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O Globo Online (RJ) ( Economia ) - RJ - Brasil - 28-01-2018 - 10:20 -   Notícia original Link para notícia
Preço cai, mas insatisfação sobe

Em dez anos de portabilidade, tarifa encolheu 65%. Queixas sobre serviço dispararam 128%


Em dez anos, o brasileiro aprendeu a mudar de operadora de celular, em meio ao aumento das promoções, mas ainda não está satisfeito com a qualidade do serviço prestado. Implantada em 2008, a portabilidade numérica foi uma das responsáveis pela forte redução das tarifas. De acordo com dados do Sindi Telebrasil, que reúne as operadoras, o preço do minuto caiu cerca de 65% na última década, passando de R$ 0,26 para os atuais R$ 0,09. A concorrência maior, contudo, não conseguiu reduzir o número de queixas registradas pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), que, em dez anos, passou de 1,492 milhão para 3,405 milhões de reclamações, um aumento de 128%.



Segundo especialistas do setor, a portabilidade numérica ganhou ainda mais importância nos últimos anos com a crise econômica. Com a redução no número de clientes, as teles passaram a ser mais agressivas nas promoções para conquistar os usuários das concorrentes. Assim, 5,8 milhões de pessoas mudaram de operadora em 2017, alta de 26% em relação ao ano anterior. Desde que começou a funcionar em todo o país, 41,197 milhões de usuários já migraram de operadora mantendo o número do telefone.Em 2018, o movimento começou também em alta: até o dia 25 deste mês, já foram 495,4 mil pedidos, 52% a mais que os 325,2 mil contabilizados em janeiro do ano passado.


Apesar da facilidade para trocar de empresa, o usuário continua insatisfeito com o serviço oferecido pelas operadoras. Segundo dados da Anatel, o segmento de pós-pago liderou o volume de queixas no ano passado, com 33% do total. De 2009 para 2017, as reclamações no segmento de telefonia de conta mais que dobraram: subiram de 491 mil para 1,143 milhão. O telefone fixo, embora registre queda no número de linhas em uso, constatou aumento de insatisfação entre os clientes: na última década, as críticas subiram de 546,2 mil para 760 mil.


- A maior parte das reclamações é de cobrança indevida, mas houve aumento no volume de queixas em todos os segmentos, como banda larga, celular pré-pago e TV por assinatura. O problema é que, mesmo que haja uma grande competição, as empresas cometem um erro semelhante, que é investir pouco, abaixo da necessidade. Isso é algo que só vai mudar quando o governo criar novas obrigações de investimento. Não é a portabilidade


Desconto no aparelho


O administrador Pedro Pessanha, de 25 anos, fez a portabilidade atraído por um desconto no aparelho. Pedro já havia abordado sua antiga operadora na busca por benefícios na aquisição de um modelo de celular mais moderno. - Foi uma boa troca. O plano das duas era parecido. No final das contas, consegui o que queria - disse ele. ou a concorrência que vai melhorar essa situação - disse o advogado Paulo Soares Filho.


Segundo a Anatel, a prevalência de reclamações sobre cobrança está associada a problemas na oferta dos serviços e na clareza no momento da venda ao consumidor. O órgão regulador deve iniciar, este ano, uma fiscalização para coibir falhas de informação na oferta e nas alterações de planos e pacotes, assim como dificuldades no cancelamento dos serviços.


MUDANÇA POR MENSAGEM DE TEXTO OU APLICATIVO


De olho na disposição do brasileiro para migrar de operadora em busca de preços mais em conta, as teles estão investindo em canais digitais para facilitar a captação de clientes da concorrência. As empresas estão desenvolvendo sistemas em que é possível fazer a portabilidade por mensagem de texto e aplicativos, como WhatsApp. Além


Em busca de mais qualidade


O comerciante Paulo Jorge Evaristo decidiu mudar de operadora móvel devido à baixa qualidade do sinal de seu celular. Quando escolheu a portabilidade, optou também por reduzir o valor da conta mensal. Conseguiu um corte de R$ 100 e viu o pacote de internet subir de 4GB para 12GB: - Além de barato, consegui mais internet. Foi um incentivo. disso, criaram departamentos específicos para monitorar e evitar a eventual saída de clientes.


- Estamos desenvolvendo um modelo para iniciar esse processo de portabilidade via mensagens de texto, aplicativos como WhatsApp e até mesmo em redes sociais como Facebook e Twitter - contou o executivo de uma operadora.


Para fazer a mudança de operadora, o cliente precisa estar com seus dados cadastrais, como endereço e CPF, atualizados na tele em que possui a linha. O processo de transferência, geralmente, é rápido e feito pela empresa que está recebendo o cliente. Na maior parte dos casos, a companhia marca um horário para a mudança de sistema, e a linha pode ficar sem sinal por algumas horas. Antes de pedir a troca de operadora, é importante verificar se o plano atual não contém algum tipo de fidelidade (de 12 meses). Se estiver dentro desse período, o usuário terá


Sem sinal no interior


Bruno Reis viu que era preciso mudar de empresa quando viajou a trabalho para o interior do Espírito Santo e ficou sem sinal para se comunicar com seus clientes. - Não tinha condição. Mudei de empresa, mesmo pagando mais caro. Qualidade é essencial para que eu possa trabalhar - disse ele, gerente da Vrauu Energy Drink. de pagar multa para sair da companhia.


Atualmente, as empresas chegam a oferecer descontos de até 50% para quem vem de outra companhia.



- A redução no preço é motivada pela concorrência, que é impulsionada, sem dúvida, pela portabilidade. Além disso, os preços foram influenciados pelo fato de as companhias melhorarem seus processos, o que aumentou a eficiência. O avanço da tecnologia também permite uma redução, já que os equipamentos vão ficando mais baratos conforme ganham escala. Há muitos planos de telefonia hoje, e o consumidor vai testando e mudando de empresa. O brasileiro ainda é movido por preço - comentou Eduardo Levy, presidente da Sindi Telebrasil. Colaborou Paulo Assad, estagiário, sob supervisão de Bruno Rosa


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