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O Globo Online (RJ) ( Economia ) - RJ - Brasil - 20-03-2018 - 07:05 -   Notícia original Link para notícia
Índice do BC que mede atividade econômica cai 0,56% em janeiro

Indústria e setor de serviços registram queda, mas varejo se recupera



-BRASÍLIA E BUENOS AIRES- Após quatro meses de expansão, a economia brasileira começou 2018 em queda e de forma irregular. O IBC-Br, índice do Banco Central que mede a atividade do país, caiu 0,56% em janeiro. A indústria e o setor de serviços foram mal, já o varejo surpreendeu positivamente. O resultado geral veio melhor do que a previsão dos analistas do mercado financeiro, de uma retração de 0,8%.





Segundo o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), mais do que uma mudança de rumo, o resultado de janeiro deve ser visto "como um sintoma de um processo ainda frágil" da retomada do nível de atividade.



Economistas ouvidos pelo GLOBO afirmam que o crescimento do país - previsto em 3% - vai depender muito do cenário internacional e da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre as prisões após condenação em segunda instância, o que guiará o rumo das eleições. Para Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating, uma reversão das prisões da Lava-Jato pode fazer com que o setor produtivo adie investimentos até a disputa de outubro. Apesar da indefinição, ele aposta em um crescimento de 2,8% neste ano, porque espera resultados melhores a partir do segundo trimestre. Ele ressalta que a agricultura está forte e tem boas perspectivas por causa da quebra de safra na Argentina, o que abre espaço para exportações brasileiras:



- A indústria ainda não deslanchou, e o setor de serviços sente, mas o fôlego vem no segundo trimestre. É como alguém que começa fraco na corrida e acelera quando está mais confiante.



Agostini argumenta que janeiro é normalmente um mês fraco. No início de 2018, especificamente, a indústria teve forte queda: 2,4%, resultado que interrompeu uma série de quatro altas mensais.



'AJUSTE NATURAL', DIZ MEIRELLES



O volume do setor de serviços também encolheu e fechou o mês com o pior resultado para janeiro em seis anos, após um fim de 2017 forte. O faturamento caiu 1,9%, mas isso não tira a tendência de recuperação, segundo analistas. Na contramão, as vendas no varejo inverteram a tendência e abriram 2018 em alta de 0,9%.



Em Buenos Aires, para reuniões do G-20, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse ontem que o resultado do IBC-Br de janeiro foi "um ajuste natural" da economia:



- O IBC-BR de dezembro passado mostrou um crescimento acima do esperado. O resultado de janeiro foi um ajuste natural, mantemos nossa projeção de crescimento de 3% para este ano.



Alberto Ramos, economistachefe para a América Latina do Goldman Sachs, diz que parece haver uma "consolidação" do crescimento e não um sinal de enfraquecimento. Ele manteve sua previsão de 2,7% para o crescimento deste ano.





Nos últimos 12 meses, o Brasil cresceu 1,2% no IBC-BR. Com a recuperação ainda lenta e a inflação baixa, Mário Mesquita, ex-diretor do BC e economista-chefe do Itaú, aposta em mais uma queda dos juros básicos nesta semana, passando de 6,75% para 6,5% ao ano. E, em comunicado aos clientes, ele afirma que a atividade econômica deve fechar o ano com crescimento de 3%.


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