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Estado de Minas Online ( Economia ) - MG - Brasil - 11-04-2018 - 04:00 -   Notícia original Link para notícia
Marta Vieira - Minas em foco - O efeito Lula e o PIB estadual

Há interpretações cruzadas sobre como a mudança no cenário das eleições interfere no rumo dos investimentos, afetando, particularmente, estados como Minas Gerais


O estresse dos investidores, que, nos últimos dias, turbinou o dólar e derrubou a bolsa de valores diante da prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, vai além de uma reação já esperada da ganância própria do mercado financeiro. Há interpretações cruzadas sobre o efeito da detenção de Lula e da mudança no cenário das eleições de outubro no rumo dos investimentos, afetando, particularmente, estados como Minas Gerais, muito dependente de setores de atividade movidos à base de capital privado e público para poder crescer. É necessário que a economia volte a atrair dinheiro novo para a expansão das indústrias da mineração, metalurgia, de máquinas e equipamentos e da construção pesada. Juntas, elas respondem por 30% do PIB industrial mineiro.

No radar dos investidores, a prisão do petista gera maior confiança no Judiciário, o reconhecimento do esforço de punição por atos de corrupção no país, ao mesmo tempo em que o fortalecimento da Operação Lava-jato pressupõe o julgamento de uma série de processos contra outros denunciados do meio político e empresários, que precisarão surgir, mais um motivo de insegurança nas mesas dos operadores de câmbio e ações.

Lula está longe de ser o único problema, uma vez que o governo do presidente Temer prometeu e não cumpriu a cartilha das reformas fiscal e da Previdência, também determinantes para o retorno dos investimentos. Na avaliação do economista Guilherme Velloso Leão, superintendente de Ambiente de Negócios da Fiemg, poucos candidatos às eleições de outubro vão se expor sobre esses temas, que se tornaram delicados demais, e apresentar propostas concretas.

"O ano de 2018 está carregado de incertezas. As decisões de investimentos vão ficar para o último trimestre, quando o cenário para a economia estará mais claro, e o início de 2019. Do ponto de vista do investimento público, ele depende da reforma fiscal, um processo longo para o país voltar a ter superávit nas contas", afirma. Em períodos de eleição, as empresas costumam ser mais resistentes a investir, e, neste ano, elas estão saindo de uma longa crise sem a necessidade de ampliar a sua capacidade de produção.

Nas estimativas da Fiemg, o PIB do Brasil deverá crescer 2,6%, puxado pelo consumo das famílias, mediante a queda da inflação e o consequente estímulo à renda, além dos juros mais baixos, que ajudam a reduzir o endividamento do consumidor. Em Minas, diferentemente disso, a retomada do investimento é que dará as rédeas do crescimento da produção de bens, tendo em vista a elevada participação da indústria pesada, que junto aos setores automobilístico e de alimentos, representa cerca de 60% do PIB industrial do estado.

O comércio, por sua vez, trabalha com perspectiva de crescimento de 2% a 3% embalado pelo término de um 2017 melhor do que foi o início do ano passado, justifica o presidente da de Belo Horizonte (-BH), . "É melhor ficar nessa casa modesta de números do que ensaiar voo de galinha. Teremos Copa do Mundo neste ano, e não sabemos quais outros escândalos em torno do setor público vão surgir", diz o empresário.

Se a insegurança leva à retração de negócios e investimentos, a esperança de Falci é que a prisão de Lula e a continuidade da Lava-Jato quebrem a impressão no exterior, segundo ele, de que "tudo se ajeita no Brasil". "Não estou julgando se foi certo ou errado; o fato é que, se houve delito, o fato tem de ser esclarecido e punido", frisa. A boa-nova para o comércio neste ano foi uma entrada com crescimento de 1,64% das vendas frente a janeiro de 2017. Deus conserve!

R$ 90,3

bilhões

AcoorHotels em Minas

Com 120 apartamentos, o hotel Ibis Budget Patos de Minas é o mais novo empreendimento da AccorHotels em parceria com investidores de Minas Gerais. A rede havia inaugurado, no segundo semestre de 2017, três unidades da marca Ibis em Muriaé, Manhuaçu e Barbacena. Até junho, a AccorHotels informa que terá mais um projeto para o estado, um dos principais alvos de seu plano de aportes no país. O interesse permanece na expansão que sai das capitais para os polos bem-sucedidos do interior.

Usiminas de bem

Os sócios integrantes do bloco de controle da Usiminas oficializaram o novo acordo de acionistas, que cria as bases de atuação dos principais acionistas. Os termos do documento já haviam sido divulgados, quando os controladores, o grupo japonês Nippon Steel & Sumitomo Metal e o conglomerado italiano Ternium/Techint, anunciaram entendimento, encerrando conflito iniciado em 2014. Para o biênio 2018-2020, o atual diretor- presidente, Sergio Leite, será confirmado no comando da empresa, indicado pelo grupo Ternium. Já a Nippon Steel indicou Ruy Hirschheimer para a presidência do conselho de administração.


Palavras Chave Encontradas: Bruno Falci, Câmara de Dirigentes Lojistas, CDL
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