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O Globo Online (RJ) ( Economia ) - RJ - Brasil - 10-02-2018 - 11:20 -   Notícia original Link para notícia
Venda do varejo sobe 2% após 2 anos de crise

Reação em 2017 não foi suficiente para compensar perda de 10% em 2015 e 2016


Após dois anos de queda, o comércio brasileiro voltou a crescer em 2017. O varejo teve alta de 2% frente a 2016. Apesar do número positivo, o crescimento se dá sobre um comércio bastante enfraquecido. As vendas caíram 4,3% em 2015 e 6,2% em 2016. A perda em dois anos chegou a 10,2%.


- O comércio só conseguiu recuperar 20% da perda gerada pela crise. A estrada do setor será longa em direção ao patamar de vendas pré-crise - avalia Fábio Bentes, da Divisão Econômica da Confederação Nacional do Comércio (CNC).


Incluindo a venda de automóveis e de material de construção, a alta do varejo foi mais intensa: 4%- o melhor resultado acumulado em um ano desde fevereiro de 2014 (6,4%). Porém, a perda acumulada durante os dois anos de crise foi o dobro do varejo restrito, 20%.


- A alta de 2017 não compensa as quedas anteriores - reforçou a gerente do IBGE, Isabella Nunes.


Inflação menor e os recursos dos saques das contas inativas do FGTS explicam a alta. Segundo Bentes, a liberação desses recursos injetou R$ 10 bilhões no varejo nacional. Juros em queda e melhora no emprego, mesmo que informal, são outros fatores que contribuíram para a expansão:


- Começamos 2018 com um consumidor menos endividado, num patamar parecido ao anterior à crise, e mais confiante. Isso melhora as expectativas para o setor, cujas vendas devem aumentar 5% este ano.


Bentes observa que os segmentos do comércio que mais venderam em 2017 foram os que dependem mais de crédito (móveis, eletrodomésticos, vestuário e material de construção), daí a importância da queda do endividamento das famílias.


A recuperação do emprego formal do setor também deve acelerar, na previsões da CNC. Segundo Bentes, o comércio deve criar 80 mil vagas em 2018, bem acima das 26 mil do ano passado. Durante os dois anos de crise, foram fechados 350 mil postos de trabalho.


Em dezembro, no entanto, as vendas do comércio caíram 1,5% frente ao mês anterior, o que pode ter sido influenciado por antecipação de compras por causa da Black Friday, em novembro. Na comparação com dezembro de 2016, houve alta de 3,3%, a nona positiva seguida.


Na avaliação do economista do banco Goldman Sachs Alberto Ramos, apesar da impressão negativa de dezembro, as perspectivas para o consumo das famílias e para as vendas no varejo permanecem positivas para 2018, "apoiadas pelo declínio muito significativo nos preços dos alimentos e da inflação geral (que reforça a renda salarial real), aumento do emprego, condições de crédito ao consumidor gradualmente menos exigentes e a reafirmante confiança do consumidor".


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