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Portal O Tempo ( Economia ) - MG - Brasil - 11-04-2018 - 03:00 -   Notícia original Link para notícia
Bancos oferecerão alternativas mais baratas ao cheque especial

Pelas novas normas, que passam a vigorar em julho, clientes que entrarem no limite serão avisado
Com uma das mais altas taxas de juros do mercado financeiro, o cheque especial foi criado para cobrir pequenas emergências em pequenos períodos, mas, muita gente usa o recurso como se fosse um acréscimo ao salário. Para tentar resgatar o real objetivo do instrumento, os bancos serão obrigados a oferecer alternativas mais baratas para trocar a dívida por outras linhas de crédito com juros mais baixos. As medidas, anunciadas nesta terça-feira (10) pela Federação Nacional dos Bancos (Febraban), entrarão em vigor a partir do dia 1º de julho.

Pelas novas normas, as instituições financeiras assumem o compromisso de avisar imediatamente quando o cliente entrar no limite do cheque especial, por meio dos canais de relacionamento. Para aqueles que usarem mais de 15% desse limite, durante 30 dias consecutivos, os bancos terão que enviar uma proposta com outra opção. Para se ter uma ideia do quanto os juros do cheque especial são altos, em um ano, uma dívida de R$ 1.000 viraria R$ 4.241. O mesmo valor, em uma linha de crédito pessoal, chegaria a por R$ 1.469. É que a taxa média anual do cheque é de 324,1%, sete vezes a taxa do crédito pessoal, segundo o Banco Central.

De acordo com a economista da (-BH), as novidades são muito boas para quem precisa quitar uma dívida. Mesmo assim, é importante insistir na educação financeira.

"Há pouco tempo, vimos mudanças parecidas no rotativo do cartão de crédito, que permitem renegociar para conseguir pagar menos. Essa mudança para o cheque especial é boa, vai ajudar a reduzir a inadimplência, mas não adianta ficar rolando sempre esse débito. Senão a pessoa corre o risco de ficar com as dívidas antigas e ainda fazer novas", alerta.

Além da possibilidade de trocar a linha de crédito, também haverá a opção de parcelar o saldo devedor. Nesse caso, os bancos poderão manter os limites de crédito contratados, levando em consideração as condições de crédito já existentes ou criando novas. As informações no extrato também vão mudar: o limite do cheque especial terá que aparecer separadamente. Hoje, ele aparece como se fizesse parte do saldo.

"As novas regras fazem parte do compromisso dos bancos em melhorar o ambiente de crédito, para facilitar a redução dos spreads bancários e também em orientar o consumidor sobre o uso adequado de produtos e serviços", afirma o presidente da Febraban, Murilo Portugal.

Rotarivo

Há um ano. Em abril do ano passado, por determinação do Banco Central, as regras para o pagamento do chamado "mínimo" da fatura do cartão de crédito mudaram e o cliente ficou impedido

de recorrer a essa opção por vários meses consecutivos.

BC garante o parcelamento sem juros

BRASÍLIA. As compras parceladas sem juros no cartão de crédito não vão acabar. A ideia é ter no mercado alternativas a esse tipo de compra, segundo afirmou na terça-feira o presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn.

"O parcelado sem juros não vai acabar. O que nós gostaríamos é de oferecer produtos alternativos que fossem capazes de reduzir a parcela", disse. Goldfajn explicou que há custos embutidos nesse tipo de compra parcelada que acabam sendo pagos pelo consumidor.

Segundo Goldfajn, a ideia é que ocorram mudanças promovidas pelo mercado. "Se o parcelado sem juros for de fato um produto que a sociedade quer manter, que mantenha", disse. Goldfajn acrescentou que a diferenciação de preços entre pagamento a prazo e à vista já está acontecendo. "O que se paga à vista não pode ser igual ao que se paga a prazo", destacou.

Fatia de superendividados cai de 20% para 13%

No ano passado, um a cada cinco brasileiros se dizia muito endividado, segundo pesquisa da Boa Vista SCPC () feita entre janeiro e fevereiro, com uma amostra de 806 entrevistados em todo o país. Em 2018, o percentual, que era de 20%, caiu para 13%. "Mais do que uma melhora da economia, esse resultado está relacionado à redução da tomada de crédito. As pessoas pisaram no freio", justifica o economista da Boa Vista SCPC, Flávio Calife.

De acordo com o economista, se o consumidor já não pega mais tanto empréstimo, é natural se sentir menos endividado. Prova disso é outro dado da pesquisa, que revela que o total de pessoas que se dizem sem dívida nenhuma subiu de 11% para 19%.

A pesquisa também sinaliza que o poder de compra e a capacidade de poupar está melhor. "O mercado de trabalho dá sinais de melhora e os juros estão mais baixos", justifica Calife.


Palavras Chave Encontradas: Câmara de Dirigentes Lojistas, CDL, Serviço Central de Proteção ao Crédito
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