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O Globo Online (RJ) ( Opinião ) - RJ - Brasil - 06-02-2018 - 07:14 -   Notícia original Link para notícia
José Casado - Vale-tudo nas estatais

Estatais que dependem de socorro do Tesouro somaram prejuízos de R$ 62,5 bilhões. Mas pagaram bônus a diretores e empregados, como se fossem lucrativas


Uma empresa estatal acumulou mais de R$ 9 bilhões de prejuízos nos últimos cinco anos. Já recebeu um socorro de R$ 6,8 bilhões do Tesouro, mas continua perdendo R$ 5 milhões por dia. Significa uma drenagem de R$ 3,5 mil por minuto dos cofres públicos.


Ela abriga dez mil pessoas na folha de pagamentos, e considera que quatro em cada dez são "excedentes" porque perdeu 50% da receita. Muitos nem têm mais o que fazer. Em Florianópolis, por exemplo, há uma centena à espera de demissão ou remoção desde meados do ano passado, quando o Aeroporto Hercílio Luz passou para a iniciativa privada.


_ Ainda assim, a Infraero começou fevereiro visível nas contas federais e de empresas como Petrobras, com a nomeação de 200 novos assessores "de Eletrobras, Caixa Econômica, Infraero, confiança". Essa estatal combalida é apenas Correios e da maioria das outras 144 estatais na última uma das que foram entregues pelo governo Michel década e meia. Temer ao Partido da República. Mês passado, técnicos da Fazenda e do Planejamento


O donatário, chefe do PR, é um ex-presidiário, analisaram o desempenho de 18 empresas condenado e perdoado no caso mensalão. Valdemar públicas que dependem de repasses Costa Neto não tem mandato, função mensais do Tesouro Nacional para pagar sua pública ou cargo partidário, mas desfruta de intimidade existência - de salários a contas de água e luz. com o poder porque administra 37 votos Essas estatais receberam R$ 49,1 bilhões em no plenário da Câmara, reaberta ontem. injeções de recursos entre 2012 e 2016. E somaram


Ele gerencia um caixa partidário que neste ano um prejuízo líquido de nada menos que R$ vai engordar 256%, apenas com transferências diretas 62,5 bilhões nesses quatro anos - as perdas correspondem do Tesouro. Valdemar já garantiu R$ 146 milhões a 39% do rombo estimado nas contas para as eleições do PR.


A influência do partido sobre os negócios e cargos-chave em estatais, ministérios e agência reguladoras, como a de Transportes, é parte do jogo para ampliar a bancada em outubro.


O caso do PR de Valdemar é exemplar do loteamento governamental intensificado nos governos Lula, Dilma e, agora, Temer. O resultado está federais deste ano (R$ 159 bilhões).


O loteamento somado à incúria deixou empresas em situação pré-falimentar, como ocorre com a Infraero, Correios, Casa da Moeda, Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social (Dataprev) e Empresa Gestora de Ativos (Emgea), entre outras. Em comum, elas têm as despesas crescentes com pessoal e uma contínua e significativa redução de receitas.


A lógica nas decisões administrativas é a de que se a empresa é pública, ela é de ninguém. O regime de vale-tudo permite coisas como a alquimia da ineficiência em virtude.


O Ministério do Planejamento acaba de relatar ao Tribunal de Contas que, apesar das perdas acumuladas, mais de uma dezena de empresas estatais dependentes do Tesouro distribuíram gratificações a diretores e empregados sob a justificativa de participação nos resultados.


Socializaram o prejuízo e privatizaram um lucro que nunca existiu. Nem no papel.


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