.


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