Justiça decretou falência da rede na segunda-feira, por não cumprimento de acordo com credores

-SÃO PAULO- Tradicional ponto de compras de livros e revistas dos aeroportos brasileiros, a Livraria Laselva, criada há mais de 70 anos, encerrou suas atividades. Na segunda-feira, o juiz Marcelo Barbosa Sacramone, da 2ª Vara de Falências e Recuperação Judicial de São Paulo, decretou a falência da empresa. As quatro últimas lojas Laselva que ainda funcionavam - duas no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, uma em Recife e outra em Fortaleza - fecharam na terça-feira.

RENATO S. CERQUEIRA/FUTURA PRESS/FOLHAPRESSFim. A Laselva no Aeroporto de Congonhas, fechada: mais de 70 anos de história

A rede havia entrado com pedido de recuperação judicial em maio de 2013. Na época, suas dívidas somavam R$ 120 milhões. Em sua decisão, Sacramone afirma que "há dezenas de requerimentos de credores com a informação de que não tiveram seus créditos satisfeitos conforme o plano de recuperação".

A responsável pela administração do processo de recuperação da empresa, Joice Ruiz, da Satiro e Ruiz Advogados Associados, assumiu a função no ano passado, depois de a Justiça destituir o advogado Asdrúbal Montenegro Neto. Segundo ela, há diversos prazos que não foram cumpridos pela Laselva, prejudicando vários credores. DONOS ESTAVAM 'FRAGILIZADOS' Fundada em 1947 por Onófrio Laselva, a rede chegou a ter 83 lojas no país, incluindo endereços de luxo como o Shopping Iguatemi e a extinta Daslu, em São Paulo. Quando pediu recuperação judicial, a empresa atribuiu suas dificuldades financeiras "ao caos aéreo, à crise financeira internacional e às mudanças no sistema de licitação da Infraero".

Procurados, os advogados do escritório Leite, Tosto e Barros, representantes da Laselva, disseram os donos da empresa estavam "fragilizados" com a situação e preferiam não se manifestar. A relação completa dos credores e dos débitos só será divulgada cinco dias após a publicação da falência no Diário Oficial da União.