Leitura de notícia
O Globo Online (RJ) ( Economia ) - RJ - Brasil - 30-03-2018 - 09:45 -   Notícia original Link para notícia
Mudanças no cheque especial saem em abril

Presidente do BC explica que Febraban prepara regulação própria, a ser anunciada semana que vem



-BRASÍLIA- O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, informou ontem que já na semana que vem serão anunciadas mudanças na sistemática do cheque especial, cujos juros têm resistido aos cortes na taxa básica da economia, a Selic. De acordo com Ilan, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) prepara uma regulação própria sobre o assunto. O GLOBO já revelou que os bancos devem impedir que os clientes fiquem mais de um mês no vermelho. O saldo negativo será convertido em um parcelamento.



AILTON DE FREITAS/10-1-2018Ilan Goldfajn. "A parte mais difícil do nosso trabalho ainda vai começar"



Perguntado sobre a demora do repasse da queda da Selic para os consumidores, o presidente do BC citou um estudo do órgão que mostra que os bancos estão seguindo o mesmo ritmo de ciclos de corte da taxa básica. No entanto, ele ressaltou que o BC tem tomado medidas para que os juros caiam mais rapidamente. Na quarta-feira, a autoridade anunciou mais uma série de ações que podem ter impacto no crédito.



- Isso não significa que a gente não gostaria de ver uma queda mais rápida das taxas bancárias. O spread (diferença entre o custo do dinheiro para o banco e o quanto é cobrado do cliente) está caindo, mas estamos fazendo um esforço para ele cair mais rapidamente - disse Ilan, em sua primeira entrevista coletiva trimestral após a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). CONTRA MUDANÇA NA META O presidente do BC disse ainda que sua tarefa mais difícil começa agora: garantir que o cenário de inflação e juros baixos não seja passageiro. Ilan comentou a decisão da última reunião do Copom, que reduziu a Selic de 6,75% para 6,5% ao ano, com sinalização de mais um corte em maio, quando será feita uma pausa para avaliar os efeitos da diminuição da taxa básica.



- Uma pausa parece ser necessária para avaliar e garantir o futuro. A parte mais difícil do nosso trabalho ainda vai começar, que é manter os ganhos obtidos até agora - afirmou Ilan. - Temos de fazer com que a conquista da inflação baixa perdure mesmo com incertezas.



Perguntado se a equipe econômica não deveria aproveitar a inflação baixa - o último boletim Focus aponta IPCA de 3,57% no fim do ano - para rever as metas, Ilan se declarou contrário a qualquer mudança. Para este ano, a meta é de 4,5%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual, para cima ou para baixo.



- Somos contra mudar a meta para cima. Somos contra mudar para baixo. Somos a favor do futuro - disse Ilan, ao lembrar que a meta para 2021 será definida em junho.



O presidente do BC também negou que as mudanças nos ministérios da Fazenda e do Planejamento possam afetar a condução da política econômica. Ilan tentou esquivar-se de uma pergunta sobre a sua permanência no cargo até o fim do governo Temer. Face à insistência do repórter, ele foi sucinto:



- Estou aqui.


Nenhuma palavra chave encontrada.
O conteúdo acima foi reproduzido conforme o original, com informações e opiniões de responsabilidade da fonte (veículo especificado acima).
© Copyright. Interclip - Monitoramento de Notícias. Todos os direitos reservados, 2013.