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Estado de Minas Online ( Gerais ) - MG - Brasil - 05-02-2018 - 07:42 -   Notícia original Link para notícia
Farra em todos os ritmos

Do pagode anos 90 no Barro Preto, passando pela festa em tom caseiro em Santa Tereza até chegar ao axé, já naturalizado belo-horizontino, cidade abre alas para a diversidade na folia



2018 Baianeiros Me beija que eu sou folião! E me abraça que eu estou em BH! Ontem, todos os ritmos se cruzaram no pré-carnaval da cidade, tanto na percussão dos pagodeiros como no trio elétricos dos amantes fervorosos do axé baiano ou na festa mais família de bairros como o Santa Tereza, na Região Leste da capital. A chuvinha manhosa que foi e voltou durante todo o domingo serviu para refrescar os neurônios e amplificar a energia dos integrantes dos blocos Me Beija que Eu Sou Pagodeiro, que se concentrou com roda de samba, e Asa de Banana, mistura mineira dos nomes Ásia de Águia e Chiclete com Banana, tradicionais de Salvador. Em todos os casos teve espaço para muita fantasia, animação e para os delírios que fazem a graça da festa.

Eram 8h30 do domingo e já tinha folião no maior agito na Rua Tenente Brito Melo, em frente a Sala Minas Gerais, no Bairro Barro Preto, à espera da saída do Me Beija que Eu Sou Pagodeiro. O bloco que dança ao som de samba e pagodes dos anos 1990, "tipo Só pra Contrariar (SPC), Molejo e Katinguelê", segundo os organizadores - está no seu quinto ano de desfiles em Belo Horizonte e trouxe a bateria com 50 músicos e trio elétrico.

Enquanto aguardavam o cortejo, que saiu depois do meio-dia, os integrantes do bloco se deixavam maquiar com muito glitter nas cores vermelha e amarela. O assessor João Sânzio se entregou aos cuidados da maquiadora Marina Amaral, e gostou do resultado. Para dar maior uniformidade à turma, a direção apresentou uma coleção de sunga, pochete e maiôs, sempre nas cores tradicionais do bloco. E muitos já saracoteavam pela pista com o modelito.

O curioso é que teve gente que saiu de casa, ou melhor, do banho, e foi direto para a rua. O estudante de engenharia Matheus Paes, de 23 anos, estava sem camisa e com uma toalha vermelha enrolada na cintura. Ah, de chinelo e óculos escuros também. "Chuva não atrapalha. Se molhar, eu enxugo na toalha", brincou, ao lado da cervejinha gelada e com o pique de quem já tinha saído no Mamá na Vaca, no sábado. Ao lado, o amigo Pedro Coelho, de 23, engenheiro civil, morador do Bairro Estoril, com um chapéu de cone de trânsito - "presente de uma amiga" -, negava de pés juntos estar fantasiado de BHTrans. A propósito, os dois elogiaram a organização do Carnaval 2018.


CHAPA QUENTE O pagode esquentava, chegava gente de todo lado e os ambulantes faziam a festa. Uma moça ofereceu preservativos aos foliões numa cesta de vime e um deles segredou: "O povo acha que o carnaval é só sexo. Pura fantasia. Na verdade, o povo mais bebe do que tudo". Em outro canto, com capas de chuva e arquinhos de unicórnio, as irmãs Duarte - Thais, com o namorado, Lucas Magalhães, Raquel e Bárbara - aproveitavam a maré de alegria. "Sou a única solteira aqui. E garanto que tem muita gente bonita", contou Bárbara.

Com amigos e fantasiada de Cleópatra, a arquiteta Fernanda Saraiva, moradora do Bairro de Lourdes, na Centro-Sul, disse que espera o ano todo pelo carnaval. "Cada vez, o daqui está melhor", assegurou, ao lado do rapaz vestido de homem das cavernas.


BEM-VINDOS Que carnaval de Salvador, que nada. A onda para o bloco Asa de Banana, pela primeira vez desfilando na capital, é reinterpretar as músicas dos baianos Ásia de Água e Chiclete com Banana. Na hora do axé: "Bem-vindo a Salvador", a cantora deu uma paradinha e mudou a toada: "Bem-vindo a BH". O povo adorou e seguiu animado pela Avenida Getúlio Vargas, no Bairro Funcionários, até a esquina das ruas Alagoas e Sergipe. A bateria com 120 homens e mulheres de abadá fez bonito e arrastou a galera sem desafinar.

A bancária Marília Chagas, moradora do Bairro Sion, estava para lá de entusiasmada. "Já passei carnaval na Bahia e no Rio. Agora, é só aqui. Não perdemos nada em energia", afirmou, no tom exato que o reinado de Momo pede aos seus súditos. Sobre a estreia na rua, um dos organizadores resumiu: "Desvirginamos".

No caminho, o casal de namorados Rafael Orsini, jornalista formado, e Júlia Gonçalves, estudante de comunicação, "com uma história de seis anos", vendia bebidas para custear os gastos com o casório. Com bom humor, a jovem carregava uma tabuleta com a frase "Nos ajude a casar". Sorrindo, Rafael confessou: "Estamos há dois dias, e acho que a grana já dá para pagar a prestação do sofá".2019 do Asa de Banana misturaram Minas com Bahia no tom da percussão




Os pagodeiros do Me Beija foram para a rua com 50 músicos e trio



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