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O Globo Online (RJ) ( Economia ) - RJ - Brasil - 12-04-2018 - 07:30 -   Notícia original Link para notícia
Governo decide fixar meta de inflação de 2021 em 3,75%

Percentual menor reflete resultado baixo de índices de preços



O Conselho Monetário Nacional deve fixar a meta da inflação para 2021 em 3,75%, por conta dos baixos índices de preços - em março, o IPCA foi de 0,09%, o menor desde 1994 para esse mês. Para os próximos dois anos, os objetivos serão mantidos. Decisão será anunciada em junho. -BRASÍLIA- Os baixos índices de preços - como o IPCA de março, de 0,09%, o menor desde 1994 para o mês - abriram caminho a uma redução da meta de inflação. Segundo fontes do governo ouvidas pelo GLOBO, o Conselho Monetário Nacional (CMN) manterá os objetivos estipulados para os próximos dois anos, mas deve fixar a meta do IPCA para 2021 em 3,75% com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Isso representa queda de 0,25 ponto percentual em relação ao número definido para 2020.



GIVALDO BARBOSATransição. Guardia e Meirelles, observados por Ilan Goldfajn, do BC, na transmissão de cargo



A decisão será anunciada em junho e deve aumentar a pressão para que o próximo governo continue a agenda de reformas para não ter de subir tanto os juros quando a recuperação da economia ganhar força. A ideia é manter um ritmo de queda de 0,25 ponto percentual por ano. O alvo deste ano é 4,5%. Para 2019, a meta é de 4,25%. Em 2020, o Banco Central tem de fazer com que a inflação fique em 4%. Todos esses percentuais serão mantidos.



- Em metas já estabelecidas, não mexemos. Ou seja, não revemos até 2020. Depois disso, podemos definir metas com alguma liberdade e podemos convergir para metas mais baixas como em outros países emergentes - afirmou ao GLOBO uma fonte graduada da equipe econômica.



Nos últimos nove meses, a taxa de inflação acumulada em 12 meses tem se mantido abaixo de 3%. Economistas avaliam que o país se aproxima de um "novo normal", com taxa na faixa de 3%.



Pressionados a reduzir a meta de 2019 porque a inflação já estava muito baixa, os ministros da Fazenda e do Planejamento e o presidente do BC (que compõem o CMN) decidiram, em 2017, não alterá-la, mas sinalizar que o objetivo era um controle de preços mais firme. Por isso, anunciaram a meta para dois anos à frente. Antes, só se divulgava a do ano seguinte.



A avaliação é que qualquer mudança, mesmo em períodos de inflação baixa demais, poderia abrir precedente perigoso. O receio entre os técnicos é que um próximo governo use a desculpa de que pode alterar percentuais quando quiser e suba a meta se a inflação estiver num ponto em que não seja possível cumprir o objetivo.



- O Brasil tem de entender de uma vez por todas que meta é para ser cumprida e não para ser mudada - disse uma fonte.



Para dar mais previsibilidade, o presidente do BC, Ilan Goldfajn, fez questão de escrever a carta, exigida por lei, por ter deixado a inflação abaixo da meta em 2017. Chegou a ser cogitado que, com arredondamento, a inflação de 2,95% de 2017 poderia ser considerada no piso da meta, de 3%. A ideia foi rejeitada, e o documento marcou a mudança da política econômica após o impeachment de Dilma Rousseff, com a ressalva de que os preços dos alimentos caíram com a supersafra.


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