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O Globo Online (RJ) ( Economia ) - RJ - Brasil - 25-03-2018 - 09:37 -   Notícia original Link para notícia
Por telefone, China alerta EUA que está pronta para se defender

Vice-premier asiático espera que os dois lados se mantenham racionais



Em meio ao acirramento da disputa entre os Estados Unidos e a China e o temor de uma guerra comercial, o vicepremier chinês, Liu He, e o secretário de Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, conversaram por telefone ontem, segundo informações da agência estatal chinesa de notícias Xinhua. Liu afirmou que esperava que os dois lados permanecessem "racionais" e pudessem trabalhar juntos para manter as relações comerciais estáveis, mas alertou que a China está pronta para defender seus interesses.



REUTERSCalma. Em Pequim, Tim Cook, da Apple, defendeu o livre comércio e pediu que EUA e China mantenham a "cabeça fria"



Já o diretor executivo da Apple - empresa com forte atuação no país asiático -, Tim Cook, adotou tom pacificador e pediu calma às duas nações.



'ESTABILIDADE GERAL DA RELAÇÃO'



De acordo com a Xinhua, o vice-premier chinês afirmou que a investigação dos Estados Unidos sobre as práticas da China no campo da propriedade intelectual e da transferência forçada de tecnologias americanas violou as normas do comércio internacional. Ele garantiu a Mnuchin que o governo chinês está disposto a se defender.



"A China está disposta a defender seus interesses nacionais e espera que ambas as partes continuem sendo racionais e trabalhem juntas para salvaguardar a estabilidade geral das relações econômicas e comerciais entre China e Estados Unidos", declarou Liu, ainda conforme a agência.



Esta é a conversa de mais alto escalão entre autoridades americanas e chinesas nos últimos dias, quando novas medidas aumentaram o risco de uma guerra comercial.



Um dos que querem evitar uma disputa neste campo é Tim Cook, da Apple. Ontem, em Pequim, o executivo defendeu que o presidente americano, Donald Trump, apoie o livre comércio - ainda que não tenha citado seu nome.



Ao ser perguntado sobre qual mensagem levaria a Trump, Cook destacou que países que apoiam o livre comércio e a diversidade são aqueles que têm desempenho excepcional, segundo o diário de negócios americano "Wall Street Journal": "Países que apoiam a abertura, que apoiam o comércio, que apoiam a diversidade, são os países que se saem de forma excepcional. E os países que não (apoiam), não".



Uma guerra comercial com a China pode ser muito prejudicial à Apple. Segundo o site CNNMoney, US$ 18 bilhões do faturamento da empresa no último trimestre, ou 20% do total, foram gerados na China.



- Estou ciente de que, tanto nos EUA quanto na China, houve casos em que todos não se beneficiaram, onde o benefício não foi equilibrado - afirmou Cook em um fórum anual de desenvolvimento em Pequim, acrescentando esperar que as autoridades mantenham a "cabeça fria".



Em agosto de 2017, Washington lançou oficialmente uma investigação sobre as práticas da China no campo da propriedade intelectual e da transferência forçada de tecnologias americanas. Na sexta-feira, os EUA apresentaram denúncia contra a China na Organização Mundial do Comércio (OMC) sobre o direito de patentes.



Isso ocorreu um dia depois de os EUA anunciarem até US$ 60 bilhões em tarifas para produtos chineses, em uma luta contra as práticas comerciais desleais da China. O país asiático também é alvo da sobretaxa ao aço e alumínio importados - de 25% e 10%, respectivamente.


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