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Diário do Comércio online - BH (MG) ( Economia ) - MG - Brasil - 16-01-2018 - 00:00 -   Notícia original Link para notícia
Indicador de confiança na capital mineira fecha 2017 em 52,5 pontos

O ambiente mais favorável à economia em 2017, com inflação, taxa de juros e de desemprego em queda e aumento da renda real, deixou os moradores da capital mineira mais esperançosos para o ano que se inicia. Pesquisa feita pela de Belo Horizonte (-BH), divulgada ontem, aponta que o Indicador de Confiança do Consumidor (ICC) do município encerrou o último ano em 52,5 pontos, acima, portanto, da linha dos 50 pontos, o que sinaliza uma percepção de melhora por parte da população.

Na passagem de um ano para o outro, o ICC avançou 11,9 pontos, saindo de 40,6 pontos no quarto trimestre de 2016 para o patamar de 52,5 pontos em igual período de 2017. A evolução do indicador ocorreu não só pelo aumento das expectativas dos belo-horizontinos quanto ao futuro da economia (57,4 pontos), como também por uma análise um pouco mais positiva das condições gerais nos últimos seis meses (46 pontos).

A economista da -BH Ana Paula Bastos avalia que a tendência é de que a confiança do consumidor continue crescendo em 2018. A especialista pondera, entretanto, que para que isso ocorra, é preciso que os indicadores econômicos, principalmente o de emprego, mantenham o comportamento que vem sendo observado desde o ano passado. "O ICC vai subir, não muito. Vai depender da economia e da taxa de desemprego, porque, se o desemprego não recuar neste ano, as pessoas não vão se sentir confiantes no ambiente econômico", explica Ana Paula Bastos.

Na capital mineira, os homens (58,5 pontos) terminaram 2017 mais confiantes do que as mulheres (50,7 pontos). Apesar da diferença entre os gêneros, ambos mostraram uma melhora considerável na percepção sobre a economia. No fim de 2016, enquanto o sexo masculino possuía um ICC de 41,7 pontos, o feminino estava em 39,7 pontos.

A economista da -BH destaca que a distinção entre os gêneros está diretamente relacionada à taxa de desemprego e à inserção da mulher no mercado de trabalho. "O último dado do IBGE, que é do terceiro trimestre de 2017, mostra que a taxa de desemprego é de 15,8% entre as mulheres, e entre os homens é de 13,2%, também elevada, mas inferior. Além disso, a mulher ainda ganha menos do que os homens e tem menos empregabilidade, por isso a confiança menor", justifica.


Idosos otimistas - No que diz respeito à faixa etária, os idosos (acima de 65 anos) foram os mais otimistas quanto à economia (57,4 pontos), seguidos de perto pelos jovens (57,1 pontos). Em terceiro lugar, apareceram os jovens-adultos (55,1 pontos), e, por último, os adultos (51,7 pontos). "As pessoas acima dos 65 anos são mais experientes e conseguem ver a possibilidade de recuperação da economia", afirma Ana Paula Bastos.

Um dos componentes do ICC, o subindicador de condições gerais, que tem como base o panorama dos últimos seis meses, saiu de 24,5 pontos no fim de 2016 para 46 pontos em 2017. O avanço se deu, principalmente, pela maior confiança dos consumidores nas finanças pessoais (56,6 pontos), já que a percepção quanto ao cenário econômico ainda é pessimista (35,0 pontos).

Simultaneamente, as expectativas dos belo-horizontinos também cresceram de um ano para o outro. Em 2016, o subindicador estava em 52,8 pontos e terminou o último ano em 57,4 pontos, puxado tanto pelas perspectivas para as finanças pessoais (63,7 pontos), como pela análise mais favorável do cenário econômico (51,1 pontos).



Índice de otimismo no País encerra ano em nível estável


A confiança do consumidor encerrou o ano de 2017 de maneira estável, considerando o Indicador de Confiança do Consumidor (ICC), que concluiu o último mês de dezembro com 40,9 pontos, mantendo-se praticamente estável na comparação com o início do ano passado, quando o índice se encontrava em 41,9 pontos.

A escala do indicador varia de zero a 100, sendo que abaixo de 50 pontos significa predomínio da percepção negativa tanto quanto à economia como das finanças pessoais. Os dados são do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), divulgados ontem em São Paulo.

"Para os próximos meses, espera-se que o processo de recuperação da economia, já em curso, produza efeitos mais perceptíveis para o consumidor, melhorando a avaliação tanto do momento atual como as perspectivas para o futuro. O reestabelecimento da confiança, a geração de empregos e crescimento da renda são fatores fundamentais para esse processo de saída da recessão, pois favorecem a retomada do consumo, alimentando o ciclo virtuoso da economia", explicou o
presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior.

Desemprego - Um dos componentes que formam o ICC é o Indicador de Percepção do Cenário Atual, que mede a avaliação que os consumidores fazem deste momento da economia e da própria vida financeira. Nesse caso, também houve estabilidade na conclusão do ano. O índice fechou dezembro de 2017 em 29,9 pontos, pouco acima dos 29,6 observado em janeiro, mas levemente abaixo dos 30,7 pontos de novembro.

Em termos percentuais, 84% dos consumidores avaliam de forma negativa o atual momento da economia contra apenas 2% que a consideram boa. Outros 13% têm uma visão neutra a respeito. Quando o assunto se detém ao estado atual de sua própria vida financeira, a avaliação positiva é um pouco melhor e atinge 12% dos entrevistados, contra 43% de pessimistas e 45% dos que têm uma visão neutra.

Segundo o indicador, o desemprego ainda é o principal vilão daqueles que consideram suas finanças em momento crítico: 33% atribuem à desocupação a principal causa do pessimismo. A dificuldade em pagar as contas também pesa, igualmente citada por 33% dos entrevistados. A queda da renda familiar ficou com 14%, ao passo que 13% tiveram algum imprevisto que acabou afetando as finanças de casa.

Considerando os consumidores que têm uma visão particularmente positiva a respeito de suas finanças, metade (50%) deles atribui o bom momento ao controle que exercem sobre suas contas. Outros 10% disseram não sofrer problemas no orçamento porque contam com uma reserva.

Para os que avaliam mal o estado da economia, novamente o desemprego (39%) é citado como a principal causa. Além disso, 30% reclamam dos altos preços e 20% se queixam das altas taxas de juros. "Ao longo dos últimos meses as taxas de juros recuaram, mas ainda permanecem elevadas, sobretudo as direcionadas as pessoas físicas. Já a inflação, embora sob controle, acumulou sucessivas altas em um período recente, o que faz com que o consumidor ainda tenha a percepção de que está pagando mais caro pelos produtos que consomem", disse a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.



Os que planejam gastos sobem a 69,6%



Os consumidores de Belo Horizonte vêm se esforçando para manter os gastos controlados, mas a educação financeira ainda deixa a desejar, segundo mostra a pesquisa Orçamento Doméstico, divulgada ontem pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio MG). De acordo com o estudo, o número de pessoas que costuma planejar seus gastos aumentou, chegando a 69,6% em dezembro do ano passado, contra 62,2% em dezembro de 2016. Por outro lado, a maior parte dos que fazem o planejamento - 43,9% - não segue o proposto, enquanto apenas 25,8% cumprem a meta. O índice dos que sequer planejam chega a 30,4%. Além disso, as compras por impulso vêm aumentando: o índice era 31,1% em dezembro de 2016 e passou para 34,4% no último mês de 2017.

De acordo com o economista da Fecomércio MG Guilherme Almeida, o fato de o planejamento orçamentário não ser seguido pela maioria tem ligação com a falta de educação financeira. "Muitas pessoas traçam metas no início do ano, período propício a isso, e acabam se perdendo no médio prazo por não atrelarem um propósito ao planejamento", avalia Almeida. O período de recessão econômica - com desemprego e crédito dificultado - também tem influência no cenário apresentado pela pesquisa.
Segundo Almeida, em um período de aperto orçamentário, as famílias não encontram alternativa a não ser otimizar os orçamentos. Com isso, aumenta o planejamento orçamentário.

Mas a compra por impulso também ganha força devido à crise, que gera uma demanda reprimida. E, nesta época do ano, quando ocorrem muitas liquidações, a tentação aumenta. O ato de consumir por impulso - que ocorre por questões comportamentais - está ligado a planejar e não seguir o proposto.

O economista explica que esse comportamento não é positivo para o comércio, pois pode levar o consumidor à inadimplência e retirá-lo do mercado de consumo. Segundo Almeida, o ideal é traçar metas, otimizar o orçamento com redução de gastos e, ainda, buscar uma geração de renda adicional, que vai, de alguma forma, ser convertida em gastos.

Poupança - Ainda de acordo com a pesquisa, a maior parte dos entrevistados - 51,4% - revelou que consegue planejar o orçamento familiar e ainda sobra algum dinheiro. O valor restante é usado, principalmente, para poupança, alternativa citada por 37,5% dos ouvidos. Outras opções são: lazer, 18,6%; turismo, 15,6%; e compras, 9,3%.

Outros 33,8% responderam que sempre têm que recorrer a algum tipo de financiamento para cobrir os gastos. E quando o orçamento não cobre tudo, qual a saída? Para 32,2%, o jeito é deixar de consumir supérfluos. Entre as alternativas citadas estão: deixar de pagar alguma conta ou prestação (14,8%) e usar poupança ou aplicação (14,8%).

De acordo com os consumidores, a conta que mais pesa no orçamento é a de energia elétrica, citada por 39,9% dos entrevistados. O economista Guilherme Almeida lembra que o serviço foi reajustado em cerca de 10% ao longo do último ano. Em seguida, os itens citados como de maior peso foram: alimentação/supermercado (30,4%); água (25,6%); aluguel (20,6%); plano de saúde (11,1%). "São despesas necessárias. Então, se a pessoa não planeja suas contas, não vai sobrar dinheiro", aponta Almeida. Já o compromisso financeiro de maior peso é o cartão de crédito, indicado por 33,7% dos consumidores.

E, de acordo com a pesquisa, o que as pessoas estão mais consumindo são produtos de alimentação (68,1%); telefonia (24,9%); roupas, calçados e acessórios (19,6%); veículos (8,5%); eletrônicos (6,8%), entre outros.

A forma de pagamento mais usada é o dinheiro (43,4%), seguida de cartão e crédito (34,2%) e cartão de débito (22,4%). Almeida explica que o pagamento em dinheiro é facilitador do planejamento orçamentário.




Quantidade de famílias endividadas sobe 0,6%



A média anual do percentual de famílias endividadas aumentou 0,6%, alcançando a média de 60,8%, após três anos consecutivos de queda. Os dados foram divulgados ontem pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e fazem parte da Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic Nacional), que traça o perfil de endividamento das famílias brasileiras.

Segundo a pesquisa, os indicadores de inadimplência também apresentaram alta no período. A parcela de famílias com contas ou dívidas em atraso aumentou 1,2 ponto percentual em comparação a 2016, alcançando 25,4% na média anual.

Já o percentual de famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas em atraso e que permaneceram inadimplentes aumentou 1,1 ponto percentual ante 2016, chegando a 10,2% na média de 2017. O patamar mais elevado desse indicador foi registrado no mês de setembro, quando atingiu 10,9% das famílias.

Na avaliação da economista de CNC, Marianne Hanson, "a recuperação, ainda que lenta, da atividade econômica, aliada à redução das taxas de juros, queda da inflação e reversão, ainda que modesta, das taxas de desemprego, ajudam a explicar a maior disponibilidade de crédito para as famílias e consequentemente do endividamento".

Cartão de crédito - O atraso no pagamento do cartão de crédito foi a dívida mais frequente no ano passado, sendo citado por 76,7% das famílias brasileiras. A CNC ressalta, porém, que pela primeira vez desde o início da pesquisa, em 2010, houve redução no percentual de famílias que aponta essa modalidade como o principal compromisso.

Em segundo lugar no endividamento, o carnê foi citado por 15,7% das famílias, e, em terceiro, o crédito pessoal, por 10,3%. A CNC destaca, na publicação, a redução do financiamento de veículos, "que caiu da terceira para a quarta posição no ranking de modalidades de dívidas em 2017.

Para Marianna Hanson, "a diminuição dos juros e a recuperação da massa real de salários permitiram uma redução do comprometimento médio mensal da renda. Isso pode ser visto na queda de 30,6% para 30,1% da parcela média da renda mensal comprometida como pagamento de dívidas".

Para ela, no entanto, apesar destes fatores, "a pesquisa mostra que a percepção em relação ao endividamento das famílias piorou e uma parcela maior delas relatou estar muito endividada (14,6%) e mais ou menos endividada (22,5%)".

O estudo da CNC foi elaborado com base na Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic Nacional), apurada mensalmente pela CNC, desde janeiro de 2010. Os dados são coletados em todas as capitais dos estados e no Distrito Federal, com cerca de 18 mil consumidores.






Palavras Chave Encontradas: Câmara de Dirigentes Lojistas, CDL
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