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O Globo Online (RJ) ( Economia ) - RJ - Brasil - 16-01-2018 - 07:12 -   Notícia original Link para notícia
Moody's teme que Brasil não cumpra regra de ouro

Rodrigo Maia assegura que isso não acontecerá. Dólar sobe a R$ 3,21


-NOVA YORK, BRASÍLIA E RIO- Com o aumento dos gastos obrigatórios, o governo brasileiro precisará, este ano ou no próximo, pegar empréstimos para financiar despesas correntes, descumprindo, assim, pela primeira vez, a chamada "regra de ouro" - que impede o país de aumentar sua dívida para pagar esse tipo de despesa. O aviso é da agência de classificação de risco Moody's, que alertou, em relatório, que o descumprimento da regra terá um impacto negativo para a perspectiva de nota do Brasil. O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, no entanto, rebateu o alerta, afirmando que o país cumprirá a regra de ouro.


RAMIN TALAIE/BLOOMBERG/ARQUIVOMoody's. Agência tem dúvidas sobre votação da reforma da Previdência este ano


- Eu estava fazendo contas, projetando cenários para os anos de 2018 e 2019, e a nossa análise é que, com algum esforço, conseguiremos cumprir a regra de ouro em 2019 - afirmou Maia em Nova York, onde se reuniu com o secretário-geral da ONU, António Guterres.


Maia disse, ainda, que o Brasil vai crescer 3% este ano, acima das projeções do mercado financeiro, de 2,7%, conforme o boletim Focus, do Banco Central, divulgado ontem. Ele afirmou também que esse patamar deve se repetir em 2019, dependendo de quem for o presidente eleito, e que a reforma da Previdência, se aprovada, resolverá as contas públicas e evitará o descumprimento da regra de ouro:


- Se passar a reforma da Previdência, vamos ter um segundo problema, que é a questão da energia. Poderemos crescer mais de 3% e pode ter o problema do consumo de energia. Mas é melhor que o problema anterior.


A Moody's, no entanto, afirmou que, "no cenário mais provável, acreditamos que o governo será forçado a solicitar isenção da regra, dada a deterioração fiscal em curso, o que pesará sobre a avaliação de crédito do Brasil." MARUN: REBAIXAMENTO É REVÉS A agência vê com ceticismo a votação da reforma da Previdência ainda este ano. Na semana passada, o adiamento das novas regras para a aposentadoria foi a razão apresentada pela Standard & Poor's para rebaixar a nota do Brasil, de "BB" para "BB-". Pela Moody's, o rating do país é "Ba2". A S&P também duvida que a reforma seja aprovada em 2018.


O rebaixamento pela S&P foi minimizado pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Ontem, no entanto, Carlos Marun, da Secretaria de Governo, admitiu que foi um revés:


- O Brasil vive um bom momento, inflação baixíssima, juro baixíssimo, mas sofremos um revés com esse rebaixamento, revés que não podemos e não devemos subestimar. Mas isso corrobora o que o governo vem dizendo há um bom tempo: sem aprovar uma modernização na Previdência, o Brasil tem poucas chances de viver um futuro de prosperidade e está quase fadado a um futuro de incertezas.


No mercado financeiro, o dólar avançou 0,09%, a R$ 3,214. Segundo Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio Treviso Corretora, os investidores começaram a avaliar a possibilidade de Moody's e Fitch seguirem a S&P. No exterior, o dólar perdeu 0,59% frente a uma cesta de dez moedas. Já o Ibovespa avançou 0,51% aos 79.752 pontos.


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